THEÓFILO SILVA
Lembrai-vos de Hitler
Adolf Hitler, ditador da Alemanha e segundo homem mais perverso da história (o campeão é Josef Stalin), disse em seu livro, Minha Luta, algumas palavras que merecem ser lembradas neste momento: “a propaganda, sim, é preciso fazer dela um ato de fé, a fim de que não se possa distinguir mais o que pertence ao terreno da imaginação e o que constitui a realidade.” Para dar ainda mais força a essa afirmação, Hitler encontrou em Joseph Goebbels, um gênio tão depravado quanto ele, alguém com capacidade para por essas palavras em prática. Goebbels, o homem propaganda, que ajudou a construir a imagem de Hitler, também cunhou outra frase exemplar: “uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”.
Por que estou trazendo para a superfície o pensamento desses monstros das profundezas, que deveriam ser esquecidos? Por uma razão: estamos em período eleitoral e, mais do que nunca, é preciso alertar os eleitores sobre o poder que a propaganda tem na construção da imagem de um candidato. Ocorre que, alguns políticos por terem o dom da palavra vivem de uma imagem falsa, construída com artifícios cuidadosamente preparados para iludir os inocentes úteis. Úteis aos seus propósitos.
Como identificar esses filhotes de Hitler? Dissimulados, mentirosos, corruptos – alguns são psicopatas - e preocupados apenas consigo mesmos? Esses homens e mulheres que pretendem administrar nossos destinos, que usam de todos os artifícios para conquistar nossos votos? Será que há um jeito de evitar que erremos tanto ao votar? A Lei eleitoral tenta oferecer aos eleitores uma maneira de mostrar os candidatos como eles realmente são. No entanto, o marketing caro utilizado na política, muito bem feito, consegue mascarar muito bem esses farsantes. Infelizmente, a Internet calha bem para esses candidatos, adeptos da máxima de Goebbels. Eles espalham tantos factoides e mentiras pela mídia que o cidadão tende a achar que é verdade o que eles dizem que fazem.
Eu diria que uma maneira razoável de identificar melhor um político é saber como são suas relações: como pai, marido, filho. Se é um chefe compreensivo; se é muito ambicioso (tipo que pisa no pescoço da mãe para alcançar seus objetivos); se tem amigos... É difícil fazer isso quando se mora noutra cidade e se escolhe um governador, por exemplo! Mas, se você valoriza seu voto, não custa nada tentar saber como é esse candidato enquanto pessoa. Os que já têm fama de corruptos, é porque são corruptos mesmo: esqueça-os.
A questão é identificar os mascarados.
Na verdade, esses sujeitos criam um tipo: Coitado, Justiceiro, Ético, Professor etc. Tudo muito bem construído. Vistos de perto, muitas vezes, são individualistas, gente que não dá um copo d’água a ninguém. Lembro que Hitler forjou sua imagem, pintando um sofrimento e uma vida de privações muito maior do que realmente teve. Hitler ao chegar ao poder livrou-se de seus amigos, irmãs, parentes, vizinhos, professores.
Não estou dizendo que estamos ameaçados por ditadores, apenas que existem pequenos Hitlers escondidos atrás de uma falsa reputação. Lamento dizer isso, mas corruptos são dotados de encanto pessoal. São profundamente convincentes e aplicam a máxima de Goebbels com toda intensidade que lhes é possível. Precisamos parar essas pessoas.
Lembrar-se de Hitler diminui as chances de mais tarde, arrependido, você dizer, como o velho Rei Duncam traído pelo barão de Cawdor, em Macbeth: “Não existe arte que possa ver no rosto a alma de um homem”. Não se iludam, muitos políticos não são o que parecem!
Theófilo Silva é autor do livro “A Paixão Segundo Shakespeare”.
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