terça-feira, 4 de abril de 2006

As urnas como Juíz

A oposição não está em melhores disposições que o petismo. O chamado de dois assessores do Ministério da Justiça por Antonio Palocci foi atendido, obviamente, por então se tratar do ministro da Fazenda. Atribuir a essa obrigação o sentido de "envolvimento" do ministro Márcio Thomaz Bastos na quebra de sigilo de Francenildo Costa, ou mesmo "envolvimento" dos assessores, em bom português é o que se chama de palhaçada. Mas, em termos pessoais e políticos, a atitude do deputado José Carlos Aleluia e outros oposicionistas é uma leviandade e um ato irresponsável.

A fácil disposição com que os oposicionistas avançam falsas verdades e acusações -o que vêm fazendo desde as sessões da CPI- parece não distinguir entre autores. Propala o senador Álvaro Dias, por exemplo, estar "claro que a violação do sigilo do caseiro foi uma decisão política do governo". Só pode estar claro em deduções apressadinhas ou oportunistas. O jogo político e eleitoral não dispensa o respeito, por mínimo que seja, aos fatos e apreciações passados à informação dos eleitores.

A sorte tem dado à oposição o que, sozinhos, os oposicionistas não teriam competência de encontrar. Eles mais se desgastam do que aproveitam o presente.
Jânio de Freitas

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