As portas do gabinete de Lula se abriram nesta sexta-feira (3) para um convidado inusitado: Cristovam Buarque (PDT-DF).
Demitido da pasta da Educação em 23 de janeiro de 2004, havia quatro anos e oito meses que o senador não tinha um tête-à-tête com Lula.
Cristovam contou a um amigo que foi ao presidente imaginando que desejasse conversar sobre um tema que se insinua no noticiário há semanas: a candidatura dele à direção-geral da Unesco.
Não era, porém, sobre Unesco que Lula queria falar. Na antevéspera das eleições municipais de 2008, o presidente arrastou Cristovam para o futuro. Falou de 2010.
Lula repetiu a Cristovam coisas que vem dizendo, nos últimos dias, a outras lideranças do consórcio partidário que gravita ao redor do governo:
1. Deseja que todas as legendas governistas se apresentem ao eleitor na sucessão presidencial unidas;
2. Quer que essa união ocorra já no primeiro turno da eleição;
3. Cristovam ponderou que, se o PDT permitir, ele próprio deseja candidatar-se ao Planalto, a exemplo do que fizera em 2006;
4. O presidente insistiu na tecla da unidade. Não vê sentido no adiamento da junção dos partidos para o segundo turno;
5. A despeito da atmosfera túrbida que se espraia pelo mundo a partir da crise que faz tremer a economia dos EUA, Lula exalou otimismo;
6. Disse acreditar que chega ao final do governo recoberto de êxito, em condições de fazer o sucessor;
7. Embora desconverse em público, entre quatro paredes Lula não fez rodeios quanto ao nome que pretende apadrinhar em 2010: Dilma Rousseff.
Ocorrida ao longo do expediente de uma sexta-feira preguiçosa, a conversa entre Lula e Cristovam se arrastou por cerca de uma hora.
O encontro teve como testemunha o ministro Fernando Haddad (Educação). Falou-se um pouco da crise.
Mencionou-se também a educação, um tema obrigatório em toda mesa que tenha os cotovelos de Cristovam.
Mas a sucessão presidencial prevaleceu em 70% da audiência. Lula parece mesmo convencido de que chegou a hora de pôr de pé o projeto Dilma 2010.
Há duas semanas, em reunião com Michel Temer (SP), presidente do PMDB, Lula puxara o mesmo assunto. Revelara ao deputado uma outra pretensão já sedimentada.
Deseja que o candidato a vice na chapa de Dilma saia dos quadros do PMDB -o maior partido da aliança governista, o que dispõem de uma estrutura mais nacionalizada.
Antes, em conversas com dois dirigentes do PSB, Lula dissera o mesmo que afirmou a Cristovam: gostaria que o partido não lançasse candidato em 2010.
Pedido difícil de atender. O PSB tem em Ciro Gomes (PSB) um candidato muito bem-posto nas sondagens presidenciais.
Nos cenários em que o tucano José Serra está presente, Ciro ocupa a segunda colocação, bem à frente de Dilma, ainda num modesto quarto lugar.
Nas prospecções em que o PSDB é representado por Aécio Neves, Ciro salta para primeiro. Dilma mantém-se em quarto.
O governador Eduardo Campos (Pernambuco), presidente do PSB, freqüenta o noticiário como candidato a vice de Dilma. Mas Lula quer um vice do PMDB.
Na cabeça de Lula, o segundo turno de 2010 será disputado por Dilma e José Serra.
Acha que a ministra-chefe da Casa Civil, uma vez lançada, vai escalar as pesquisas.
Lula crê, de resto, que, seduzidas pelos 80% de popularidade que o Ibope lhe atribuiu, as legendas governistas virão para o seu projeto quase que por gravidade.
A pergunta é: submetido aos estilhaços que vêm dos EUA, Lula conseguirá reter índice tão fabuloso de aprovação até 2010? O presidente acha que sim.
Mostra-se convencido de que os efeitos da crise sobre a economia brasileira não serão profundos o bastante para tisnar o bom conceito popular que sua gestão e ele próprio granjearam.
Agarra-se a um argumento que costuma ser levado à mesa pelo presidente do BC, Henrique Meirelles: com reservas internacionais de US$ 205 bilhões, o Brasil tem bala para reagir à tormenta.
De resto, afirma que, em 2009, os resultados do PAC, programa que já tratou de associar a “mãe Dilma”, começarão a aparecer.
As expectativas de Lula constituem, como se vê, um mero vir a ser. Condicionado a uma conjuntura econômica que ninguém sabe ao certo onde vai dar.
De concreto, tem-se apenas o seguinte: com mais de dois anos de antecedência, Lula começou a tratar de 2010 a sério. Algo que vai se intensificar depois da abertura das urnas de 2008.
Cristovam deixou o Planalto sem ouvir palavra acerca da direção-geral da Unesco. O japonês Koichiro Matsuura, que ocupa a cadeira, será ejetado em outubro de 2010.
Um grupo de artistas e intelectuais articula a candidatura de Cristovam. O governo brasileiro precisaria se envolver. Mas, em meio às urnas de 2008, Lula só tem olhos para o palanque de 2010.
Demitido da pasta da Educação em 23 de janeiro de 2004, havia quatro anos e oito meses que o senador não tinha um tête-à-tête com Lula.
Cristovam contou a um amigo que foi ao presidente imaginando que desejasse conversar sobre um tema que se insinua no noticiário há semanas: a candidatura dele à direção-geral da Unesco.
Não era, porém, sobre Unesco que Lula queria falar. Na antevéspera das eleições municipais de 2008, o presidente arrastou Cristovam para o futuro. Falou de 2010.
Lula repetiu a Cristovam coisas que vem dizendo, nos últimos dias, a outras lideranças do consórcio partidário que gravita ao redor do governo:
1. Deseja que todas as legendas governistas se apresentem ao eleitor na sucessão presidencial unidas;
2. Quer que essa união ocorra já no primeiro turno da eleição;
3. Cristovam ponderou que, se o PDT permitir, ele próprio deseja candidatar-se ao Planalto, a exemplo do que fizera em 2006;
4. O presidente insistiu na tecla da unidade. Não vê sentido no adiamento da junção dos partidos para o segundo turno;
5. A despeito da atmosfera túrbida que se espraia pelo mundo a partir da crise que faz tremer a economia dos EUA, Lula exalou otimismo;
6. Disse acreditar que chega ao final do governo recoberto de êxito, em condições de fazer o sucessor;
7. Embora desconverse em público, entre quatro paredes Lula não fez rodeios quanto ao nome que pretende apadrinhar em 2010: Dilma Rousseff.
Ocorrida ao longo do expediente de uma sexta-feira preguiçosa, a conversa entre Lula e Cristovam se arrastou por cerca de uma hora.
O encontro teve como testemunha o ministro Fernando Haddad (Educação). Falou-se um pouco da crise.
Mencionou-se também a educação, um tema obrigatório em toda mesa que tenha os cotovelos de Cristovam.
Mas a sucessão presidencial prevaleceu em 70% da audiência. Lula parece mesmo convencido de que chegou a hora de pôr de pé o projeto Dilma 2010.
Há duas semanas, em reunião com Michel Temer (SP), presidente do PMDB, Lula puxara o mesmo assunto. Revelara ao deputado uma outra pretensão já sedimentada.
Deseja que o candidato a vice na chapa de Dilma saia dos quadros do PMDB -o maior partido da aliança governista, o que dispõem de uma estrutura mais nacionalizada.
Antes, em conversas com dois dirigentes do PSB, Lula dissera o mesmo que afirmou a Cristovam: gostaria que o partido não lançasse candidato em 2010.
Pedido difícil de atender. O PSB tem em Ciro Gomes (PSB) um candidato muito bem-posto nas sondagens presidenciais.
Nos cenários em que o tucano José Serra está presente, Ciro ocupa a segunda colocação, bem à frente de Dilma, ainda num modesto quarto lugar.
Nas prospecções em que o PSDB é representado por Aécio Neves, Ciro salta para primeiro. Dilma mantém-se em quarto.
O governador Eduardo Campos (Pernambuco), presidente do PSB, freqüenta o noticiário como candidato a vice de Dilma. Mas Lula quer um vice do PMDB.
Na cabeça de Lula, o segundo turno de 2010 será disputado por Dilma e José Serra.
Acha que a ministra-chefe da Casa Civil, uma vez lançada, vai escalar as pesquisas.
Lula crê, de resto, que, seduzidas pelos 80% de popularidade que o Ibope lhe atribuiu, as legendas governistas virão para o seu projeto quase que por gravidade.
A pergunta é: submetido aos estilhaços que vêm dos EUA, Lula conseguirá reter índice tão fabuloso de aprovação até 2010? O presidente acha que sim.
Mostra-se convencido de que os efeitos da crise sobre a economia brasileira não serão profundos o bastante para tisnar o bom conceito popular que sua gestão e ele próprio granjearam.
Agarra-se a um argumento que costuma ser levado à mesa pelo presidente do BC, Henrique Meirelles: com reservas internacionais de US$ 205 bilhões, o Brasil tem bala para reagir à tormenta.
De resto, afirma que, em 2009, os resultados do PAC, programa que já tratou de associar a “mãe Dilma”, começarão a aparecer.
As expectativas de Lula constituem, como se vê, um mero vir a ser. Condicionado a uma conjuntura econômica que ninguém sabe ao certo onde vai dar.
De concreto, tem-se apenas o seguinte: com mais de dois anos de antecedência, Lula começou a tratar de 2010 a sério. Algo que vai se intensificar depois da abertura das urnas de 2008.
Cristovam deixou o Planalto sem ouvir palavra acerca da direção-geral da Unesco. O japonês Koichiro Matsuura, que ocupa a cadeira, será ejetado em outubro de 2010.
Um grupo de artistas e intelectuais articula a candidatura de Cristovam. O governo brasileiro precisaria se envolver. Mas, em meio às urnas de 2008, Lula só tem olhos para o palanque de 2010.
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