terça-feira, 18 de julho de 2006

ALCKMIN CAI NO SUL 6 PONTOS



A primeira pesquisa realizada pelo Datafolha após a oficialização das candidaturas à Presidência da República mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua liderando a disputa, e que sua vantagem em relação ao segundo colocado, Geraldo Alckmin (PSDB), se mantém estável. No entanto, não é possível afirmar que o presidente seria reeleito hoje no primeiro turno, diferentemente do que acontecia no levantamento anterior, de junho, quando o percentual de intenção de voto no petista dispensava a realização de um segundo turno.


A intenção de voto em Lula oscilou de 46% no final de junho para 44% hoje. Alckmin também oscilou para baixo, passando de 29% para 28% das intenções de voto. Assim, a diferença do primeiro para o segundo colocado passou de 17 pontos percentuais em junho para 16 pontos hoje. A única candidata que viu sua taxa de intenção de voto variar acima da margem de erro, que é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, foi Heloísa Helena (PSOL), que subiu de 6% para 10% das preferências.


Se a eleição fosse hoje, Lula teria 52% dos votos válidos, isto é, descontados votos brancos, nulos e os eleitores indecisos. Em razão da margem de erro, essa taxa pode ser de 50%, no mínimo, e de 54%, no máximo. Para que a disputa seja definida sem a necessidade de um segundo turno, o candidato deve ter 50% mais um do total de votos. Levando-se em consideração o patamar mínimo obtido pelo petista, não é seguro afirmar com absoluta certeza que ele estaria reeleito hoje.


Cristovam Buarque (PDT) e José Maria Eymael (PSDC) se mantiveram com 1%, mesma taxa obtida por Rui Costa Pimenta (PCO), que na pesquisa anterior não chegava a atingir esse patamar. Luciano Bivar (PSL), a exemplo do verificado em junho, foi citado, mas não atingiu 1% das menções. A taxa dos que têm a intenção de votar em branco ou anular o voto se manteve em 7%, e a dos que estão indecisos oscilou de 9% para 8%.


A vantagem de Lula em relação a Alckmin em um eventual segundo turno também não mudou: 50% votariam no petista e 40% no peessedebista. Em junho, o presidente obtinha 51% e o ex-governador paulista ficava com 39%, ou seja, a diferença entre os dois, que era de 11 pontos percentuais, passou a ser de 10 pontos hoje.


No que diz respeito à intenção de voto espontânea, ou seja, o candidato citado pelo entrevistado antes da apresentação do cartão circular com os nomes na disputa, Lula perdeu quatro pontos, caindo de 35% para 31% e Alckmin oscilou de 15% para 14%. Heloísa Helena oscilou de 2% para 3%. A taxa dos que não sabem dizer, espontaneamente, em quem pretendem votar em outubro subiu oito pontos percentuais, de 36% para 44%.





ALCKMIN CAI NO SUL; PREFERÊNCIA POR HELOÍSA HELENA

SOBE SETE PONTOS PERCENTUAIS NA REGIÃO



Geraldo Alckmin perdeu seis pontos percentuais na região Sul do país, onde passou de 37% para 31% das intenções de voto. Na pesquisa de junho, o candidato peessedebista estava sete pontos à frente de Lula entre os eleitores do Sul. O petista, que se manteve com 30%, hoje empata com o tucano na região. Heloisa Helena, por sua vez, ganhou sete pontos percentuais, passando de 6% para 13% entre os eleitores sulistas.


Lula e Alckmin também empatam no Sudeste: nessa região, o petista oscilou de 39% para 38% das preferências, enquanto o ex-governador paulista foi de 34% para 35%. Heloisa Helena tinha 7% em junho, no Sudeste; hoje, obtém 11%.


O Nordeste continua sendo a região onde Lula obtém maior vantagem, com 63% das intenções de voto, 50 pontos percentuais à frente de Alckmin, que obtém 13%. Em junho, o petista atingia 64% e o peessedebista ficava com 17% nessa região. Heloisa Helena é a preferida de 7% dos nordestinos (5% no levantamento anterior).


Nas regiões Norte e Centro-Oeste, Lula oscilou de 47% para 45%, Alckmin se manteve com 28% e Heloisa Helena foi de 7% para 11% das intenções de voto.






REJEIÇÃO A CANDIDATOS SE MANTÉM ESTÁVEL



As taxas de rejeição obtidas pelos candidatos à presidente se mantiveram estáveis em relação a junho.


O líder Lula continua sendo também o candidato com maior taxa de rejeição: 32% dos eleitores brasileiros não votariam de jeito nenhum nele para presidente da República. Eram 31% em junho. Heloísa Helena se mantém com 21% de rejeição. A taxa de rejeição a Alckmin passou de 19% para 22%.


Não votariam de jeito nenhum em Rui Costa Pimenta 19% e não votariam em José Maria Eymael 18%. Cristovam Buarque é rejeitado por 17% dos eleitores e Luciano Bivar atinge 16% de rejeição. Votariam em qualquer um dos possíveis candidatos à Presidência 10% e não votariam em nenhum deles 4%.






ELEITORES DE LULA SÃO OS QUE SE DIZEM MAIS DECIDIDOS QUANTO AO SEU VOTO



Os eleitores que declaram intenção de votar em Lula para presidente são, no momento, os que se dizem mais decididos quanto ao seu voto: 74% dizem estar totalmente decididos. Cerca de um terço (30%), porém, afirma que seu voto ainda pode mudar. Entre os que pretendem votar em Geraldo Alckmin, 66% dizem que estão totalmente decididos e 32% afirmam que seu voto ainda pode mudar. Os eleitores de Heloísa Helena são os que demonstram menor certeza de seu voto em outubro: 53% dizem estar totalmente decididos, percentual próximo ao dos que afirmam que seu voto ainda pode mudar (46%).


Dos que hoje votam em Lula e admitem que seu voto ainda pode mudar, 46% afirmam que Geraldo Alckmin seria o candidato com mais chances de receber seu voto em caso de mudança. Heloísa Helena seria a candidata com mais chances de receber o voto de 24% dos eleitores do peessedebista que ainda podem mudar o voto.


Os eleitores de Alckmin que ainda podem mudar se dividem: 24% provavelmente votariam em Lula e percentual idêntico optaria por Heloísa Helena. Entre os que hoje votariam em Heloísa Helena mas não estão totalmente decididos, 39% dizem que Alckmin seria o candidato com mais chance de receber seu voto em caso de mudança; 21% citam Lula.


O Datafolha indagou aos eleitores que têm um candidato a presidente se votam nele porque se trata do candidato ideal ou por não haver melhor opção. Entre os que votariam em Lula hoje, 59% afirmam que ele é o candidato ideal, e 36% dizem que não há opção melhor. Entre os que têm intenção de votar em Alckmin, 50% afirmam que ele é o candidato ideal, e 47% declaram que não há outra opção. A maior parte (51%) dos eleitores de Heloísa Helena justifica seu voto dizendo que não há opção melhor entre os candidatos a presidente. Votam nela acreditando que a senadora é a candidata ideal 44%.





Foram apresentados aos eleitores indecisos e aos que pretendem votar em branco ou anular o voto algumas possíveis razões para esse voto.



A maioria (64%) dos eleitores que estão indecisos quanto ao seu voto para presidente ainda estão se informando sobre os candidatos e acham que ainda é cedo para decidir. Para 14%, nenhum dos candidatos está preparado para ser presidente, e por isso ainda não tomaram uma decisão quanto ao voto em outubro.



Segundo 3%, a indecisão se deve ao fato de haver mais de um candidato preparado para ser presidente e que poderia receber seu voto.



De acordo com a maior parte (50%) dos que pretendem votar em branco ou anular o voto, nenhum dos candidatos é suficientemente preparado para ser presidente. Vão votar em branco ou anular como uma forma de protesto 35%, taxa que chega a 48% entre os que têm renda familiar mensal superior a dez salários mínimos e a 47% entre os que têm escolaridade superior.



O Datafolha ouviu 6264 eleitores nos dias 17 e 18 de julho, em 272 municípios.







AVALIAÇÃO DE PRESIDENTE SE MANTÉM INALTERADA



A avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se mantém estável: o percentual dos que consideram o governo do petista ótimo ou bom oscilou de 39% em junho para 38% hoje. A taxa dos que acham que Lula vem fazendo um governo ruim ou péssimo oscilou de 22% para 21%. Houve uma ligeira variação no percentual dos que consideram o desempenho do presidente regular, que passou de 37% para 40%.


A nota média atribuída ao presidente, em uma escala de zero a dez, é 6,1 (era 6,0 em junho).




São Paulo, 18 de julho de 2006

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