segunda-feira, 5 de setembro de 2005

O mito do homem simples. Pretexto do preconceito.

Cuida hoje, setores à direita, de propalar aos quatro ventos, a tese de que um "ignorante", homem do povo, não tem competência para governar o País, tarefa essa exclusiva dos "doutores" da Elite. Estamos à 400 anos esperando por eles....

É conhecida a tese de Machado de Assis segundo a qual, para
sobrevivermos com o mínimo de
sanidade mental e sem pensar semanalmente em suicídio, temos de abrir
"janelas da consciência", de criar antídotos para amenizar as culpas decorrentes
dos modos nem sempre dignos com que respondemos aos impasses do cotidiano. E não
se trata somente de um mecanismo individual, inventado para tornar palatáveis as
pequenas misérias de cada um. Ao contrário, povos inteiros utilizam desse
eficiente o País.

O culto do "homem simples" talvez não passe de um episódio de "curta
duração", com somente umas três ou quatro décadas de existência, carente, pois,
das origens remotas que lhe querem atribuir. Trata-se, asseguram estes
partidários da contemporaneidade do culto, de um fenômeno recente, produto de
uma extremamente bem sucedida mistura entre uma certa interpretação da Bíblia e
uma certa leitura de pensadores ditos "de esquerda".

A passagem pelo poder do outrora altivo líder do Partido dos
Trabalhadores dará um contributo positivo à cultura brasileira, um contributo do
mesmo gênero que deu Collor de Melo, cuja desastrosa governação colaborou
enormemente para desgastar um outro "mito", outrora muito popular no país, o do
"bem nascido iluminado".

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