quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

A marcha pelo impeachment: entre a fórmula mágica e a preguiça

 

 

Matheus Pichonelli – ter, 10 de fev de 2015

 

 

“O baluarte da mudança, que joga gasolina nas manifestações ao não dizer claramente que se opõe ao governo e não aos golpes, até hoje deve explicações sobre o uso de dinheiro público para a construção de aeroportos particulares no quintal de parentes. Deve explicação também sobre o direcionamento do agrado financeiro a publicações amigas. Este mesmo baluarte, que elege sem nomear a irmã como eminência parda, galgou postos e expressões públicas por uma meritocracia curiosa: o sobrenome. Seu partido, que agora flerta com as soluções fáceis, é protagonista deste e de outros negócios igualmente impudicos, mas não igualmente debatidos nas casas das melhores famílias. Um seu ex-presidente, por exemplo, é suspeito de receber uma boa bolada para ajudar a enterrar uma CPI que agora ressurge como palanque”.

 

 

 

 

Foto: ReutersPerdi as contas, nas últimas semanas, de quantos suspiros deixei escapar ao abrir a caixa de e-mail, os grupos de WhatsApp e as timelines do Twitter ou do Facebook. Reconheço estes suspiros: são a canalização dos mesmos cansaços, preguiças e desgostos de quando recebo correntes com fórmulas mágicas para problemas complexos. Contra estupradores, tome castração química. Contra a criminalidade, pena de morte.Contra a gravidez precoce, o fim do baile funk. Contra a corrupção, o impeachment, palavra da moda em diasrecentes.

De uns meses pra cá, todos parecem preocupados, não sem certa razão, com o estado das coisas. Todos parecem dispostos a mudar o mundo. E todos parecem ter as soluções definitivas e infalíveis na ponta da língua. Nesses momentos, os riscos de se debater a revolução com quem até ontem não media palavras para dizer que não gosta, não se interessa, não tolera o noticiário político é assistir, num camarote literal (às vezes regado a espumante e corte nobre), a um festival de bobagens que na melhor das hipóteses se encerram na urgência de outras demandas (o desfecho da novela, por exemplo) e, na pior, ao velho preconceito de classes. 

O tema, oficialmente, é a inabilidade, a imprudência e a inoperância do governo (federal, pois neste mundo paralelo o poder é absoluto e a federação, um corpo estranho), mas as cotoveladas e espetadas no olho são direcionadas aos beneficiários das esmolas, aos sobreviventes de currais eleitorais, às cabra cegas de tapa-olhos afirmativos. Entre discussões calorosas sobre a preguiça e petulância dos empregados, entre a defesa da meritocracia (não vale citar o emprego nem o lobby por filhos e conjugues em nossas bolhas privativas, nem sempre privadas), são colocados em pauta os desmandos da República para demonstrar, nas entrelinhas ou não, o desprezo contra os alvos de sempre. É difícil sair de uma conversa do gênero sem se chamuscar em algum “nada contra, mas…” E dá-lhe odes ao separatismo paulista, ao incômodo com as ondas migratórias em direção às nossas riquezas ou à vontade de se mudar para países menos generosos com a nossa gentalha.

Dá preguiça, como dá preguiça ouvir soluções mágicas contra a volúpia do estuprador defendidas por quem não se envergonha em reforçar o discurso da culpa da vítima, das vulgaridades contemporâneas, das importâncias de se dar ao respeito para ser respeitada - os pilares que servem de colchão para um crime supostamente fora de nossa ação e alcance. É a cultura do atavismo a serviço da desinformação.

Nos debates acalorados sobre o impeachment de Dilma Rousseff, fica patente a nossa disposição cívica para enxugar gelo. Essa conversa ouvimos desde o Fora FHC, aludido pelas mesmas urgências que agora se rebelam contra o símbolo máximo, talvez único, de todas as nossas misérias: a presidenta da República. Em tempos de comoção, como estes, os mais assustados gritam por qualquer coisa. A rua é pública e o choro é livre, mas não deixa de ser curiosa a dificuldade para se encampar medidas efetivas para atacar o desmando agora alardeado. Nessas rodas de conversa, é firme a convicção de que estão acabando com nosso país – sobretudo por quem acaba de chegar de vigem aos exterior. Mas experiente perguntar os porquês. “Vou pra rua para combater a roubalheira”. “Quero mostrar minha indignação com tanto desmando”. “Gritemos contra a destruição da Petrobras”. 

Ok, tudo bem, indignados estamos todos, mas o quanto estamos dispostos a arregaçar as mangas e debater as mudanças a fundo? Quando a corrupção esteve no cerne das nossas prioridades corporativas? Quando decidimos aposentar nossas carteiradas? E nossas carteirinhas falsificadas de estudante? Ou nossas carteiras de motoristas compradas à vista? Quando deixamos de desviar a água da rua para o nosso quintal? 

Não deixa de ser estranho: parte dos manifestantes que agora tira o velho civismo do armário ontem aplaudia as cacetadas da polícia sobre manifestantes que denunciavam os abusos das tarifas de ônibus e metrô. Ou fazia pouco-caso com os professores da rede pública sucateada que trancavam o trânsito na avenida principal. Alguns, que até ontem falavam em Bolsa Esmola, agora juram indignação contra os ajustes em pensões e direitos trabalhistas. 

O que mudou? Nada.

A grita contra a corrupção não é de hoje e está longe de ser imerecida. O mote é tão óbvio quanto ser contra a malária, e não faz arranhão aos que se regozijam, seguros e intocados, do nosso purismo. Na sequência da linha sucessória estão três caciques do PMDB, espécie de arroz-de-festa de todos os escândalos noticiados desde a reabertura democrática, da Castelo de Areia à Operação Lava Jato. Prova disso é que Collor se foi (e voltou) e a Tropa de Choque ficou - juntamente com os destaques sobre tesoureiros e tesourarias, ainda muito bem empregados. 

O baluarte da mudança, que joga gasolina nas manifestações ao não dizer claramente que se opõe ao governo e não aos golpes, até hoje deve explicações sobre o uso de dinheiro público para a construção de aeroportos particulares no quintal de parentes. Deve explicação também sobre o direcionamento do agrado financeiro a publicações amigas. Este mesmo baluarte, que elege sem nomear a irmã como eminência parda, galgou postos e expressões públicas por uma meritocracia curiosa: o sobrenome. Seu partido, que agora flerta com as soluções fáceis, é protagonista deste e de outros negócios igualmente impudicos, mas não igualmente debatidos nas casas das melhores famílias. Um seu ex-presidente, por exemplo, é suspeito de receber uma boa bolada para ajudar a enterrar uma CPI que agora ressurge como palanque.

Nesse horizonte um pouco mais alargado, se há algo que não ameniza ou não deveria amenizar as suspeitas na Petrobras é que elas se desdobram desde outros expedientes. Ou que as empresas agora suspeitas de pagar propina em troca de contratos também financiaram campanhas de outras colorações. Não é menos desconfortável saber que, uma vez no governo, o PT manteve e aperfeiçoou as velhas práticas, transformando-se em mais um entre tantos partidos, como chegou a dizer sua figura máxima.

A desolação, embora combustível hoje para a velha indignação seletiva, é multipartidária, mas é bom lembrar: trocar o sofá da sala onde se consumou a traição não ameniza nosso impulso à infidelidade. Se alguém deseja de fato mudar o mundo, seus hábitos e vícios impublicáveis, é preciso um esforço mínimo para entender seu subtexto - e apreender a parte que nos cabe nele. Não adianta falar em limpeza ética e mandar o guarda caçar bandidos quando somos flagrados alcoolizados ao volante. Nem adianta falar em radicalismos se não vislumbramos a estrutura dos descalabros, que começa no financiamento de campanha e se encrespa no patrocínio às novas velhas legendas de aluguel.

Antes de ir às ruas, seria producente, inclusive recomendável, analisar o próprio revide e notar que a crítica aos detratores igualmente se aplica aos salvadores. No limite, vale questionar o que queremos de fato – expor nossas antipatias ou encampar as reformas necessárias? Mais que isso: o que dizem os nossos representantes direitos, do vereador ao senador, passando pelo nosso prefeito, a respeito dessas reformas? E a liderança do nosso partido favorito? Quais os projetos eles apresentaram na última legislatura? Quais as suas proposta para dirimir o fosso entre ricos e pobres ainda assustadoramente largo no país? Quem bancou as suas campanhas? O que eles defendem em plenário? Como sensibilizá-los? Com cartazes erguidos em dias de folga? Com mensagens à caixa de e-mail? Com pedidos de audiência com a sociedade civil organizada da qual somos convidados a fazer parte?

Apesar da aparente disposição em colocar tudo abaixo, nem sempre as respostas a estas perguntas são satisfatórias. Quanto mais nos afastamos da vida pública, mais nos tornamos a caricatura do cidadão vacilante, que terceiriza a função de eleger o que é bom para ele e vai dormir tranquilo o sono dos justos. Este é o caminho fácil. O outro, mais árduo, é se mobilizar, criar cartas de compromissos e buscar apoio e musculatura para encampar as mudanças consideradas urgentes. Algo parecido aconteceu na Grécia – mas este é o caminho mais difícil. Mudanças de fato exigem caminhos novos, e este é o desafio que o velho Fla x Flu, preso nas próprias sobreposições, parece incapaz de vislumbrar, entender e superar.

 

quinta-feira, 22 de maio de 2014

DILMA GANHA NO PRIMEIRO TURNO... e SUBINDO!!!

 

22/05/2014 12h00 - Atualizado em 22/05/2014 12h45

Dilma tem 40%, Aécio, 20%, e Campos, 11%, aponta pesquisa Ibope

Na pesquisa anterior (abril), Dilma tinha 37%, Aécio, 14%, e Campos, 6%.
Instituto ouviu 2.002 eleitores entre os últimos dias 15 e 19 em 140 cidades.

A presidente Dilma Rousseff (PT) aparece com 40% das intenções de voto na eleição deste ano, segundo pesquisa Ibope divulgada nesta quinta-feira (22).

Outros nove pré-candidatos a presidente da República somados acumulam 37%.

O segundo colocado na pesquisa é Aécio Neves (PSDB), com 20%; o terceiro, Eduardo Campos, do PSB (11%); e o quarto, Pastor Everaldo, do PSC (3%). As intenções de voto nos outros seis pré-candidatos somam 3%.

Nos dois levantamentos anteriores do Ibope, Dilma tinha 40% em março e 37% em abril; Aécio registrou 13% em março e 14% em abril; Campos, 6% em março e em abril; e Pastor Everaldo, 3% em março e 2% em abril (veja as comparações no gráfico ao lado).

Confira abaixo os resultados da pesquisa de maio do Ibope:

- Dilma Rousseff (PT): 40%
- Aécio Neves (PSDB): 20%
- Eduardo Campos (PSB): 11%
- Pastor Everaldo (PSC): 3%
- Eduardo Jorge (PV): 1%
- José Maria (PSTU): 1%
- Eymael (PSDC): 0%
- Levy Fidelix (PRTB): 0%
- Mauro Iasi (PCB): 0%
- Randolfe Rodrigues: 0%
- Brancos e nulos: 14%
- Não sabe/não respondeu: 10%

O Ibope ouviu 2.002 eleitores em 140 municípios entre os últimos dias 15 e 19. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

O nível de confiança é de 95%. Isso quer dizer que o instituto tem 95% de certeza de que os resultados obtidos estão dentro da margem de erro.

A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-00120/2014.

 

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Sem Palavras!

EXCLUSIVO: PM invade apartamento de madrugada para deter inocente. Justiça mantém adolescente preso

 

 ANDRÉ CARAMANTE E BRUNO PAES MANSO

 

José* tem 17 anos, estuda no 1º colegial no Caetano de Campos, usa alargador na orelha, trabalha como garçom para ajudar a mãe e anda sempre de skate na Praça Roosevelt. Ou melhor: andava. No dia 29 de abril, ele foi internado na Fundação Casa, acusado por um assalto a mão armada em que há provas de sua inocência. Apesar de não ter cometido o ato infracional, José segue internado até hoje: ele é culpado por ser jovem, negro e subcidadão em uma democracia injusta e sem controles.

 

Para que José fosse detido injustamente, uma série de arbitrariedades e erros foi cometida por representantes de diferentes instituições. Primeiro, na madrugada de 17 de março, policiais militares invadiram o apartamento da família de José com base em rumores imprecisos e sem mandado judicial. Levaram o adolescente ao 78º Distrito Policial dos Jardins, onde o delegado, que deveria se preocupar com a investigação, pouco fez para elucidar o erro. O promotor não só engoliu a farsa como passou a fazer parte dela, pedindo a punição severa do jovem inocente. O juiz da Vara da Infância sentenciou José por ato infracional correspondente a roubo duplamente qualificado, sem prazo para sair.

 

A história de José revela as mazelas do sistema de segurança pública e de Justiça paulista, que prende principalmente a partir de flagrantes, baseando-se muitas vezes em investigação e provas frágeis.

O pesadelo do adolescente começou no domingo 16 de março. Mesmo em uma cidade como São Paulo, naquela noite, José parecia protegido de qualquer risco. Dentro de seu quarto, no computador de casa, ele trocava mensagens com duas amigas pelo Facebook desde às 20h30. Ainda desceu duas vezes para fumar do lado de fora do prédio para que sua mãe não respirasse fumaça.

 

Só que a noite de São Paulo fervia. A cerca de 2 quilômetros do apartamento da família, no Viaduto Pedroso, quatro jovens abordaram uma jovem dentista e seu irmão no farol para roubar o Peugeot-308 branco. Um deles estava armado. Era perto das 23 horas.

 

Depois da ação, as vítimas do roubo foram a uma lanchonete, quando perceberam que o celular havia ficado dentro do carro, garantindo possibilidade de rastreamento. Eles ligaram para o 190, avisaram a PM, que passou a perseguir os ladrões. Os carros correram em alta velocidade pela 13 de maio e a fuga se encerrou quando os assaltantes bateram em um poste da Rua Cardeal Leme, na região central. Depois da colisão, os suspeitos fugiram a pé e foram perseguidos pelos policiais. Um deles foi capturado.

 

É a partir desse momento que os problemas começam a ocorrer, quando a noite pacata de José, dentro de um apartamento, vai se cruzar com a confusão e a violência da cidade. Segundo os policiais, denúncias jogadas no rádio pela central da polícia informavam que um dos suspeitos havia corrido para a Rua Rocha, justamente o endereço do prédio de José e de sua família.

 

José havia descido para fumar pouco depois da meia-noite. As 19 câmeras de vigilância de seu prédio mostram com detalhes sua movimentação naquela noite. Ele desceu duas vezes para fumar, sempre de pijama (cueca samba-canção) e chinelos. Perto da 1 hora da madrugada, quando a batida com o carro roubado ocorre, as câmeras em frente do edifício pegam de longe alguns jovens correndo da PM. José fumava tranquilamente, observando a cena.

 

O adolescente sobe para seu apartamento perto da 1 hora da manhã. Depois disso, policiais perguntam ao porteiro do prédio de José quais foram os últimos jovens que subiram para suas casas. José, negro, e outro adolescente, branco, foram indicados. A partir dessa informação, a PM intensifica sua caçada. PMs invadem o prédio pela parte de trás e seguem para os apartamentos citados pelo porteiro.

Armados, batem no apartamento de José, no 5ª andar, onde ele e sua mãe dormiam. Walmira Duarte Gouveia, de 48 anos, a mãe do jovem, conta que os policiais a informaram que um roubo havia ocorrido nas redondezas e que eles estavam atrás dos ladrões. Sem ter o que temer e sem desconfiar das intenções dos PMs, ela não impediu que eles entrassem em sua casa. Perguntaram sobre seu filho e Walmira informou que ele estava dormindo no quarto. Os PMs pediram então para falar com José. O jovem apareceu na sala e foi intimado a descer. Mudou de roupa, por sugestão da polícia, colocando uma bermuda jeans, camiseta branca e boné.

 

O absurdo da situação continua a crescer. José e o outro jovem ficam de pé em frente ao seu prédio. Um carro com insulfilm passa em frente aos dois. Segundo os policiais, as testemunhas reconhecem José como autor do assalto e como o responsável por carregar a arma e ameaçar as vítimas durante o roubo. O reconhecimento depois foi desmentido por uma das vítimas. Mas foi o que bastou para que que policiais, promotoria e justiça começasse a acabar com a vida do adolescente.

 

José ficou incialmente cinco dias detido. Recebeu liberdade provisória, apesar dos insistentes pedidos do Ministério Público para que ele continuasse privado de liberdade. Inicialmente, a Vara da Infância reconheceu a fragilidade das provas. Só que a sentença condenatória foi implacável. A internação de José foi determinada no dia 29 de abril. Walmira passou o Dia das Mães dentro da Fundação Casa e recebeu de presente uma toalhinha de rosto feita pelo filho. Ao narrar a injustiça contra o filho, a lembrança do agrado recebido na data festiva a faz cair no choro. São Paulo é capaz de injustiças que nem todas as mães do mundo juntas são capazes de evitar.

 

  • A reportagem trocou o nome de José porque ele tem menos que 18 anos
  •  

DEZ ERROS QUE TIRARAM A LIBERDADE DE UM INOCENTE

 

1) Os vídeos deixam claro que José não foi perseguido e que a invasão do prédio e a retirada do adolescente de dentro de suas casas, quando já dormia, ocorreu sem que eles nunca tivessem visto o jovem;

2) As imagens mostram que José estava no prédio desde aproximadamente 20h30, usando uma cueca samba-canção, chinelos, camiseta branca, mas sem boné. No entanto, logo depois da invasão dos policiais, as roupas que foram vestidas em José são bermuda jeans, boné e tênis. Ele trocou de roupa por ordem dos policiais que o prenderam. A nova roupa foi fundamental para o reconhecimento irregular.

3)  O reconhecimento do adolescente foi feito às pressas, com a colocação dos suspeitos em um local escuro da rua. As vítimas estavam dentro de um carro em movimento. Há no processo a indicação de que um sargento da PM foi reconhecido;

4) O procedimento de reconhecimento na rua não seguiu o processo penal, pois havia somente duas pessoas, o José (que é negro) e outro rapaz, branco;

5) Não há menção nos documentos oficiais sobre a invasão do edifício, o que pode configurar crime de falsidade ideológica;

6) O primeiro Juiz que cuidou do caso considerou as suspeitas contra José frágeis e o liberou. Depois dessa apreciação, nenhuma novo indício surgiu no processo e mesmo assim ele foi considerado culpado;

7) A vítima do roubo afirmou que não reconheceu os autores em nenhum momento, nem mesmo no dia dos fatos;

8) Os policiais militares ouvidos nos autos foram autores da prisão do adolescente que fugiu depois da batida do carro. Não foram ouvidos os policiais que entraram no apartamento e prenderam José;

9) O jovem preso depois da batida deixa claro no interrogatório que não conhecia José e que o adolescente não tinha nenhuma vinculação com o fato, já que ambos só se conheceram no “camburão”;

10) Quando o carro roubado bate próximo ao prédio de José, as câmeras mostram o jovem fumando tranquilamente no portão. Ele ainda vê quando um dos suspeitos passa correndo. Essa é uma das imagens que ajudam a esclarecer o caso.

 

O QUE DIZEM OS RESPONSÁVEIS PELA PRISÃO DE JOSÉ?

 

 

O juiz Marco Aurélio Gonçalves, da 4ª Vara da Infância do Tribunal de Justiça, afirmou que está proibido de falar sobre o caso, que corre em segredo de Justiça. Segundo a assessoria do TJ, “nos processos relativos a atos infracionais, os adolescentes têm direito a ampla defesa, ainda mais abrangente que aquela verificada em processos criminais. A condenação só ocorre após uma análise criteriosa e valorativa do conjunto das provas. Condenação ou absolvição não decorrem da quantidade de provas, mas, sim, da qualidade das mesmas. Se há dúvida fundada, absolve-se. Se há certeza, condena-se”. A nota ainda explica que, “ainda que condenados em primeiro grau, os adolescentes têm direito a recorrer às instâncias superiores e só ficam apreendidos provisoriamente quando representam perigo para a sociedade”.

A assessoria de imprensa do Ministério Público também afirmou que o promotor Osvaldo Monteiro da Silva não pode comentar sobre o caso.

Procurados desde a manhã de segunda-feira, por meio da assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública, o delegado Rafael Francisco Marcondes de Moraes, do 78º DP, responsável pela apreensão de José, e o policial militar Davidson Vasconcelos de Oliveira, e seus superiores, não atenderam ao pedido de entrevista. A Secretaria de Segurança Pública também não se manifestou.

 

 

segunda-feira, 12 de maio de 2014

CASTIGO DE ZEUS!!!

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/05/1452742-nivel-volta-a-cair-e-se-ritmo-continuar-cantareira-pode-secar-durante-a-copa.shtml

 

 

 

Quem diria... Depois da mídia hegemônica e contra o PT apregoar por meses a fio que durante a COPA IA TER apagão, SÃO PAULO vai ficar sem água... DURANTE A COPA!!!

 

 

 

         

O nível do sistema Cantareira voltou a cair neste domingo e agora o manancial opera com 8,9% da sua plena capacidade, informou um boletim técnico divulgado pela Sabesp.  

Em uma semana o reservatório perdeu 1,2 pontos percentuais de sua capacidade. Com este ritmo de queda, a capacidade do Cantareira chegaria a 0% na última semana de junho, em plena Copa do Mundo. Na semana em questão, São Paulo receberá um jogo das oitavas-de-final do Mundial.

 

 

  

Para salvar o reservatório, o governo do Estado promete entregar na próxima quinta-feira (15) as obras para utilização do chamado      volume morto      reserva de água na zona mais funda das represas que por ficar abaixo da tubulação que capta o líquido dos reservatórios ela precisa ser bombeada para a superfície. Técnicos da Sabesp dizem que a obra elevará o nível do Cantareira em 18,5%.

  

O problema, segundo especialistas, é que o uso do      volume morto      das represas do sistema Cantareira vai atrasar a recuperação dos reservatórios quando a chuva voltar. Isso se deve a uma espécie de      efeito esponja     , que ocorre em áreas muito secas que voltam a receber chuva.

     

O sistema é responsável pelo abastecimento de parte da capital e de municípios da Grande São Paulo.

    

No total, mais de 8 milhões de pessoas recebem água do Cantareira diariamente. O reservatório ainda atende municípios da região de Campinas, no interior do Estado.

  

A cidade de São Paulo já está a quase 30 dias sem chuva significativa, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergência), da prefeitura. E as simulações meteorológicas não são nada animadoras, garantem os especialistas do centro.

 

Previsões indicam chuvas significativas apenas a partir do próximo dia 20, por conta da passagem de mais uma frente fria. Quem sofre com isso é o reservatório Cantareira.

  

O manancial passa pela pior estiagem dos últimos 84 anos. Desde o início do mês choveu 0,4 mm na região - a média para maio é de 83,2 mm.

 

 

 

 

 

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Marcelo Neri: Dados mostram que Brasil está mais próspero e menos desigual

 



O ministro da Secretaria Geral de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Marcelo Neri, disse que o brasileiro médio teve um crescimento de 6,9% na mediana de sua renda, nos últimos 12 meses, o que reflete o crescimento observado no mercado de trabalho do País.

Na avaliação do ministro, os dados revelam que as pessoas de classes sociais menos favorecidas estão tendo um crescimento maior.

“Em suma o Brasil está ficando mais próspero e mais igual, menos desigual, então estas são as duas tendências mais fortes, a tendência a prosperidade, apesar de alguma desaceleração econômica, a renda do brasileiro continua crescendo, o mercado de trabalho, etc., e dois, os brasileiros de menor renda, sejam eles mulheres, afro-descendentes, pessoas que moram na periferia, que moram em cidades do nordeste, pessoas de baixa educação, etc., todos eles estão tendo um crescimento acima dos outros grupos tradicionalmente incluídos”, afirmou Neri

Os dados sobre crescimento da renda e queda da desigualdade social, apontados pelo ministro, fazem parte de pesquisa sobre o bem estar da população brasileira que foi apresentada para a presidenta Dilma Rousseff na tarde da última segunda-feira(5).

“A gente basicamente fez uma avaliação do bem estar da população brasileira, das condições de vida, olhando quatro dimensões: a dimensão da prosperidade – ou seja, quanto a renda média está crescendo, não só o PIB (Produto Interno Bruto), mas a renda do brasileiro. A segunda dimensão é a dimensão da igualdade, quer dizer, os mais pobres estão tendo crescimento maior do que os outros”, explicou Neri.

“A terceira dimensão é sustentabilidade, será que este crescimento, está redução de desigualdade se sustentam no tempo; e a quarta dimensão é a dimensão da subjetividade, saber como os brasileiros sentem estas mudanças”, disse o ministro.


Em tempo:
na reunião com os demais ministros, Marcelo Neri apresentou 55 slides sobre o “bem-estar do brasileiro”, com dados sobre renda e desigualdade extraídos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da SAE.

Neri confrontou os dados utilizados pelos macroeconomistas em análises que, segundo ele, trazem informações incompletas sobre a qualidade de vida do brasileiro.

“É difícil você tentar entender o Brasil olhando para um conjunto restrito de indicadores e principalmente se você quiser tentar entender o bem-estar dos brasileiros, da população. (…) Acho que é uma realidade pouco discutida, mesmo pelos analistas da área. Acho que as pessoas não estão se debruçando nos dados”, disse.

O ministro informou que, entre 2003 e 2013, o PIB per capita real (descontados a inflação e o crescimento da população) cresceu 27,8%. Já a renda média subiu 51,7%.

Uma informação relevante foi pouco divulgada: a renda dos 10% mais pobres avançou 106,17%.

“As séries estatísticas mostram uma continuidade surpreendente. A desigualdade no Brasil cai e a renda média das pessoas continua subindo independente da conjuntura macroeconômica”, afirmou.

Marcelo Neri foi efetivado como ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE). Participaram da reunião ministros da área econômica, como Miriam Belchior (Planejamento, Orçamento e Gestão), e da área social, como Tereza Campello (Desenvolvimento Social) e Eleonora Menicucci (Secretaria de Políticas para as Mulheres).

 

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Dilma defende trabalhador

A Petrobras não será destruída

 

"No passado, eles empurravam para debaixo do tapete"

 

 

O Conversa Afiada reproduz pronunciamento da Presidenta da República, Dilma Rousseff:


Pronunciamento da Presidenta da República, Dilma Rousseff




30 de abril de 2014

Trabalhadores e trabalhadoras,

Neste primeiro de maio, quero reafirmar, antes de tudo, que é com vocês e para vocês que estamos mudando o Brasil. Vocês que estão nas fábricas, nos campos, nas lojas e nos escritórios, sabem que estamos vencendo a luta mais difícil e mais importante: a luta do emprego e do salário.

Não tenham dúvida: um país que consegue vencer a luta do emprego e do salário, nos dias difíceis que a economia internacional atravessa, esse país é capaz de vencer muitos outros desafios. É com este sentimento que garanto a vocês que temos força para continuar na luta pelas reformas mais profundas que a sociedade brasileira tanto precisa e tanto reclama.

Nas reformas para aperfeiçoar a política, para combater a corrupção, para aumentar a transparência, para fortalecer a economia e para melhorar a qualidade dos serviços públicos.

Nosso governo tem o signo da mudança e, juntos com vocês, vamos continuar fazendo todas as mudanças que forem necessárias para melhorar a vida dos brasileiros. Especialmente dos mais pobres e da classe média.

Continuar com as mudanças, significa, também, continuar lutando contra todo tipo de dificuldades e incompreensões. Porque mudar não é fácil, e um governo de mudança encontra todo tipo de adversários que querem manter seus privilégios e as injustiças do passado. Mas nós não nos intimidamos.

Se hoje encontramos um obstáculo, recomeçamos mais fortes, amanhã. Porque, para mim, as dificuldades são fonte de energia e não de desânimo. Se nem tudo ocorre no tempo previsto e desejado, isso é motivo para acumular mais forças.  Para seguir adiante. E em seguida mudar mais rápido. É assim que se vence as dificuldades. É assim que se vai em frente.

Minhas amigas e meus amigos,

Acabo de assinar uma medida provisória corrigindo a tabela do imposto de renda, como estamos fazendo nos últimos anos, para favorecer aqueles que vivem da renda do seu trabalho.

Isso vai significar um importante ganho salarial indireto e mais dinheiro no bolso do trabalhador.

Assinei, também, um decreto que atualiza em 10% os valores do Bolsa Família, recebidos por 36 milhões de beneficiários do programa brasil sem miséria, assegurando que todos continuem acima da linha da extrema pobreza, definida pela ONU.

Anuncio, ainda, que assumo o compromisso de continuar a política de valorização do salário mínimo, que tantos benefícios vêm trazendo para milhões de trabalhadores e trabalhadoras.

A valorização do salário mínimo tem sido um instrumento efetivo para diminuição da desigualdade e para o resgate da grande dívida social que ainda temos com os nossos trabalhadores mais pobres.

Algumas pessoas reclamam que o nosso salário mínimo tem crescido “mais do que devia”. Para eles, um salário mínimo melhor não significa mais bem estar para o trabalhador e sua família.

Dizem que a valorização do salário mínimo é um erro do governo. E por isso defendem a adoção de medidas duras. Sempre contra os trabalhadores.

Nosso governo nunca será o governo do arrocho salarial, nem o governo da mão dura contra o trabalhador! Nosso governo será, sempre, o governo da defesa dos direitos e das conquistas trabalhistas. Um governo que dialoga com os sindicatos e com os movimentos sociais e encontra caminhos para melhorar a vida dos que vivem do suor do seu trabalho.

Trabalhadoras e trabalhadores,

Meu governo também será sempre o governo do crescimento com estabilidade, do controle rigoroso da inflação e da administração correta das contas públicas.

Nos últimos anos o Brasil provou que é possível, e necessário, manter a estabilidade e ao mesmo tempo garantir o salário e o emprego.

Em alguns períodos do ano, sei que tem ocorrido aumentos localizados de preços, em especial dos alimentos. E esses aumentos causam incômodo às famílias. Mas são temporários. Na maioria das vezes, motivados por fatores climáticos.

Posso garantir a vocês que a inflação continuará rigorosamente sob controle. Mas não podemos aceitar o uso político da inflação por aqueles que defendem o “quanto pior, melhor”. Temos credibilidade política para dizer isso.

Nos últimos 11 anos, tivemos o mais longo período de inflação baixa da história brasileira. Também o período histórico em que mais cresceu o emprego e em que o salário mais se valorizou.

Neste período, o salário do trabalhador cresceu 70% acima da inflação. Geramos mais de 20 milhões de novos empregos com carteira assinada, sendo que 4,8 milhões no atual governo.

Neste mesmo período também conseguimos a maior distribuição de renda da história do brasil.

Trabalhadoras e trabalhadores,

É com seriedade e firmeza que quero voltar a falar das reformas que iniciamos, e vamos continuar lutando para ampliá-las, em favor do brasil.

Quero garantir a você, trabalhadora, e a você, trabalhador, que nossa luta pelas mudanças continua. Nada vai nos imobilizar.

A tarifa de luz, por exemplo, teve a maior redução da história. A seca baixou o nível dos reservatórios, e tivemos de acionar as termoelétricas, o que aumentou muito as despesas. Imagine se nós não tivéssemos baixado as tarifas de energia elétrica em 2013.

Os investimentos que fizemos em geração e transmissão de energia permitem, hoje, ao Brasil superar as dificuldades momentâneas, mantendo a política de tarifas baixas.

Neste primeiro de maio, dia do trabalhador, dia de quem vive honestamente do suor do seu trabalho, quero reafirmar o compromisso do meu governo no combate incessante e implacável à corrupção.

Novos casos tem sido revelados por meio do trabalho da polícia federal e da controladoria geral da união, órgãos do governo federal.

Sei que a exposição destes fatos causa indignação e revolta a todos – seja à sociedade, seja ao governo. Mas isso não vai nos inibir de apurar mais, denunciar mais e mostrar tudo à sociedade, e lutar para que todos os culpados sejam punidos com rigor.

O que envergonha um país não é apurar, investigar e mostrar – o que pode envergonhar um país é não combater a corrupção, é varrer tudo pra baixo do tapete.

O Brasil já passou por isso no passado, e os brasileiros não aceitam mais a hipocrisia, a covardia ou a conivência.

É com esta franqueza que quero falar da Petrobras. A Petrobras é a maior e mais bem sucedida empresa brasileira. É um símbolo de luta e afirmação do nosso país. É um dos mais importantes patrimônios do nosso povo.

Por isso, a Petrobras jamais vai se confundir com atos de corrupção ou ação indevida de qualquer pessoa.

O que tiver de ser apurado, deve e vai ser apurado, com o máximo rigor. Mas não podemos permitir, como brasileiros que amam e defendem seu país, que se utilizem de problemas, mesmo que graves, para tentar destruir a imagem da nossa maior empresa.

Repito, aqui, o que disse há poucos dias em Pernambuco: não transigirei, de nenhuma maneira, em combater qualquer tipo de malfeito, ou atos de corrupção, sejam eles cometidos por quem quer que seja.

Mas igualmente não ouvirei calada, a campanha negativa dos que, para tirar proveito político, não hesitam em ferir a imagem desta empresa que o trabalhador brasileiro construiu com tanta luta, suor e lágrimas.

Trabalhadores e trabalhadoras,

Vocês lembram dos pactos que firmamos após as manifestações de junho. Eles já produziram muitos resultados. Precisamos ampliá-los muito mais.

O pacto pela educação, por exemplo, gerou a lei que permitirá que a maior parte dos royalties e dos recursos do pré-sal seja aplicada na educação.

Isso vai melhorar o salário dos professores e revolucionar a qualidade do nosso ensino.

O pacto pela saúde viabilizou o Mais Médicos, e, em apenas seis meses, já colocamos mais de 14 mil médicos em 3.866 municípios.

E o que é mais importante: estes números significam a cobertura de atenção médica para 49 milhões de brasileiros.

O pacto pela mobilidade urbana está investindo 143 bilhões de reais, o que permite a implantação de metrôs, veículos leves sobre trilhos, monotrilhos, BRTs, corredores de ônibus e trens urbanos.

Com isso, estamos melhorando o sistema viário, e o transporte público, nas cidades brasileiras.  

Além de acelerar as ações destes pactos, é preciso agora, sobretudo, tornar realidade o pacto da reforma política.

Sem uma reforma política profunda, que modifique as práticas políticas no nosso país, não teremos condições de construir a sociedade do futuro que todos almejamos.

Estou fazendo e farei tudo que estiver ao meu alcance para tornar isso uma realidade. Foi assim que encaminhei ao congresso nacional uma proposta de consulta popular para que o povo brasileiro possa debater e participar ativamente da reforma política.

Sempre estive convencida que sem a participação popular não teremos a reforma política que o Brasil exige. Por isso, além da ajuda do congresso e do judiciário, preciso do apoio de cada um de vocês, trabalhador e trabalhadora.

Temos o principal: coragem e vontade política. E temos um lado: o lado do povo. E quem está ao lado do povo, pode até perder algumas batalhas, mas sabe que no final colherá a vitória.

Viva o primeiro de maio!
Viva a trabalhadora e o trabalhador brasileiros!
Viva o Brasil!


Clique aqui para ver o vídeo.

 

sexta-feira, 28 de março de 2014

COMO OS TUCANOS LIQUIDARAM COM A ESPERANÇA DE MILHARES DE TRABALHADORES DAS AÉREAS

 

Um enorme problema ocorrido em 1992, ocasionado pelos militares e pelos TUCANOS que cuidavam do setor aéreo, antigo DAC, e que é um dos motivos da penúria de milhares de aposentados das companhias aéreas privatizadas. Eles romperam um contrato de uma fonte do Fundo de Pensão,  chamado de terceira fonte, que era os 3% recolhidos em todas as passagens desde que o Fundo foi criado. Esse contrato de 30 anos acabou por ser rompido com 9, e claro que isso prejudicou de forma brutal o cálculo elaborado para dar continuidade aos benefícios pagos pelo Fundo durante esses anos todos e para pagamentos futuros.

 

 

Aposentados do Aerus recebem apoio de entidades sindicais

 

Acampados há 16 dias no Salão Verde da Câmara dos Deputados, pensionistas e aposentados do Instituto Aerus, formado por trabalhadores das extintas companhias aéreas (Transbrasil, Cruzeiro, Rio Sul, Nordeste e Varig) receberam o apoio e a solidariedade de diversas lideranças sindicais que participaram de uma audiência Pública na Comissão dos Direitos Humanos do Senado (CDH), na última segunda-feira (24).



Acampados desde segunda-feira (24) no Salão Verdade da Câmara dos Deputados, os aposentados e pensionistas aguardam uma reunião com o ministro da secretaria-geral da presidência, Gilberto Carvalho

Cerca de 20 integrantes do instituto estão acampados no Salão Verde da Câmara dos Deputados. Eles reivindicam apoio do governo e dos parlamentares para tentar solucionar os problemas no pagamento dos benefícios para os quais contribuíram durante o período que estavam na ativa.

Os manifestantes alegam que a média de idade dos mais de 10 mil aposentados prejudicados é de 75 anos, e que a maioria desses trabalhadores está passando por graves dificuldades financeiras. O problema se agrava em consequência de que os aposentados permanecem sem receber retorno dos valores pagos como contribuição ao fundo de pensão.

Segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), os trabalhadores que contribuíram para o fundo estão recebendo apenas 8% do valor que deveria ser pago. O sindicato também informa que, desde setembro de 2013, esses trabalhadores convivem com o temor da extinção desse pagamento, já que os recursos do instituto se esgotaram e o mesmo tem conseguido repassar valores provenientes de sobras de reservas e comercialização de bens de baixo valor.

De acordo com a ex-presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziella Baggio, os benefícios pagos aos aposentados do Aerus terão que ser suspensos, já no mês de abril, em virtude da incapacidade financeira do instituto para arcar com esses pagamentos.

Graziella acusa as extintas companhias aéreas de apropriação indébita. De acordo com a líder sindical, as empresas arrecadavam do trabalhador e simplesmente não repassavam esses valores para o Fundo. “o Juiz da 14º Vara já reconheceu essa questão e responsabilizou a Secretaria de Previdência Complementar, que não atuou e também não verificou que estava acontecendo apropriação indébita. Além disso, tivemos um enorme problema ocorrido em 1992, ocasionado pelos militares que cuidavam do setor aéreo, antigo DAC. Eles romperam um contrato de uma fonte do Fundo de Pensão, que nós chamamos de terceira fonte, que era os 3% recolhidos em todas as passagens desde que o Fundo foi criado. Esse contrato de 30 anos acabou por ser rompido com 9, e claro que isso prejudicou de forma brutal o cálculo elaborado para dar continuidade aos benefícios pagos pelo Fundo durante esses anos todos e para pagamentos futuros. Como se não bastasse, as empresas patrocinadoras não repassavam a parte que elas deveriam destinar ao Fundo”, argumentou.

Lideranças do movimento informaram que tanto o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, quanto o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, assumiram o compromisso de buscar uma solução com o governo.


Fonte: CTB

 

terça-feira, 25 de março de 2014

Dois pesos, duas medidas

Duas formas de dar notícias (mesmo tema) com objetivos diferentes:

1- Notícia para ferrar Dilma (questão dos recursos hídricos para geração de energia)

Governo pode aumentar impostos para compensar gastos com energia
Alta dos tributos deve garantir aumento das receitas em torno de R$ 4 bi para financiar a Conta de Desenvolvimento Energético
25 de março de 2014 | 12h 39

BRASÍLIA - O secretário adjunto da Receita Federal, Luiz Fernando Teixeira Nunes, disse nesta terça-feira, 25, que o Fisco estuda medidas de aumento de tributos para compensar o gasto adicional de R$ 4 bilhões com a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).
"Existem uma série de medidas anunciadas. Há cenários que foram apresentados. Mas a decisão é política de quando serão anunciadas", afirmou. "O ministro (da Fazenda, Guido Mantega) já colocou isso", completou.
Segundo ele, são esses aumentos de impostos que vão garantir um aumento das receitas em torno de R$ 4 bilhões, conforme divulgado no relatório de reavaliação de receitas e despesas do primeiro bimestre.




2-  Notícia para ajudar ALCKMIN (questão dos recursos hídricos para captação de água potável)

Sabesp terá de pagar por água retirada no Alto Tietê
Governo paulista e comitê da bacia esperam arrecadar R$ 24 milhões com início de cobrança que deve afetar 2,5 mil usuários que captam água diretamente em rios, represas e poços da região
Fabio Leite - O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - Em meio à crise de seca, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) e o Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê anunciam nesta quarta-feira, 26, o início da cobrança pelo uso da água captada em rios, represas e poços na região que abrange 36 cidades da Grande São Paulo, incluindo a capital paulista. A medida, que vale também para quem despeja esgoto nos corpos d'água, afeta principalmente as empresas de saneamento básico, como a Sabesp.
Segundo o comitê do Alto Tietê, que recebe água do Sistema Cantareira para abastecer cerca de 19,3 milhões de pessoas na Região Metropolitana, cerca de 2,5 mil empresas que possuem outorgas para fazer captação direta de para prestar serviços, incluindo caminhões-pipa, hotéis, condomínios, shoppings e indústrias, estão sujeitas ao pagamento. A previsão é arrecadar cerca de R$ 24 milhões já em 2014. Em 2016, estima-se que a receita chegue a R$ 40 milhões.



segunda-feira, 10 de março de 2014

O segredo nazista brasileiro

Dono do Hotel Glória tinha campo de concentração no Brasil.

Nos anos 1930, rancho em São Paulo era um campo de trabalhos forçados repleto de suásticas

 

É década de 1930 no Brasil. Um time de futebol com jogadores negros ostenta uma bandeira com o Cruzeiro do Sul — e a suástica nazista. O gado da fazenda está marcado com o mesmo símbolo. Um retrato de Hitler está na parede do casarão. A foto do tal time foi encontrada na fazenda Cruzeiro do Sul, cujo nome explica a constelação que a nomeia. Mas e a suástica?

Campina do Monte Alegre é uma cidade de 5.000 pessoas, no interior de São Paulo. Ali, o rancheiro José Ricardo Rosa Maciel, o Tatão, descobriu um segredo que ficou escondido por 70 anos. “Eu cuidava dos porcos numa casa antiga. Um dia, eles quebraram uma parede e escaparam. Notei que os tijolos tinham caído. Foi um choque enorme.” Os tijolos tinham a marca da suástica. A parceira de Tatão, Senhorinha Barreta da Silva, estudava na Universidade de São Paulo e levou uma das peças para seu professor de história, Dr. Sidney Aguilar Filho.

 

“Fui até a fazenda, onde encontrei uma profusão de insígnias com a suástica, não só nos tijolos, mas em fotografias da época, marcas nos animais, bandeiras. Também achei uma história paralela sobre a transferência de 50 meninos de dez anos que foram tirados de um orfanato no Rio de Janeiro e levados para Campina do Monte Alegre em 1933. Nessas duas histórias, estava a presença da ideologia nazista”, afirma Aguilar Filho. 

Depois de oito anos de pesquisa, apresentou em 2011 a tese “Educação, autoritarismo e eugenia: exploração do trabalho e violência à infância desamparada no Brasil (1930-1945)”. As crianças foram tiradas do orfanato Romão de Mattos Duarte, da Irmandade de Misericórdia. O primeiro grupo, com dez, saiu em 1933, depois mais 20 e outro de 20. Elas ficaram sob a custódia de Osvaldo Rocha Miranda, um dos cinco filhos do industrial Renato Rocha Miranda. A família era dona do famoso Hotel Glória e estava entre as mais ricas e influentes da então capital do Brasil. Com outros dois irmãos, Osvaldo era membro da Ação Integralista Brasileira, organização extremista de direita.

“Minha pesquisa se focou em que sociedade era essa, que Brasil era esse?”, explica Aguilar Filho.  “Era uma cultura extremamente racista e preconceituosa. Na geração seguinte à abolição da escravatura, a estética era extremamente marcada pelo racismo. Com os olhos de hoje, é muito chocante”, diz Aguilar Filho.

EUGENIA BRASILEIRA

O artigo 138 da Constituição da época estabelecia que era função do Estado promover educação baseada em crenças eugênicas, ele aponta. No fim dos anos 1930, a Alemanha era o principal parceiro econômico do Brasil. Havia também, como consequência, fortes laços políticos, ideológicos e culturais. Aqui estava o maior partido nazista fora da Alemanha, com mais de 40 mil afiliados.

Aloysio da Silva e Argemiro dos Santos estavam na primeira leva. “Eles relatam um tratamento muito rígido, sujeito a punição física, sem permissão para deixar a fazenda sozinhos ou sem autorização, trabalho intensivo, com pouca ou nenhuma remuneração. Aloysio se refere a uma infância roubada e fala de escravidão. Argemiro não usa a palavra, mas confirma o uso sistemático da palmatória, violência física, chicotadas e punições”, afirma Aguilar Filho.

 

Maurice Rocha Miranda, sobrinho bisneto de Otavio e Osvaldo, nega que as crianças fossem “escravas” e diz que sua família deixou de apoiar os nazistas muito antes da Segunda Guerra.

Mas a história dos dois sobreviventes — que nunca mais se encontraram — é curiosamente similar. Ainda vivendo perto da Cruzeiro do Sul, Aloysio, 90, relembra quando foi levado do orfanato. Com doces e “lábia”, Osvaldo disse que daria a eles uma nova vida. “Ele prometeu o mundo. Mas não era nada daquilo. Nós recebemos enxadas, uma cada. Para tirar o capim, para limpar a fazenda. Fiquei preso porque me enganaram. Fui trapaceado. Esquentou meu sangue”, diz Aloysio. Os meninos eram chamados por números. Aloysio era o 23. Dois cães de guarda mantinham os garotos comportados.

Outro sobrevivente, Argemiro dos Santos, 89, vive em Foz do Iguaçu. “Na fazenda havia fotografias de Hitler, e o tempo todo você era forçado a saudar com o ‘anauê’, a saudação alemã”, ele diz. O “anauê” era, na verdade, a saudação dos integralistas, gesto idêntico ao “sigheil” da Alemanha hitlerista. Argemiro escapou da fazenda para se juntar à Marinha, indo à Europa lutar contra o führer cujos admiradores foram seus captores.

 

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

AZEREDO DIZ QUE FHC TAMBÉM TEM RESPONSABILIDADE

"Insisto em que as responsabilidades de um governador são semelhantes e proporcionais às de um presidente da República!"

Em carta de renúncia,  Azeredo diz ser ‘bode expiatório’

Deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG) deixa mandato dias após seu pedido de condenação por envolvimento em esquema de corrupção em campanha eleitoral de 1998

19 de fevereiro de 2014 | 13h 39

Brasília - O deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG) apresentou no início da tarde desta quarta-feira, 19, sua carta de renúncia à Câmara dos Deputados. Em três páginas, o tucano réu no processo do mensalão mineiro reclamou de ataques e pressões de adversários, afirmou ter sido transformado em "alvo político" e disse que não aceitará que seu nome e o de seu partido sejam "enxovalhados".

"Minhas forças já se exaurem, com sério risco para a minha saúde e para a integridade de minha família. Não aceito que o meu nome continue sendo enxovalhado, que meus eleitores sejam vítimas, como eu, de mais decepções, e que sejam atingidos o meu amado Estado de Minas Gerais e o meu partido, o PSDB", afirma Azeredo. A carta de renúncia foi entregue por seu filho, Renato Azeredo, ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e lida no plenário da Câmara.

No início do mês, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entregou ao STF suas alegações finais no processo e pediu condenação de 22 anos de prisão e multa de R$ 451 mil para Azeredo. Pela denúncia, o tucano participou de desvio de recursos de estatais mineiras em 1998 para financiar sua campanha pela reeleição para o governo de Minas em esquema que também ficou conhecido como "valerioduto" tucano, devido ao envolvimento no caso do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, já condenado a mais de 40 anos de prisão pelo Supremo por participação no mensalão federal.

Na carta, Azeredo diz que uma "tragédia" desabou sobre ele e sua família e que as acusações da Procuradoria Geral da República "são desumanas". "As alegações injustas, agressivas, radicais e desumanas da PGR formaram a tormenta que me condena a priori e configuram mais uma antiga e hedionda denúncia da Inquisição do que uma peça acusatória do Ministério Público", declara.

Azeredo enfatizou que a denúncia da PGR tem como base testemunhos e documentos falsos e que ele não é culpado de peculato e lavagem de dinheiro, como acusa a PGR. Ele ressaltou que foi transformado em "alvo político" para compensar os delitos dos outros. "Insisto em que as responsabilidades de um governador são semelhantes e proporcionais às de um presidente da República!", escreveu.

Ao final, Azeredo alegou que preferia renunciar para não se sujeitar "a execração pública" por ser deputado. "Deixo o Parlamento para dedicar todos os meus dias à defesa de minha honra e de minha liberdade", afirmou.

A renúncia ao mandato era considerada como uma saída jurídica para Azeredo se livrar do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Com isso, a Corte terá de decidir se mantém o processo sob seus cuidados ou se o encaminha para a primeira instância, o que prolonga o caso e pode causar a prescrição de alguns crimes.

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,em-carta-de-renuncia-reu-do-mensalao-mineiro-diz-ser-alvo-politico,1132026,0.htm

 

 

 

 

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