Lula passou de 51,4%, na pesquisa realizada no período de 22 a 25 de agosto, para 51,1% na sondagem realizada entre os dias 22 e 24 de setembro
Fabio Graner e Gustavo Freire
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BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição, ficou praticamente estável na pesquisa de intenção de voto CNT/Sensus, divulgada nesta terça-feira, 26. De acordo com a pesquisa de voto estimulado, Lula passou de 51,4%, na pesquisa realizada no período de 22 a 25 de agosto, para 51,1% na sondagem realizada entre os dias 22 e 24 de setembro.
Esses 51,1% representam 59% dos votos válidos (que excluem indecisos, brancos e nulos, que somaram 13,5%). O percentual mostra que, se a eleição fosse hoje, Lula estaria eleito no primeiro turno, com nove pontos percentuais de diferença sobre os demais candidatos.
O candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, subiu de 19,6% em agosto para 27,5% em setembro, obtendo o equivalente a 31,8% dos votos válidos. A candidata do PSOL, Heloísa Helena, caiu de 8,6% para 5,7%, o equivalente a 6,6% dos votos válidos. Cristovam Buarque, do PDT, ficou praticamente estável, passando de 1,6% para 1,4% (1,6% dos votos válidos).
Segundo o diretor da Sensus, Ricardo Guedes, o candidato da coligação PSDB-PFL, Geraldo Alckmin, não tirou votos de Lula, mas cresceu atraindo eleitores de Heloísa Helena e indecisos - já que o percentual de indecisos, brancos e nulos recuou de 17,7% para 13,5%.
Espontânea
Na pesquisa de voto espontâneo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição, subiu de 42,3% para 46,00%. O candidato da coligação PSDB-FL, Geraldo Alckmin, subiu de 13,7% para 23,1%. A candidata do PSOL, Heloísa Helena, caiu de 5,4% para 4,6%.
Os outros candidatos, somados, subiram de 0,4% para 1,4%.
O total de indecisos, brancos e nulos na pesquisa espontânea caiu de 38,2% para 24,9%. Segundo o diretor da Sensus, Ricardo Guedes, o índice de indecisos, brancos e nulos na pesquisa de votos espontâneos já está na sua média histórica.
Dossiê Vedoin
A pesquisa revelou que 22,3% dos entrevistados nos dias 22 e 24 de setembro têm conhecimento do escândalo do dossiê Vedoin e estão acompanhando o caso; 36,8% disseram que ouviram falar sobre o caso; 37,2% dos entrevistados não ouviram falar sobre o escândalo político; 26,1% dos entrevistas apontaram assessores do presidente Lula como responsáveis pela compra do dossiê Vedoin.
Dos que ouviram falar sobre o escândalo, 44,2% acham que os responsáveis pela compra do dossiê foram assessores do presidente Lula. Do total de entrevistados, 13,6% disseram que o PT é o responsável pela compra do dossiê.
Ainda entre os que ouviram falar do caso, 23% apontaram o PT como o responsável pela compra do dossiê. 10,1% do total dos entrevistados disseram que o presidente Lula é que foi o responsável pela compra do dossiê.
Dos que tomaram conhecimento do caso, 17% afirmaram que o presidente Lula é que foi responsável para compra do dossiê.
A pesquisa revelou que 3,2% dos eleitores consultados não vão mais votar em Lula por conta do caso da compra do dossiê Vedoin, o que significa 5,3% das pessoas que tomaram conhecimento do caso. Disseram que não vão mudar o voto e vão continuar votando em Lula, apesar do episódio, 27,7% (46,9% dos que tomaram conhecimento). Disseram que não vão mudar mas já não iriam mesmo votar em Lula 22,8% dos entrevistados, correspondente a 38,6% dos que tomaram conhecimento do episódio.
A pesquisa mostrou ainda que 25,8% dos eleitores entrevistados avaliam que o episódio da compra do dossiê Vedoin vai prejudicar a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Esse percentual representa 43,6% do total de entrevistados que tomaram conhecimento do episódio, que, por sua vez, representam 59,1% do universo de entrevistados. Consideraram que o episódio não vai prejudicar a reeleição de Lula 30,5% dos entrevistados, o equivalente a 51,6% das pessoas que tomaram conhecimento do assunto.
Para Ricardo Guedes, se 100% dos eleitores tomassem conhecimento do episódio da compra do dossiê e o padrão de mudança de votos, ou seja, os 3,2%, se repetisse, Lula cairia para 56% das intenções de votos válidos, ou seja, ainda estaria eleito no primeiro turno. "A compra do dossiê tem tido impacto pouco significativo comparado ao efeito da estabilidade da moeda e dos programas sociais na popularidade do presidente Lula", disse Guedes.
Rejeição
A pesquisa CNT/Sensus mostrou que a rejeição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição, subiu de 25,5% para 27,3%. Ao mesmo tempo, o percentual de pessoas que disseram que Lula é o único candidato em quem votariam subiu de 39,4% em agosto para 44,3% na pesquisa.
O candidato da coligação PSDB-PFL, Geraldo Alckmin, teve o índice de rejeição reduzido de 42% para 41%. O percentual de pessoas que disseram que só votariam em Alckmin subiu de 10,4% para 18,5%.
A rejeição da candidata do PSOL, Heloísa Helena, ficou estável, oscilando de 50,1% para 50,3%. Disseram que só votariam em Heloísa Helena 6,8% dos entrevistados, ante 4,7% na pesquisa anterior.
"As rejeições, em geral, permaneceram estáveis", disse o diretor da Sensus, Ricardo Guedes, explicando que a série histórica da pesquisa mostra que, candidatos com rejeição individual maior do que 40% (que é o caso de Alckmin e Heloísa Helena) estão fora do jogo político. No caso de Alckmin, se for considerada a margem de erro de três pontos, ele pode estar abaixo desse nível.
Mas, para Guedes, de qualquer forma, "a sua situação é extremamente complicada". "Pela pesquisa, Lula estaria eleito no primeiro turno", afirma o diretor.
Programas eleitorais
A CNT/Sensus mostrou também que 26% dos entrevistados consideram o programa eleitoral de Lula o melhor. Esse percentual corresponde a 42,4% do total de pessoas que assistiram ao horário político, que, por sua vez, representa 61,3% dos entrevistados.
Consideraram o programa de Geraldo Alckmin o melhor 20,4% dos entrevistados, o equivalente a 33,2% do total de pessoas que assistiram ao horário eleitoral. Apenas 3,5% consideraram o programa de Heloísa Helena o melhor, o equivalente a 5,6% dos que viram o horário político.
Segundo o diretor da Sensus, Ricardo Guedes, o fato de a quantidade de pessoas que consideram o programa de Lula melhor ser inferior ao total de intenções de voto no presidente pode significar um potencial de perda de votos nas urnas.
O raciocínio inverso vale para Alckmin, que tem uma quantidade maior de aprovação de seu programa político do que de intenção de votos.
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