domingo, 29 de janeiro de 2006

Pesquisas mostram dois movimentos. A recuperação do presidente Lula e o esvaziamento das intenções de voto em Serra — avalia Márcia, diretora do IBOPE.

Chamou a atenção para a rejeição de 30% do presidente, que considera elevada,mas na pesquisa CNT/Sensus, de novembro, a rejeição, medida em pergunta individual, foi de 47%.

Os especialistas em pesquisas de intenções de voto avaliam que pode estar em curso um movimento de recuperação da imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de seu governo, o que justificaria o resultado da última pesquisa Ibope/Isto É.

Em relação à pesquisa CNI/Ibope, de dezembro, a diretora do instituto, Márcia Cavallari, afirmou que o presidente Lula teve um crescimento significativo na região Nordeste, entre os eleitores homens, os de menor renda familiar e os de baixo grau de instrução. Mas além do crescimento de Lula, Márcia aponta a redução das intenções de voto no candidato melhor colocado do PSDB, o prefeito José Serra.

A pesquisa

— Para a pesquisadora, o crescimento de Lula pode ser explicado como sendo o resultado da campanha publicitária de prestação de contas das ações de governo, da entrevista que o presidente concedeu ao programa “Fantástico”, da TV Globo, e também ao fato de o foco da crise política ter se deslocado do Executivo para o Congresso por causa da convocação extraordinária. Quanto à queda de Serra, ela diz que o desempenho do tucano pode ter sido resultado de uma “bolha” provocada pelas inserções nacionais e redes nacionais e estaduais de rádio e televisão que o PSDB e a oposição tiveram naquele período. Em novembro, foram ao ar em rede nacional de televisão os programas do PSDB, dia 24, do PFL, dia oito, e do PDT, dia 17, sendo que os tucanos tiveram oito dias de inserções nacionais. O PFL contou com uma rede estadual no dia 24, e o PT no dia 21:

— Serra teve uma bolha momentânea, mas seus índices voltaram ao patamar de setembro.

‘Não há mais a comoção do início da crise’



O presidente do instituto Sensus, Ricardo Guedes, cuja pesquisa CNT/Sensus será divulgada na primeira quinzena de fevereiro, avalia que o crescimento de Lula se deve ao fato de ter passado o susto provocado pelas denúncias de que há corrupção no governo petista.



Os eleitores também estariam prestando atenção nas realizações do governo Lula. Guedes chamou a atenção para a rejeição de 30% do presidente, que considera elevada. Na pesquisa CNT/Sensus, de novembro, a rejeição, medida em pergunta individual, foi de 47%, sendo que a rejeição medida pelo Ibope foi feita no sistema de lista, na qual o pesquisado opta por exclusão diante de várias alternativas.

— Não há mais a comoção do início da crise. O eleitor está mais racional e está avaliando o que cada um fez. E o governo tem realizações no social, na economia e que podem ter colaborado na sua recuperação — acha.

A pesquisa Ibope/Isto É mostra, tanto no cenário em que o adversário é Serra quanto no que é o governador Geraldo Alckmin, que as intenções de voto de Lula são superiores à sua média entre os homens, entre os que têm escolaridade até a oitava série, nos municípios de até 100 mil habitantes, entre os que ganham até cinco salários-mínimos e no Nordeste

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