sexta-feira, 29 de setembro de 2006

DEBATE?





Em algum momento da história recente das eleições brasileiras marketeiros conseguiram convencer os candidatos a se apresentar em debates como se fossem produtos em um supermercado de luxo. Acabou-se então o encanto com o exercício explícito da democracia.

Os candidatos brasileiros não vão ao debate para “debater” idéias. Vão para mostrar às cameras, nem sempre aos eleitores, que eles têm todas as boas idéias do mundo.

Mesmo que um candidato ache certo manter os juros altos e o controle monetário ele nunca irá dizer isso no debate. Para parecer votável ele vai dizer que sua proposta é reduzir os juros e investir na produção para gerar empregos.

Se nós tomarmos ao pé da letra tudo o que os candidatos prometeram no debate final, dá para votar em qualquer um deles. O Brasil ideal deve ter a doce revolução educacional de Cristovam, o choque de gestão de Geraldo a rebeldia ética de Heloísa combinados com o melhor do governo Lula.

O debate que o presidente esvaziou depois de fazer muito suspense refletiu o conjunto da campanha. Os candidatos tergiversaram em torno de idéias óbvias e propostas idem sem nenhum ímpeto para uma discussão digna de tal nome.

O maior sinal da falta de interesse dos candidatos em desenvolver um conjunto de propostas está no fato de que muitos sequer desenvolveram um programa de governo e a maioria apresentou o tal “programa” quando a campanha já estava em pleno andamento.

Faltam agora duas pesquisas, DataFolha e Vox Populi e a votação de Domingo. O presidente Lula ainda está cotado para vencer no primeiro turno e a oposição já em ritmo de vale-tudo, ainda torce para um erro nas pesquisas. Ou seja, se as pesquisas votassem os políticos brasileiros não precisariam sequer dos eleitores.



Nenhum comentário:

Marcadores