domingo, 14 de agosto de 2005

Ficou complicadíssima a situação do marqueteiro baiano Duda Mendonça

PF investiga outras contas de Duda Mendonça no exterior
Da Redação do Jornal da Mídia
Domingo, 14/08/2005 - 10:29


Salvador - Ficou complicadíssima a situação do marqueteiro baiano Duda Mendonça, que declarou à CPI dos Correio que, para receber R$ 12 milhões do PT, teve que abrir uma conta em um banco na Bahamas por exigência de Marcos Valério, tido como o operador do "mensalão". Valério negou imediatamente as acusações de Duda e disse que pagou ao marqueteiro em cheque e em dinheiro.

Agora, a Polícia Federal está investigando a existência de outras contas do publicitário Duda Mendonça no exterior. Além da conta admitida por Duda na CPI dos Correios, segundo informa em sua edição deste domingo o jornal Folha de São Paulo.

Os investigadores da PF querem analisar as transações financeiras de Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes Silveira, entre 1998 e 2000. Segundo documentos do banco norte-americano MTB, os dois movimentaram cerca de US$ 2 milhões nesse período. Para a PF, o MTB é suspeito de abrigar operações de lavagem de dinheiro.


E é inacreditável que essa fantástica usurpação dos verdadeiros objetivos do Poder seja DESCONHECIDA por todos, do governo propriamente dito e da oposição. DESCONHECIDOS de tudo, também COMPROMETIDOS com tudo.

O País está dominado pela INSINCERIDADE e pela omissão. E apesar (ou por causa?) das muitas CPIs, parece que a crise só começou agora com a CONFISSÃO (não um simples depoimento, mais informações na página 11) do publicitário Duda Mendonça. A impressão é que tudo se passava num país estranho, a língua pela qual se comunicavam era estranha, perguntas e respostas igualmente estranhas.

Anteontem, enquanto Duda Mendonça depunha, Renan Calheiros convocava entrevista coletiva e dizia: "Precisamos mudar a legislação eleitoral para que os fatos de agora não se repitam". Só não foi o lançamento da própria candidatura ao Prêmio Nobel da Ingenuidade porque Renan pode ser tudo, menos isso.

Renan é remanescente do único impeachment nacional, conhece muito bem os meandros e igarapés dos bastidores políticos, só falou essa impropriedade por diversão.

A insinceridade é geral, os que perguntam só olham para os holofotes da televisão, os que respondem querem tentar o julgamento da Justiça, acreditando que seja lento e possa prescrever.
Nessa confusão toda, surgiu o publicitário Duda Mendonça, com seu depoimento que pode ser definido apenas em três palavras: impressionante, inconseqüente, incoerente. E como sempre durante mais de 10 horas, o que leva todos à exaustão e à repetição.

O publicitário da Bahia trouxe uma novidade: enquanto os outros mentiam e incriminavam alguém, ele sentou na cadeira elétrica e fez questão de ligar a chave fulminante. Por que isso? E por que fingir que ainda é "Lulinha paz e amor", se levou o próprio Lula junto com ele? Os "buracos" que Duda deixou na sua "história" só poderão ser compreendidos e preenchidos com o tempo.

Inicialmente a surpresa de assistir a um publicitário tão afamado usando linguagem de briga de galo ao se dirigir ao Congresso Nacional. Mesmo desmoralizados, deputados e senadores mereciam outro tratamento. "Não sou bobo", "entrei pelo cano", "não cometi desvio de ética e sim desvio fiscal". E foi por aí.

Por que disse que entrou pelo cano: é que recebeu 10 ou 12 milhões, ele mesmo não sabia, no exterior. Alegação: "Eu estava desesperado, precisava de dinheiro para pagar contas, tive que aceitar receber no exterior". E logo a seguir, várias vezes: "Agora com o dólar baixo como está, só faço perder".

Conclusão óbvia: se recebeu na época com o dólar a mais de 3,20 e "estou perdendo dinheiro com esse dólar baixo", é por que ficou com os dólares, lá ou aqui, tanto faz. E o desespero pelo dinheiro "para pagar contas urgentes?".

"Não abri nenhuma conta no exterior, concordei apenas em receber lá fora". Mas logo depois confessava que assinou "papéis e fichas que o senhor Marcos Valério me deu para assinar". Ora, isso era a confissão de que abriu contas (muitas e em diversos bancos) como revelou. Para abrir conta no exterior não é preciso sair de Brasília. Duda não tem acompanhado os avanços da tecnologia? Compreende-se: estava atarefado com as campanhas.

Não concordo de jeito algum com o senhor Marcos Valério. Mas ele está coberto de razão ao dizer: "O senhor Duda Mendonça tem 61 anos, é um publicitário experimentadíssimo e se deixou convencer por mim? Eu apresentei a opção e ele aceitou logo".

O senhor Marcos Valério também disse: "Duda Mendonça está mentindo muito". (A afirmação foi feita durante o depoimento de Duda). Se existe alguém que não pode chamar ninguém de mentiroso é Marcos Valério ou Dirceu. Indo à segunda vez à CPI, Marcos Valério disse: "Agora vou falar a verdade". Mas tendo pedido uma acareação com Duda, o publicitário de Minas deixou o publicitário da Bahia em situação difícil.

Outra incoerência, contradição ou imprudência de Duda Mendonça. O PT não pagou a campanha de 2002, ele mesmo afirmou: "Não recebi, e como a campanha já havia acabado fiquei sem Poder de fogo. Se fosse no meio da campanha, eu parava tudo".

Mas apesar do "inferno" para receber, tendo que concordar em abrir conta no exterior para efetuarem o pagamento, fez a campanha de 2004. E confessou: "Dessa campanha de 2004 ainda tenho 14 milhões para receber". Não parece muito precisado de dinheiro, como afirmou.

Em determinado momento, a situação parecia tão boa para a oposição (?) que foram às pressas buscar o senador Artur Virgilio para fazer perguntas. Precisavam do seu estilo ambíguo, melífluo, ambivalente, untuoso e pouco suntuoso, para afogar Duda Mendonça fingindo que lhe jogava um salva-vidas.

Mestre em retórica para a plebe vil e ignara , o senador do Amazonas quase chorou e fez Duda chorar e se aprofundar na confissão. Textual do senador: "Não quero explorar seu sofrimento, parabenizo-o pela sinceridade".

E fuzilou-o com um tiro na nuca, frio e "patriótico". E deslumbrado pela própria exibição de eloqüência, Artur Virgilio se despediu, explicando: "Terminei meu tempo, mas vou me inscrever para falar novamente". E cumpriu a palavra, voltou e "emparedou Duda" com sinceridade e tudo.

Ninguém perguntou ao publicitário da Bahia se ele recebeu favores extras (não em dinheiro) por ter dirigido campanhas do PT. Sempre se falou em estações de rádio, repetidoras de televisão, essas "ninharias". Esqueceram.

Uma conclusão da CPI inteira: a sócia de Duda é muito mais competente, ele sempre recorria a ela. Duda confessou: "Não tenho boa memória". Esqueceu até dos dólares no exterior.

De qualquer maneira, não é agradável ver um estrategista ser fulminado pela própria estratégia. Napoleão dizia: "Não tenho medo do inimigo pela frente, só posso ser derrotado com o vento pelas costas". Estava falando no Duda.
ONI PRESENTE.

2 comentários:

Anônimo disse...

Meus parabéns pelo blog, ficou lindo, vou passar a divulgar nos meios que eu divulgo o meu.

Anônimo disse...

A OPOSIÇÃO ESTÁ FAZENDO DAS CPIS PALANQUE ELEITORAL E OBJETO DE PROMOÇÃO E MARKETING PESSOAL, SÓ BOBO NÃO VÊ ISTO

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