quinta-feira, 21 de setembro de 2006

LULA DIZ PÔR "A MÃO NO FOGO" POR MERCADANTE NO CASO DO DOSSIÊ


Em entrevista ao “Bom Dia Brasil” desta quinta-feira, Lula chama de ‘insanos’ idealizadores do documento com acusações a tucanos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (21) duvidar da participação do candidato petista ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, no caso do dossiê tucano, de compra e venda de informaçõs que ligam candidatos do PSDB à máfia dos sanguessugas. “Eu coloco minha mão no fogo”, afirmou, em entrevista ao “Bom Dia Brasil”, da “Rede Globo”, em relação à participação de Mercadante com o caso.

Ontem, o coordenador de comunicação da campanha de Mercadante, Hamilton Lacerda, foi afastado do cargo após revelar que foi ele quem ofereceu à revista “IstoÉ” a entrevista dos empresários Darci e Luiz Antônio Vedoin em que acusam tucanos de ligação com os sanguessugas. Mercadante se disse surpreendido com a participação do assessor com o dossiê e negou envolvimento com o caso.

Os Vedoin são donos da Planam, empresa acusada de comandar a máfia dos sanguessugas, de venda superfaturada de ambulâncias para prefeituras e órgãos públicos e pagas com dinheiro de emendas parlamentares.

Lula disse que faz questão de saber quem deu dinheiro para o pagamento do dossiê. Ele considerou “insanas” as pessoas que teriam negociado as informações contra os tucanos.

O presidente disse querer que a Polícia Federal investigue “as entranhas” do escândalo, que ele classificou de “imoral” e “abominável”. "Quero saber quem deu o dinheiro, se há dinheiro e o que tem nesse dossiê que valia tanto”, afirmou. “O dossiê não ajuda em um mílimetro a minha campanha.”

Por conta do escândalo, o presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini, foi afastado ontem da coordenação de campanha à reeleição do presidente Lula. “A dez dias das eleições, não posso ter como coordenador alguém que vá ficar respondendo o tempo todo sobre dossiê”, disse o presidente.

Berzoini foi substituído pelo professor Marco Aurélio Garcia, 65 anos, assessor especial da presidência para assuntos internacionais. Garcia já ocupava o cargo de coordenador do programa de governo, função que também ocupou na campanha de 1994, quando Lula foi derrotado por Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

O caso do dossiê veio à tona com a prisão do petista Valdebran Padilha pela Polícia Federal em São Paulo ao lado do advogado Gedimar Pereira Passos com R$ 1,75 milhão. O dossiê envolve a tentativa de compra, por petistas, de informações contra o candidato ao governo de São Paulo, José Serra (PSDB), e outros políticos tucanos.

O dinheiro apreendido supostamente seria usado para adquirir do empresário Luiz Antonio Vedoin, um dos donos da Planam, empresa que operava o esquema de venda superfauturada de ambulâncias a prefeituras e órgão públicos, fotos, documentos, uma fita de vídeo e um DVD com imagens de Serra, na época em que era ministro da Saúde, entregando ambulâncias em um galpão da empresa.



Entrevista com o candidato Luiz Inácio Lula da Silva

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