quinta-feira, 19 de abril de 2012

Veja é "o crime organizado fazendo jornalismo", diz parlamentar

O deputado Fernando Ferro (PT-PE) considera que a revista Veja tenta evitar que se apure a conexão entre seus jornalistas e a quadrilha de Carlinhos Cachoeira. “Na semana passada, tinha afirmado aqui que a revista Veja se associava ao crime organizado para fazer jornalismo. Eu me enganei, acho que a revista Veja já é o próprio crime organizado fazendo jornalismo”, disse o parlamentar na tribuna da Câmara, em Brasília (DF).


Referindo-se à reportagem publicada no final de semana anterior, o parlamentar petista fez a acusação na terça-feira (17). Para ele, a publicação da editora Abril se vale de seu espaço midiático para tentar abafar a criação da comissão parlamentar mista de inquérito destinada a apurar a conexão entre políticos e o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Para a revista do Grupo Abril, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) é uma estratégia do PT para desviar o foco do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o "mensalão".

“O que ela fez essa semana foi vestir a carapuça e achar como natural e normal utilizar o expediente da informação produzida por bandidos e delinquentes para fazer o seu jornalismo. Então isso não é mais uma associação, mas uma ação de crime organizado.”

A CPMI tomará como ponto de partida as investigações da Polícia Federal durante a Operação Monte Carlo que contêm gravações que mostram as conexões de Cachoeira com políticos e um jornalista da Veja. As escutas promovidas durante a apuração mostraram que o diretor da sucursal de Brasília da revista, Policarpo Júnior, era pautado pelo grupo do contraventor.

Fernando Ferro disse que espera ouvir o presidente do Grupo Abril, Roberto Civita, sobre as conexões entre a editora e Cachoeira. Ele considera que a CPMI terá de se debruçar sobre as relações entre grupos privados, representantes do Estado e também os jornalistas envolvidos.

“Não há outro caminho senão o da imprensa assumir o seu papel de denunciar, mas desvinculada do crime organizado”, frisou.

Rede Brasil Atual

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