quarta-feira, 20 de setembro de 2006

De Hélio Fernandes/Tribuna da Imprensa


Texto de FHC é pobre, tolo, insensato, prova que foi escrito por ele mesmo





Fernando Henrique



FHC e sua carta cheia de ressentimentos

Tentativa não obtida de sair do ostracismo

O "governador" Claudio Lembo, herdeiro que nunca se elegeu, criticou FHC: "Carta é coisa de velho". Devia ter mostrado a incoerência, a inconsistência e a incompetência do ex-presidente. O texto da carta é que merece críticas, não se sustenta de modo algum.

Nada contra se manifestar por carta. A associação dos jornais dos EUA já por várias vezes fez levantamento a respeito da maior atração dos que lêem jornais. Tirando a primeira, óbvio, o maior índice de leitura vai para as cartas. Além da interação com o jornal.

O texto de FHC é pobre, tolo, insensato, contraditório e irresponsável, o que prova que foi escrito por ele mesmo, não precisou de parceiro, como aconteceu com o que chama de "meus livros".

A carta teve péssima repercussão, nada surpreendente em se tratando de FHC. E sua volubilidade, que seria melhor chamar de irresponsabilidade. Mas sem dúvida alguma, atingindo visivelmente a candidatura Alckmin. Que na verdade já estava atingida, combalida, naufragada, mas FHC fez questão de dar a impressão de que o naufrágio aconteceu unicamente por causa do seu aparecimento.

O ex-presidente empurrou um pouco mais o navio desgovernado do PSDB-PFL, comandado por Geraldo Alckmin, perfeito exemplar de um "almirante bátavo". (Ou batavo). Não foi a carta de FHC que fez estragos nessa nau desgovernada e por mares nunca navegados.

Desde o jantar ridículo e exclusivo para o "Jornal Nacional", FHC não queria Alckmin como presidenciável. Agora é que resolveu escrever essa carta, como se fosse uma nova Betty Daves, personagem inesquecível do filme com esse título. FHC não tem nada de inesquecível e escreveu a carta precisamente para ser lembrado, mesmo que o "seu candidato" fosse enterrado.

A carta é vingança, é ressentimento, é frustração, não livra ninguém. É o ego colossal da mediocridade se escondendo por trás da falta de credibilidade, de sinceridade e até mesmo de sensibilidade. Lida em profundidade mas em velocidade, pois o texto é muito ruim, o alvo não é bem Alckmin e sim o "amigo" Serra.

FHC havia disposto tudo com o presidente do PSDB (nada menos do que o corrupTASSO, presente ao jantar do "Jornal nacional") que Serra seria o adversário contra Lula, e ele, FHC, governador de São Paulo. O medo de Serra de enfrentar Lula pela segunda vez dinamitou o plano de FHC.

FHC se concentrava de tal maneira em ser governador de São Paulo que tentou até mostrar conhecimento de história, dizendo: "Posso ser governador repetindo o efeito Rodrigues Alves". Este, que já havia sido presidente da Província de São Paulo, no Império, foi senador duas vezes, presidente da República e depois novamente governador. Mas vejam a diferença das biografias.

Desprezado, não ouvido para nada, não lembra nem de Antonio Maria e sua canção maravilhosa: "Ninguém me ama, ninguém me quer, velhice chegando e eu chegando ao fim". No desespero, FHC foi inconveniente com os amigos, vá lá, e grosseiro com os adversários, perdão, inimigos. E até insensato, usando palavras que se adaptam muito mais ao seu governo do que ao governo que o sucedeu.

FHC, na ânsia de aparecer, chama os que divergem dele de "forças do retrocesso". Ou então de "farsantes-estatizantes". Não devia tocar em nada disso. Retrocesso é identificação proibida para ele, é o autor do "retrocesso de 80 anos em 8". Eu não inventei nada, apenas consolidei o que todos sabiam.

Quanto aos "farsantes-estatizantes", farsante é o próprio FHC, sempre. E estatizantes apenas aqueles que pretendem reaver o patrimônio nacional DOADO miseravelmente por ele mesmo. De graça? O que é mais grave: isso ou o contrário?

FHC diz que está "pensando em 2010". Ora, se com 76 anos não tem a menor importância, o que dizer dentro de 4 anos? Poderá apenas e com esforço soprar as 80 velas do bolo que nem sabe se haverá.

PS - O que não mudou na vida de FHC é a sua admiração pelos fenícios, pelo fato de terem inventado o espelho. Toda a motivação de FHC. Incluindo a carta, tem origem fenícia

Um comentário:

baratas disse...

FHC está para a "A volta do Morto Vivo". Não quer desencarnar de jeito. Parodiando o que ele mesmo falou no passado: FHC é uma caixa SEM ressonância.
Saúde e paz!
www.baratas2006.blogspot.com

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