Em 1982, as primeiras eleições para governador desde 1965, transformam-se em um claro plebiscito sobre a ditadura. Nova surra na Arena, que vê a oposição eleger dez mandatários em 22 estados. Detalhe: entre essa dezena estavam São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais,Paraná e Rio Grande do Sul, os mais importantes.No estado de São Paulo, Franco Montoro, do PMDB, tem 5,2 milhões de votos e derrota Reynaldo de Barros, do PDS, com 2,7 milhões.
Como não havia eleições diretas nas capitais, Montoro indica como prefeito Mario Covas, antes de sua conversão neoliberal. Anos depois, a direita ganharia uma sobrevida na cidade de São Paulo, com a eleição de Janio Quadros (1985-1988). Mas aí, o candidato do PMDB não ajudava. Era ninguém menos do que Fernando Henrique Cardoso.
A essa altura, após a campanha das Diretas-Já e com o fim da ditadura, o PDS divide-se em dois, para tentar salvar os cacos da representação política das várias nuances do reacionarismo pátrio. Uma de suas marcas-fantasia, o PPB (Partido do Povo Brasileiro) surpreende ao eleger Paulo Maluf (1992-1996) e Celso Pitta (1996-2000) prefeitos da capital. Mas no estado, os continuadores na Arena não tiveram mais vez.
É certo que o governo Lula, ao evitar a todo custo mostrar a existência de interesses econômicos diversos na sociedade e ao perpetuar a orientação econômica de seus antecessores, dá sua mãozinha para a criação de um ambiente propício à volta da velha Arena. Mas o mérito maior vai para Geraldo Alckmin e José Serra. Nas tumbas onde se encontram, Castello Branco, Costa e Silva, Garrastazu Médici, Ernesto Geisel e João Figueiredo e golpistas de ontem e de hoje têm uma dívida de gratidão para com o PSDB de São Paulo.
Gilberto Maringoni
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