Eliakin Araújo
É no mínimo estranha, para não dizer suspeita, essa história do garoto de oito anos que passou no vestibular para a Faculdade de Direito da UNIP, em Goiânia. O menino, João Victor Portelinha de Oliveira, ainda saiu esnobando o concurso, dizendo que as provas foram fáceis e que estudou apenas uma semana. Ou esse garoto é um gênio ou essa faculdade não merece estar aberta.
Nada contra o João, ele pode até estar sendo vítima de uma manipulação, mas pelo pouco que vi na TV, ele não tem nenhuma vocação para gênio. É um menino normal, com as infantilidades próprias da idade. Observa-se nirtidamente que suas declarações à TV foram influenciadas por adultos.
Quanto à faculdade não tenho como fazer qualquer avaliação, mas temo que seja mais um desses balcões de ensino que proliferam pelos rincões do Brasil, despejando no mercado de trabalho pessoas inabilitadas ou as que querem simplesmente exibir um título, pregando na parece do escritório o diploma emoldurado.
A faculdade alega que o regulamento permite que futuros vestibulandos possam prestar os exames a título de treinamento. Até aí tudo bem, é aceitável. Mas não é possível que o tal regulamento não imponha limites de idade ou escolaridade, não permitindo que um garoto que sequer terminou o curso fundamental possa prestar esse exame.
Peço vênia aos leitores para relembrar meu concurso para a Faculdade Nacional de Direito (em algum momento da década de sessenta). Eram quatro as matérias de prova. Português, Latim, História Geral e uma língua à escolha do candidato (inglês ou francês). As provas eram todas dissertativas, não existia essa famigerada múltipla escolha, onde o preparo do candidato é substituído pela loteria das cruzinhas nos quadradinhos.
Mas além das provas escritas, havia o exame oral onde o candidato sentava numa banca examinadora, formada por professores catedráticos, e era testado pelos três examinadores. Quando li a história do garoto de Goiânia, voltei no tempo e imaginei-o sentado na sala de aula, com toda carga de nervosismo que um teste desse tipo provoca no candidato, aguardando ser chamado para enfrentar a banca examinadora de latim.
O coração bate mais rápido quando Wandick Londres da Nóbrega (cito esse professor, politicamente incorreto, pela fama de carrasco que tinha), chefe da banca oral de Latim, chama João Victor. Ele caminha timidamente em direção à banca e Wandick, com sua voz autoritária, manda que ele sente e sorteie um ponto. O examinador olha suas anotações e dá a ordem: “Abra aí a Eneida de Virgílio na página 127. Leia e traduza em voz alta”. Como se saíria o nosso João Victor?
Não defendo o exame oral para todas as carreiras, mas em algumas, sobretudo a que forma advogados, deveria ser obrigatório. Embora eu reconheça que esse tipo de avaliação, pelos seus conceitos subjetivos, é sempre uma porta aberta para a entrada de parentes e outros apaniguados, como se suspeitava na época, quando um candidato sabidamente despreparado (desde o cursinho pré-vestibular) conseguia no exame oral a nota necessária para aprovação, sem depender do resultado da prova escrita. Mas sempre funcionava como dique que represava a passagem de incompetentes e mal preparados.
Mas, voltando ao João Victor, a Faculdade, em nota oficial, declara: “O desempenho do estudante, levando em consideração sua idade e escolaridade, foi bom, especialmente na prova de redação, em que revelou boa capacidade de expressão e manejo eficiente da língua”.
Diante dessa declaração, e para que os estudantes de direito de todo país não se sintam envergonhados com essa situação vexatória, a Faculdade está na obrigação de divulgar as provas de João Victor e assim dirimir de vez a dúvida: o que aconteceu em Goiânia foi real ou uma farsa?
PS . Eu queria explicar p vcs minha discurcao com dr marcelo, mas eu não vou tocar mas nesse assustu. Não me interressa ficar remuendo coisas sem valor, entao marcelo para mim hoje uma pessoa mal, vingativa, que arruma pretestos para que as pessoa fiquem contra ele, se pessoa veste azul ou branco o que me enterressa. Da Big Brother Gyselle em seu blog, citado por Joaquim Ferreira dos Santos, em O Globo, 06/03/08.
Tomara que Gyselle não faça o vestibular da UNIP em Goiânia. Ela corre o risco de ser aprovada.
É no mínimo estranha, para não dizer suspeita, essa história do garoto de oito anos que passou no vestibular para a Faculdade de Direito da UNIP, em Goiânia. O menino, João Victor Portelinha de Oliveira, ainda saiu esnobando o concurso, dizendo que as provas foram fáceis e que estudou apenas uma semana. Ou esse garoto é um gênio ou essa faculdade não merece estar aberta.
Nada contra o João, ele pode até estar sendo vítima de uma manipulação, mas pelo pouco que vi na TV, ele não tem nenhuma vocação para gênio. É um menino normal, com as infantilidades próprias da idade. Observa-se nirtidamente que suas declarações à TV foram influenciadas por adultos.
Quanto à faculdade não tenho como fazer qualquer avaliação, mas temo que seja mais um desses balcões de ensino que proliferam pelos rincões do Brasil, despejando no mercado de trabalho pessoas inabilitadas ou as que querem simplesmente exibir um título, pregando na parece do escritório o diploma emoldurado.
A faculdade alega que o regulamento permite que futuros vestibulandos possam prestar os exames a título de treinamento. Até aí tudo bem, é aceitável. Mas não é possível que o tal regulamento não imponha limites de idade ou escolaridade, não permitindo que um garoto que sequer terminou o curso fundamental possa prestar esse exame.
Peço vênia aos leitores para relembrar meu concurso para a Faculdade Nacional de Direito (em algum momento da década de sessenta). Eram quatro as matérias de prova. Português, Latim, História Geral e uma língua à escolha do candidato (inglês ou francês). As provas eram todas dissertativas, não existia essa famigerada múltipla escolha, onde o preparo do candidato é substituído pela loteria das cruzinhas nos quadradinhos.
Mas além das provas escritas, havia o exame oral onde o candidato sentava numa banca examinadora, formada por professores catedráticos, e era testado pelos três examinadores. Quando li a história do garoto de Goiânia, voltei no tempo e imaginei-o sentado na sala de aula, com toda carga de nervosismo que um teste desse tipo provoca no candidato, aguardando ser chamado para enfrentar a banca examinadora de latim.
O coração bate mais rápido quando Wandick Londres da Nóbrega (cito esse professor, politicamente incorreto, pela fama de carrasco que tinha), chefe da banca oral de Latim, chama João Victor. Ele caminha timidamente em direção à banca e Wandick, com sua voz autoritária, manda que ele sente e sorteie um ponto. O examinador olha suas anotações e dá a ordem: “Abra aí a Eneida de Virgílio na página 127. Leia e traduza em voz alta”. Como se saíria o nosso João Victor?
Não defendo o exame oral para todas as carreiras, mas em algumas, sobretudo a que forma advogados, deveria ser obrigatório. Embora eu reconheça que esse tipo de avaliação, pelos seus conceitos subjetivos, é sempre uma porta aberta para a entrada de parentes e outros apaniguados, como se suspeitava na época, quando um candidato sabidamente despreparado (desde o cursinho pré-vestibular) conseguia no exame oral a nota necessária para aprovação, sem depender do resultado da prova escrita. Mas sempre funcionava como dique que represava a passagem de incompetentes e mal preparados.
Mas, voltando ao João Victor, a Faculdade, em nota oficial, declara: “O desempenho do estudante, levando em consideração sua idade e escolaridade, foi bom, especialmente na prova de redação, em que revelou boa capacidade de expressão e manejo eficiente da língua”.
Diante dessa declaração, e para que os estudantes de direito de todo país não se sintam envergonhados com essa situação vexatória, a Faculdade está na obrigação de divulgar as provas de João Victor e assim dirimir de vez a dúvida: o que aconteceu em Goiânia foi real ou uma farsa?
PS . Eu queria explicar p vcs minha discurcao com dr marcelo, mas eu não vou tocar mas nesse assustu. Não me interressa ficar remuendo coisas sem valor, entao marcelo para mim hoje uma pessoa mal, vingativa, que arruma pretestos para que as pessoa fiquem contra ele, se pessoa veste azul ou branco o que me enterressa. Da Big Brother Gyselle em seu blog, citado por Joaquim Ferreira dos Santos, em O Globo, 06/03/08.
Tomara que Gyselle não faça o vestibular da UNIP em Goiânia. Ela corre o risco de ser aprovada.
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