quarta-feira, 20 de setembro de 2006

Estarrecedor!!!

ISTOÉ – Quem é Abel Pereira?
Luiz Antônio – É um empresário de Piracicaba que operava dentro do Ministério da Saúde para nós. Era ele quem conduzia todo o processo e fazia sair todos os empenhos... Era um operador, uma pessoa indicada e muito ligada ao Barjas Negri, secretário executivo do Ministério quando José Serra era o ministro e seu sucessor.
Darci – O Barjas Negri é o braço direito do José Serra. Nosso esquema já funcionava no Ministério. Quando o Serra saiu, o Barjas assumiu o Ministério e foi indicado o Abel para continuar a operar.

ISTOÉ – O Abel, então, deu continuidade a um esquema que já existia?
Darci – Quando nós iniciamos a montagem, em 1998, já existia esquema dentro do Ministério da Saúde, com os parlamentares. Nós acertávamos com os parlamentares e o dinheiro saía. Naquela época era muito mais rápido para sair os empenhos e os pagamentos.

ISTOÉ – A que época o sr. se refere exatamente?
Darci – Entre 2000 e 2002. Quando o Serra era ministro foi o melhor período para nós. As coisas saíam muito rápido.

ISTOÉ – Como exatamente funcionava o chamado Esquema Sanguessuga?
Darci – O parlamentar apresentava a emenda orçamentária pedindo o recurso e quando o dinheiro era liberado nós pagávamos 10% ao parlamentar. A cobrança deles sempre foi de 10% sobre o valor da emenda.
Luiz Antônio – No melhor período, quando o Serra e depois o Barjas eram os ministros, a bancada do PSDB é que conseguia agir com maior rapidez. Com eles era muito mais fácil e muito rápido. Quando as emendas eram da bancada era coisa de um dia para o outro.
Darci – A confiança de pagamento naquela época era tão grande que nós chegamos a entregar cento e tantos carros somente com o empenho do Ministério da Saúde, antes de o dinheiro ser liberado. Isso acontecia no País inteiro. Sempre quando se tratava de parlamentares das bancadas ligadas ao governo.

ISTOÉ – Os srs. estiveram reunidos pessoalmente com o ex-ministro José Serra alguma vez?
Darci – No ano de 2001 estivemos com ele em dois eventos no Mato Grosso. Um
na capital e outro em Sinop.

ISTOÉ – É natural e até dever de um ministro da Saúde participar de eventos para entrega de ambulâncias. O ministro sabia que nos bastidores daqueles eventos havia um esquema de propinas?
Luiz Antônio – Era nítido a todos.
Darci – Posso te afirmar que as emendas quando eram destinadas para esses eventos saíam ainda mais rápido.

Um comentário:

Anônimo disse...

Como Brasileiro apenas sinto vergonha,em ves dos políticos terem vergonha na cara com tanta pobresa nesse país roubando decaradamente.

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