terça-feira, 17 de julho de 2012

Sérgio Guerra (presidente nacional do PSDB), espera que Perillo apresente explicações sobre as novas denúncias.

Gravações e extratos mostram que Perillo ganhou casa de Cachoeira

 

A semana na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira começa com novas denúncias sobre o envolvimento do contraventor com o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Até parlamentares ligados ao tucano concordam que é necessário um novo depoimento do mandatário goiano perante a Comissão.


Em uma das gravações divulgadas pela revista Época, Carlinhos Cachoeira e sua mulher, Andressa Mendonça, falam da casa que pertenceu ao governador Perillo, onde o contraventor foi preso em fevereiro.

Parte dos parlamentares da CPMI não se convenceu das explicações dadas para a venda do imóvel. O diálogo comprovaria que a casa foi repassada a um empresário de Goiânia para esconder a relação entre Perillo, a construtora Delta e Cachoeira. O próprio presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), afirmou nesta segunda-feira (16) que espera que Perillo apresente explicações ao partido sobre as novas denúncias.

Esquema criminoso

Além das gravações, o cruzamento de dados bancários obtidos pela Polícia Federal indicam que a Delta Construções teria bancado a compra da casa do governador Marconi Perillo (PSDB) pelo Cachoeira, em troca da liberação de mais de R$ 9 milhões em créditos da empresa com o Estado.

A PF acredita que a Delta firmou um "compromisso" com Perillo, intermediado por Cachoeira, após a posse no governo. A compra da casa teria sido a primeira negociação após o acerto.
A análise detalhada dos extratos bancários mostra a relação em cinco momentos: o dinheiro que sai da empreiteira; passa por duas empresas comandadas pelo esquema do contraventor, a Alberto e Pantoja e a Adércio e Rafael Construções; os recursos de ambas abastecem a conta da Excitant, controlada pelo sobrinho de Cachoeira, Leonardo Augusto de Almeida Ramos; três cheques assinados por Leonardo pagam a compra da casa; e a liberação de créditos à Delta.

A movimentação ocorreu de fevereiro a maio de 2011. Em sete depósitos, a Delta transferiu às duas empresas de fachada R$ 5,4 milhões. Elas repassaram à Excitant R$ 1,4 milhão, em cinco transações. Perillo recebeu esse valor pela casa, em três cheques assinados pelo sobrinho de Cachoeira. A fatura da Delta foi paga em três prestações de cerca de R$ 3,2 milhões.

A CPMI não tem reuniões marcadas para esta semana. Novos requerimentos só devem ser votados em agosto, segundo o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). Na retomada dos trabalhos, junto com os pedidos de reconvocação de Marconi Perillo, mais de 200 requerimentos aguardam avaliação da comissão.

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