IBGE aponta queda em migrações entre regiões
Pesquisa divulgada nesta sexta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra mudanças nas migrações entre as regiões do país. O estado de São Paulo não exerce a mesma atração de duas décadas atrás, e o Nordeste não é mais a principal área de emigração.
De acordo com o levantamento, o número de migrações entre regiões vem apresentando queda. De
A Região Sudeste, entre 2004 e 2009, teve mais emigrantes do que imigrantes (saldo de 12,4 mil) e o Nordeste, de onde partia boa parte de pessoas em busca de melhores condições de vida em outras regiões do país, perde população em escala menor.
A pesquisa também mostra que, na maioria dos estados brasileiros, o fluxo de imigrantes e de emigrantes é praticamente igual. Entre 1999 e 2009, mesmo áreas consideradas tipicamente emigratórias ou aquelas potencialmente atrativas registraram trocas equilibradas.
Porte médio
As cidades brasileiras de porte médio, localizadas ao longo de rodovias, ganharam mais habitantes na última década do que as capitais de nove regiões metropolitanas, que anteriormente puxavam o avanço populacional.
A comparação desses números com os de variação da renda domiciliar per capita também permite verificar uma forte correlação entre o aumento nos rendimentos e no número de habitantes nos últimos dez anos.
Com exceções, prefeituras com mais ganhos médios ganharam mais moradores. Turbinados por "atividades econômicas complexas, que articulam atividades agrícola e industrial diversificadas", segundo a pesquisa, esses eixos de crescimento populacional de destacam na pesquisa.
Um ponto de forte concentração é denominado "megaespaço de São Paulo", com a aglomeração principal em torno da capital paulista e outras cinco aglomerações menores, orbitando Campinas, Jundiaí, Sorocaba, Santos e São José dos Campos, em um raio de
São Paulo e Rio de Janeiro, as duas maiores cidades brasileiras, formam, ao longo da BR-116, outra importante linha de expansão da população, onde também têm destaque as aglomerações formadas em torno de São José dos Campos e de Volta Redonda/Barra Mansa (sul fluminense).
"Ainda
Aglomerações urbanas
O IBGE identificou ainda outros eixos – e também núcleos – de forte crescimento populacional no Brasil. Foi o caso de municípios das aglomerações urbanas que orbitam capitais e cidades grandes e médias ao longo da BR-101 do Espírito Santo ao Maranhão. São cidades como Camaçari (BA), Barra dos Coqueiros (SE), Ilha de Itamaracá (PE), Cabedelo (PB), Parnamirim (RN), na zona de influência de capitais tradicionais como Vitória, Salvador, Aracaju, Maceió, Recife, João Pessoa, Natal, Fortaleza e São Luís.
Na Região Sul, a BR-116 também organiza um eixo a partir da aglomeração urbana de Porto Alegre, com destaque para Novo Hamburgo, São Leopoldo e Caxias do Sul. "As capitais perderam atratividade", constata um dos organizadores do trabalho, Antônio Tadeu de Oliveira. "O custo de vida é mais alto, tem violência."
Em 58 de 62 cidades examinadas houve aumento de população, e em apenas uma houve queda de renda de
São os mesmos números e porcentual de cidades que tiveram aumento de renda domiciliar per capita acima da nacional (de 14,27%), nos mesmos anos, embora os municípios não sejam totalmente os mesmos.
Renda aumentou
Há casos, por exemplo, como o de Macaé (RJ), onde se concentram atividades de exploração de petróleo da Bacia de Campos, que teve aumento real de rendimentos de 21,56% e ganhou 57,14% a mais de habitantes, e o de Caruaru (PE), que expandiu sua população em 24,31% para 19% de crescimento de renda.
O fenômeno chegou a extremos em locais como Ilha de Itamaracá (PE), com 38,03% a mais de moradores e mais 159,48% de renda no período, e o de Rio das Ostras, que expandiu sua população em 187,40% e sua renda domiciliar per capita em 33,78% além da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
A regra teve exceções, como Foz do Iguaçu, no Paraná (menos 0,89% de habitantes, para 11,19% mais de renda), Ilhéus , na Bahia (menos 17% de habitantes e mais 49,55% de rendimentos), Lages,
"É preciso olhar o tipo de atividade econômica", disse Oliveira. "Pode não ser intensiva em mão de obra, usar muita tecnologia de ponta, criar riqueza, mas gerar pouco emprego.". Ele atribuiu o fenômeno de crescimento nos eixos às mudanças na economia, com a globalização econômica, precarização das relações de trabalho e outros movimentos.
"A própria mão de obra muda no período. E nas duas pontas. Embaixo, há mais rotatividade. Na parte de cima, profissionais altamente qualificados não têm emprego, dão consultoria", afirmou.
Com informações da Agência Brasil e Estado
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