09/08/2006 - 11h43
SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quarta-feira a postura do secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho, após insinuações de que o PT teria ligações com o crime organizado.
"Eu acho que o secretário devia ser mais sensato na hora de abrir a boca e, ao invés de ficar tentando apontar quem quer que seja, deveria tentar evitar essas coisas que estão acontecendo em São Paulo", disse Lula em entrevista à rádio Capital.
Lula afirmou que falta humildade da parte do secretário em assumir a falha no sistema de segurança do Estado.
"Essas pessoas estão cuidando da segurança de São Paulo há muitos anos. Então, (...) ele deveria, de forma mais humilde, perceber que houve uma falha, que houve um erro no sistema prisional de São Paulo. Ele poderia tirar o telefone celular dos presos", acrescentou.
O presidente classificou como "mau-caratismo" a exploração política da atual crise de violência no Estado. Ele afirmou que existem cerca de 40 vagas no presídio federal de Catanduvas (PR) à disposição do governo paulista para transferir os presos considerados mais perigosos.
O governador de São Paulo, Cláudio Lembo, recusou na terça-feira o uso das Forças Armadas no Estado, e o secretário de Segurança afirmou na segunda-feira que só aceitaria se fosse em seus termos, com 1.500 homens do Exército por turno e com um comando único, liderado por ele.
Na terça-feira, o PT informou que irá entrar com uma notícia-crime na Procuradoria Regional Eleitoral contra Abreu Filho por suas insinuações de o partido possuir ligações com crime organizado. O candidato tucano ao governo do Estado, José Serra, também foi alvo de outra notícia-crime do PT em julho pelo mesmo motivo.
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