sexta-feira, 3 de março de 2006

Preferência pelo PT em SP segue alta, inclusive entre jovens

Pesquisa Ibope que aponta Marta Suplicy na liderança para o governo de São Paulo mostra que um em cada cinco eleitores prefere o PT. Entre os jovens e os moradores da Grande São Paulo, essa preferência é ainda maior.

Nelson Breve – Carta Maior

Na semana passada, o Instituto Ibope ouviu 1.204 eleitores paulistas (capital, interior e periferia) a pedido do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de São Paulo e Região (Setcesp). Foram feitas 17 perguntas sobre a avaliação dos governos federal e estadual e as intenções de voto para presidente, governador e senador. Uma das questões abordava a preferência partidária: “Por qual destes partidos o(a) sr(a) tem maior simpatia ou preferência?”.

Pouco mais da metade dos eleitores (52%) disse que não tinha preferência por nenhum dos 16 partidos relacionados (48%) ou não emitiu opinião (4%). Na outra metade, a simpatia pelo PT prevaleceu, sendo manifestada por dois de cada cinco eleitores. Ou seja, 19% do eleitorado paulista declarou simpatia ou preferência pelo PT, de acordo com a pesquisa.


BRASÍLIA - No auge da crise do mensalão, um grupo de artistas se reuniu no apartamento do cineasta Luiz Carlos Barreto para ouvir explicações do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que teria o mandato de deputado federal cassado pouco depois, sob a acusação de ter organizado um esquema ilegal de aliciamento de partidos e parlamentares. A maior preocupação exposta pelos convidados – quase todos ligados ao PT ou simpatizantes do partido – era com a desilusão da juventude. “O que vamos dizer para os jovens? Como explicar o que aconteceu aos nossos filhos?”, questionavam.

Um dos últimos a falar, o cartunista Ziraldo desarmou a tensão do ambiente, encontrando uma resposta espirituosa para o dilema. “A juventude precisa de utopia. Mandem eles para o PSol. Quando amadurecerem, eles voltam”, recomendou o criador do Menino Maluquinho e do símbolo comemorativo dos 26 anos do PT (A volta por cima).

O que pouca gente previa naquela reunião – e no país – é que a imagem do PT não sairia tão abalada da crise como se imaginava. Afinal, os líderes da oposição estavam eufóricos com a perspectiva de se livrarem da raça petista por algumas décadas. Menos esperado, ainda, era que a suposta decepção ou desilusão da juventude com o partido fosse tão passageira.

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