150 interessadas e 24 finalmente selecionadas, a casa de Gilberto Ferreira - assessor da Subprefeitura da Capela do Socorro e cabo eleitoral do PSDB em São Paulo - foi escolhida pela Prefeitura tucana para sediar um Telecentro. Segundo reportagem do Jornal da Tarde, o imóvel recebeu R$ 15 mil para reformas. E o contrato pode ser rescindido em 1 ano, sem punições
As casas vizinhas ficaram pequenas quando o imóvel escolhido entrou em reforma. Os muros do sobrado dobraram de tamanho. Os baixos portões de ferro já não serviam mais na nova garagem.
As casas vizinhas ficaram pequenas quando o imóvel escolhido entrou em reforma. Os muros do sobrado dobraram de tamanho. Os baixos portões de ferro já não serviam mais na nova garagem.
A obra, raridade em acabamento na periferia, está sendo financiada pelos cofres municipais, segundo a própria Prefeitura. O imóvel foi escolhido pelas autoridades - junto com outros 24 e concorrendo com mais de 150 pedidos - para receber uma nova unidade do Telecentro, programa do governo da Capital que oferece, gratuitamente, computadores conectados à internet para a clientela cadastrada, entre outros serviços.
O proprietário e morador da casa, Gilberto José Ferreira, é assessor político da Subprefeitura da Capela do Socorro, liderança antiga do PSDB na Zona Sul, ele reconhece que "vota em peso" no ex-secretário municipal de Participação e Parceria, Gilberto Natalini (PSDB). Natalini era, dentro do governo, o responsável pelos Telecentros na época da assinatura do contrato (ele deixou o cargo, sexta-feira, para terminar seu mandato na Câmara).
A abertura do novo Telecentro estava prevista para este semestre. O credenciamento gera uma transferência de R$ 15 mil para adaptação das instalações. Mais R$ 35 mil são oferecidos pelo governo municipal em equipamentos de informática (que, ao final do contrato, são devolvidos). Além dos valores, o gestor da unidade ganha, mensalmente, R$ 1,1 mil para manutenção do espaço, mediante apresentação de nota fiscal.
Suspeita-se de que, com sua influência política, o chamado Gibinha teria conseguido arranjar uma forma ilegal de valorizar seu imóvel. Por um lado, o público de um telecentro é alto (mais de 10 mil cadastrados), o que deixaria o imóvel danificado. Por outro lado, depois de um ano de funcionamento, o responsável por um Telecentro pode, sem penalidades, romper o contrato. Seria a deixa para Gilberto largar o programa e seguir vivendo em uma casa renovada.
Outro indício de irregularidade pode estar na falta de vontade dos envolvidos na parceria com a Prefeitura em tornar a situação transparente. Após evitar a reportagem do Jornal da Tarde por uma semana, Gibinha insistiu ontem em contrariar a versão que consta nos documentos do governo. "Eu paguei a reforma. Foi com meu dinheiro. Não tem contrato com Telecentro."
Segundo a secretaria de Participação e Parceria, realmente o contrato não foi feito em nome de Gilberto, mas sim da União Sete de Setembro, que teria alugado o imóvel do assessor político. Segundo os atendentes da entidade, apenas Sueli, responsável pela instituição, poderia falar sobre o assunto. Diversos recados foram deixados, mas não houve retorno algum.
Nenhum comentário:
Postar um comentário