sexta-feira, 22 de setembro de 2006

Tudo indica que ele ofereceu esse material primeiro para pessoas ligadas ao PSDB em São Paulo e depois manteve contato com pessoas ligadas ao PT

ANTONIO CARLOS BISCAIA
'CPMI vai investigar o conteúdo do dossiê'


Inúmeras vezes eu me manifestei no sentido de que os Vedoin relatavam fatos verdadeiros e comprovados. Eles prestavam depoimento e apresentavam uma prova. Na Justiça Federal em Cuiabá, o depoimento de Luiz Antônio Vedoin durou doze dias, foi muito longo. Tudo aquilo que estava mencionado em interceptação telefônica ele detalhava e comprovava.

Em determinado momento, ele disse que perdeu arquivos de documentos, mas eu sempre assinalei que, ao contrário do que ele dizia, eu sabia que ele não havia perdido, mas estava sonegando. A última vez que estive com Luiz Antônio Vedoin, no dia 6 de setembro, eu o adverti, na presença de policiais federais e de outros parlamentares, que ele devia acabar com esse procedimento.

Disse que, se ele ainda estivesse com alguma prova guardada, ele deveria entregar imediatamente tudo o que possuía ao juiz de Cuiabá e depois à CPMI. Senão, ele iria voltar para prisão, perder o benefício da delação premiada e poderia ser condenado a 20 anos de cadeia. Ele me disse que não tinha mais nada, mas mentiu nisso e continuou na tentativa de negociação.

Tudo indica que ele ofereceu esse material primeiro para pessoas ligadas ao PSDB em São Paulo e depois manteve contato com pessoas ligadas ao PT. Os fatos revelados são esses, inaceitáveis e intoleráveis. Existiam formas legais de se obter esses documentos sem ser com um procedimento criminoso e reprovável como esse.

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