BRASÍLIA (Reuters) -
Os indicadores de avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do governo voltaram a ser positivos, de acordo com a última pesquisa do Ibope, o que não ocorria desde julho de 2005.
Essa reviravolta coincide com a veiculação de três campanhas de publicidade do governo federal, a partir de 30 de dezembro, uma delas diferenciada por Estado, o que é inédito.
Essa reviravolta coincide com a veiculação de três campanhas de publicidade do governo federal, a partir de 30 de dezembro, uma delas diferenciada por Estado, o que é inédito.
O relatório completo da pesquisa, divulgado na noite de sexta-feira, mostra que a maneira de Lula governar foi aprovada por 49 por cento dos entrevistados, entre 12 e 16 de janeiro, e reprovada por 44 por cento. Em dezembro, a aprovação era de 42 por cento e a reprovação, de 52 por cento.
Os índices de "ótimo" e "bom" atribuídos ao governo somaram 33 por cento (29 por cento em dezembro), superando os 27 por cento de "ruim" e "péssimo" (32 por cento em dezembro). O governo é "regular" para 39 por cento (37 por cento em dezembro).
"Os dados positivos da pesquisa indicam que a população está avaliando a ação administrativa de governo do presidente Lula, depois de um período em que a crise política ocupou quase todo o espaço", disse à Reuters o ministro Luiz Dulci, da Secretaria Geral da Presidência.
Lula participou da seleção dos programas e obras divulgados e aprovou pessoalmente cada um dos nove filmes que estão sendo exibidos na TV, segundo Dulci, responsável pela comunicação institucional desde a reforma ministerial de julho do ano passado.
"Ninguém melhor do que o presidente para escolher entre as opções que tínhamos para os filmes", disse o ministro. "Ele é quem mais conhece o governo."
A produção e veiculação das três novas campanhas custou 41 milhões de reais, segundo a Subsecretaria de Comunicação Institucional (Secom), sucessora da Secretaria de Comunicação de Governo na estrutura reformada em julho.
JORNALISMO X MARKETING
As novas campanhas foram concebidas, segundo Dulci, para demonstrar, de maneira didática, os resultados dos investimentos e programas do governo federal para os indicadores sociais do país.
"Fazemos uma prestação de contas com informação objetiva, numa abordagem que se aproxima mais do jornalismo do que do marketing", comparou o ministro.
A locução dos filmes, criados pelas agências Matisse e Lew,Lara, é feita por uma voz masculina, em ritmo de telejornalismo. As imagens são sobrepostas por palavras e frases curtas ("letterings") para reforçar a locução.
As duas agências continuaram prestando serviços à nova Secom, dirigida desde setembro pelo ex-chefe de gabinete de Dulci, Tadeu Rigo. O governo não renovou o contrato com a Duda Propaganda, envolvida no escândalo do mensalão.
Os filmes veiculados somente nos Estados destacam programas e obras com maior impacto local, mesmo que tenham abrangência nacional, em alguns casos.
Em São Paulo, os filmes mencionam a ampliação dos aeroportos de Congonhas e Viracopos e as obras da rodovia Regis Bittencourt. No Rio, os investimentos da Petrobras (Plataforma P-50, Reduc). No Rio Grande do Sul, as obras da BR-101 e o Pronaf.
Os filmes estaduais ficam no ar por um mês e já estão sendo divulgados também em Minas, no Paraná e Distrito Federal. Chegam aos Estados do Nordeste até fevereiro e aos demais até o final do primeiro trimestre, segundo a Secom.
As campanhas nacionais divulgam os dados da Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar (PNAD) do IBGE, que apontou um recuo na concentração de riqueza, e os resultados do governo na geração de emprego e renda.
AGENDA DE VIAGENS
A agenda do presidente também está fortemente ligada às ações de governo, observou Dulci. Lula viajou a nove cidades em dezembro para inaugurar ou divulgar 14 obras e programas federais. Em janeiro, ele já visitou oito cidades.
Neste domingo em La Paz, na cerimônia de posse do presidente boliviano Evo Morales, Lula disse a jornalistas que continuará inaugurando obras, apesar das acusações da oposição, de que estaria fazendo campanha eleitoral fora do prazo, legal.
"Nós trabalhamos três anos plantando. Agora está na hora de nós colhermos", afirmou Lula, que ainda não se declarou candidato à reeleição e tem prazo até junho para fazê-lo.
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