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greves, protestos, chuva, trânsito ruim...

Servidores estaduais fazem manifestação em frente à Cidade Administrativa e param Linha Verde. Professores da rede municipal saem em passeata no Centro da cidade

Flávia Ayer
Jair Amaral/EM/D.A press

Tropa de Choque de Aécio Neves protege a nova sede do gonverno e manifestantes ocupam pistas da MG-010

Mais um dia de greves, manifestações e chuva em Belo Horizonte. Mais um dia tumultuado. Depois da paralisação dos rodoviários, que deixou milhões de pessoas sem transporte e complicou o tráfego da capital na segunda-feira, a semana continua quente, com fortes impactos no trânsito. Na primeira manifestação de servidores estaduais na Cidade Administrativa, no Bairro Serra Verde, na Região Norte, ontem, a MG-010, trecho da Linha Verde projetada para fluxo rápido e que liga o Centro da capital a várias cidades da região metropolitana e ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves, parou das 16h às 16h30. Cerca de 2,5 mil manifestantes, reivindicando elevação de piso salarial e outros benefícios, tomaram as pistas no sentido BH, causando engarrafamento de mais de cinco quilômetros na via pela qual transitam cerca de 80 mil veículos por dia. A tropa de choque da Polícia Militar (PM) controlou a confusão, que terminou com uma fogueira sobre o asfalto.

No Centro da capital, protestos de servidores da rede municipal de educação também deixaram marcas no trânsito. Cerca de 1,5 mil pessoas fizeram passeata na Avenida Afonso Pena, com protestos diante do prédio da prefeitura, onde houve o anúncio de greve por tempo indeterminado. A reivindicação é aumento de 22,41% nos salários. Na saúde, o cenário é também de paralisação. Os médicos do Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, o maior de BH e voltado para urgências e emergências, continuam de braços cruzados até amanhã, caso as negociações salariais não avancem.

E o que está ruim pode piorar. Com a bandeira do reajuste salarial, o movimento na Cidade Administrativa, que reuniu, principalmente, funcionários estaduais das áreas de educação, saúde e segurança, resultou em uma sinalização de paralisação geral da máquina do estado. Representantes dos servidores da educação anunciaram que, caso não haja negociação, haverá greve por tempo indeterminado a partir do dia 8. A decisão foi tomada em assembleia ontem, em frente à sede do governo. De acordo com a Secretaria de Estado da Educação (SEE), funcionários de 20% das escolas estaduais aderiram à manifestação.

“Os professores têm piso menor que o salário mínimo. Queremos que passe para R$ 1.312,85”, reivindica a coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE), que representa 220 mil servidores, Beatriz Cerqueira. Os funcionário de outras áreas, inclusive da segurança pública, ameaçam parar a partir do dia 3. A secretária de Estado de Planejamento e Gestão, Renata Vilhena, afirma que há previsão de acordo com os trabalhadores, mas depois da visita da vice-presidente do Banco Mundial, Pamela Cox, ao Palácio das Mangabeiras, "Está em discussão a possibilidade de concessão de alguns benefícios. Mas quem vai anunciar é o governador Aécio Neves, o que deve ocorrer antes da data de desincompatibilização, dia 3.

A tropa de choque da PM montou uma barreira para evitar que manifestantes se aproximassem dos prédios da Cidade Administrativa, pois essa era a intenção dos sindicalistas. De acordo com o coronel Sandro Teatini, do Batalhão de Ações Especiais, a operação contou com 400 homens, incluindo militares da cavalaria. Toda a sede do governo também foi cercada com grades. Os manifestantes começaram a se reunir às 14h e vieram dos mais diversos lugares. Sindicalistas estimaram que metade dos participantes veio do interior do estado. Com dois carros de som e muitas bandeiras e faixas, eles contornaram os prédios do governo até invadir a Linha Verde.

DINHEIRO Para estimular participação no movimento, os sindicatos pagaram ônibus e alimentação aos funcionários estaduais do interior. Os que vieram de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, a 292 quilômetros de BH, receberam R$ 20 para custear a viagem e alimentação. Os de Manhuaçu, na Zona da Mata, a 278 quilômetros da capital, embolsaram R$ 30. Membro do Conselho Municipal de Saúde, José Geraldo, de BH, foi um dos que engrossaram o coro e ganhou almoço em um restaurante no Centro de BH. O dinheiro, segundo um dos sindicatos à frente da manifestação, vem do montante recolhido com a filiação dos servidores. “O que a gente faz é devolver. São eles quem pagam ao sindicato”, afirma.

Cristina Horta/EM/D.A press