sexta-feira, 12 de agosto de 2011

67,16% dos estudantes das federais precisam de apoio institucional para se formar, diz relatórioTweet

 

O mito de que estudantes das universidades federais são os mais ricos caiu por terra nesta última quarta, 3, após ser divulgado o resultado da pesquisa da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDIFES). De acordo com o relatório, 44% dos estudantes pertencem às classes C, D e E, enquanto que estudantes da classe A totalizam somente 15%, com maior concentração na região Centro-Oeste.
Com o intuito de mapear a vida social, econômica e cultural dos estudantes de graduação presencial, o “Perfil Socioeconômico e Cultural dos Estudantes de Graduação das Universidades Federais Brasileiras”, desenvolvida de outubro a dezembro 2010, comprovou que atualmente, um contingente de 67,16% necessita de algum tipo de apoio institucional para a sua permanência e conclusão de curso.


A pesquisa é relevante ao passo que atualiza o perfil dos universitários em comparação as duas últimas análises (2003/4 e 1996/7). Aplicado para possibilitar a agilidade da pesquisa, a qualquer tempo, o relatório utilizou o Sistema de Informação do Perfil do Estudante, o SIPE-Brasil. Este que permitiu efetuar levantamentos de dados, cruzamento e mapeamentos em geral de forma online, facilitando a coleta de informações.
Confira alguns dados desta pesquisa:

Trabalho
De acordo com o relatório, mais de um terço dos estudantes, 37,6%, trabalham. O destaque se dá para a região Sul, no qual quase a metade dos estudantes se esforça para trabalhar e atender as exigências da vida universitária. Os estudantes que mais exercem atividade não acadêmica remunerada regularmente são os das classes econômicas C, D e E, que totaliza 37,63%.

Faixa Etária
A pesquisa revelou que 75% dos estudantes universitários são jovens na faixa etária de até 24 anos. No entanto, a maior concentração se dá na faixa de 21 anos de idade. Na região Sudeste este índice sobe para 77,8%, enquanto as regiões Norte e Sul apresentam os menores percentuais, 70,1% e 71.8%, respectivamente.

Estado Civil
86,6% dos universitários são solteiros. Segundo o presidente da Andifes quando a pesquisa foi realizada, professor Edward Brasil (UFGO), essa constatação parece refletir uma mudança de comportamento social que está exigindo, cada vez menos, um casamento formal para que duas pessoas se organizem numa vida conjugal. O relatório também acrescentou perguntas relativas à separação/divórcio e a morte do cônjuge.

Transporte
O transporte coletivo é utilizado por mais da metade dos estudantes para ir à universidade, excetuando a região Centro-Oeste, na qual a maioria dos estudantes utiliza transporte próprio. Nas demais regiões mais da metade dos estudantes fazem uso de transporte coletivo, sendo identificados os índices mais altos nas regiões Norte e Nordeste (64,0% e 61,1%). Além disso, foi observada ao longo das três pesquisas, uma constante elevação no percentual de estudantes que se deslocam a pé, de carona,de bicicleta para a universidade. Este número passou de 14,6% em 1996/7 para 18,63% em 2010.

Raça
Apesar da maioria dos universitários serem de etnia branca (54%), em especial na classe A (74%), o relatório destaca que “o percentual de estudantes de raça/cor/etnia preta” (expressão utilizada na divulgação da pesquisa) aumentou para 8,7% em 2010. Este aumento ocorreu em todas as regiões, com ênfase para a região Norte, que praticamente dobrou o número de estudantes (13,4%), e a região Nordeste, que teve um aumento de 46%.
Esta nova configuração, segundo a pesquisa, se deve, sobretudo, pela institucionalização nos últimos anos das várias políticas de inclusão, em especial das modalidades de ações afirmativas e também do programa de expansão das Universidades Federais. “O aumento do universo de estudantes de raça/cor/etnia preta e parda, majoritariamente nas classes C, D e E, evidencia o importante papel dessas políticas na democratização do acesso à universidade pública” é o que se lê no relatório final. Não obstante, verificou-se uma diminuição da população indígena (0,9%), concentrando-se majoritariamente na classe E, além da diminuição no número dos estudantes considerados amarelos.

Para acompanhar a pesquisa completa acesse

 

http://www.ufsj.edu.br/portal2-repositorio/File/ascom/Relatorio_do_perfil_dos_estudantes_nas_universidades_federais.pdf

 

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