O PSDB paulista se arrisca a chegar com dois pré-candidatos à convenção nacional de junho, quando obrigatoriamente deverá indicar quem serão seus representantes nas eleições de outubro. Na reunião desta segunda-feira da cúpula do diretório estadual, o vereador José Anibal manteve sua pré-candidatura ao governo estadual, apesar do grupo, por maioria, ter manifestado apoio ao ex-prefeito José Serra.
Serra se desincompatibilizou na última sexta-feira para se tornar pré-candidato à sucessão estadual.
O novo impasse pode ter pelo menos dois desfechos. O PSDB pode paulista pode convencer o vereador Anibal a abandonar sua pré-candidatura. "Eu recebi a delegação de buscar o entendimento", disse o presidente do diretório estadual, o deputado estadual Sidney Beraldo.
A segunda alternativa, admitida pelo próprio Beraldo, é que Anibal mantenha sua disposição até a convenção de junho, apresentando uma candidatura independente. A legenda deve publicar nos próximos dias uma nova resolução que atualiza as regras para a apresentação de candidaturas nesse encontro.
Em tese, se Anibal quiser levar até o fim sua intenção, deverá apresentar entre assinaturas de apoio de 10% a 20% dos convencionais da legenda (que totalizam cerca de 2.800 pessoas) somente para apresentar sua candidatura e disputar no encontro de junho.
Hoje, o vereador saiu da reunião sem fazer declarações. Caso opte pela segunda alternativa, provavelmente não terá uma tarefa fácil pela frente. Prefeitos, vereadores, deputados estaduais e federais, que compõem a base de convencionais, já manifestaram apoio para o ex-prefeito Serra.
GERALDO "BANHO DE ÉTICA" ALCKMIN
A Procuradoria-Geral da Justiça, do Ministério Público de São Paulo, abriu procedimento para investigar eventual responsabilidade do ex-governador de São Paulo e candidato à Presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, nas denúncias a respeito dos contratos de publicidade da Nossa Caixa, num suposto esquema de direcionamento de verbas publicitárias do banco para veículos da comunicação ligados à base aliada na Assembléia Legislativa de São Paulo. As informações são da assessoria de imprensa do Ministério Público estadual.
A Procuradoria-Geral também iniciou procedimento para investigar as denúncias de que a Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep), pagou R$ 60 mil de "patrocínio institucional" à revista Ch'an Tao, da Associação de Medicina Tradicional Chinesa do Brasil, presidida pelo médico Jou Eel Jia acupunturista de Alckmin.
Na Promotoria de Justiça e Cidadania do Ministério Público de São Paulo foi aberto procedimento para investigar eventual responsabilidade da ex-primeira-dama do Estado Lu Alckmin no recebimento gratuito de mais de 400 peças de roupa do estilista Rogério Figueiredo. A mesma Promotoria investiga uma lista de 14 contratos de informatização da Nossa Caixa, no total de R$ 1,2 bilhão, alguns deles com suspeitas de superfaturamento e de direcionamento.
No final da tarde desta segunda-feira, a Promotoria da Justiça e Cidadania abriu procedimentos para investigar denúncias veiculadas na imprensa sobre a aquisição, em duplicidade, pela Nossa Caixa, de 500 fornos a gás por R$ 400 mil para doação ao programa das padarias artesanais que Lu Alckmin criou ao presidir o Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo. A Promotoria está investigando ainda eventuais responsabilidades de outros supostos envolvidos nos casos de publicidade da Nossa Caixa e do pagamento da Cteep.
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