E ainda pode ficar pior para Alckmin...

Da colunista Sonia Racy em O Estado de S. Paulo, hoje:



"As pesquisas que serão divulgadas ao longo desta última semana de campanha eleitoral para a Presidência da República podem trazer más notícias para o candidato Geraldo Alckmin. 'Os manuais de ciência política ensinam que há uma forte correlação entre os índices de popularidade dos governos e as taxas de intenção de voto nos candidatos governistas. E, até agora, nas pesquisas para o segundo turno, a intenção de voto em Lula vem se mantendo sistematicamente abaixo da taxa de aprovação ao seu governo. Mais precisamente, 6 pontos', avalia o analista político Rogério Schmitt, da Tendências. Na média de 13 pesquisas, a votação de Lula tem sido de 52% do eleitorado, mas a popularidade de seu governo vem registrando uma taxa de 58% de aprovação.



E o que isso significa? Que o presidente Lula ainda não conseguiu conquistar os votos de todos os eleitores que aprovam o seu governo. E por isso, segundo Schmitt, não será surpresa se as intenções de voto em Lula atingirem níveis superiores a 60% do eleitorado total nos próximos dias. 'A taxa de avaliação positiva de um governo serve como uma espécie de indicador antecedente do desempenho do candidato do governo no primeiro turno das eleições, pois nessa fase a pluralidade de candidatos não obriga o eleitor a fazer uma escolha bipolar. No caso do segundo turno, a taxa de aprovação de um governo serve como uma estimativa do potencial eleitoral do candidato governista, quando o voto assume características nitidamente plebiscitárias.'



Com base nessa tese, o resultado do primeiro turno não foi nenhuma surpresa: a intenção de voto em Lula esteve permanentemente acima da avaliação positiva do seu governo, segundo o analista. Na média dos 11 levantamentos, o governo foi avaliado positivamente por 43% do eleitorado, enquanto a intenção de voto em Lula foi de 47% do eleitorado. 'Não por acaso, a votação do presidente Lula no primeiro turno correspondeu de fato a 44% do eleitorado total. Em outras palavras, a popularidade do governo foi um antecipador mais preciso do desempenho de Lula nas urnas do que as taxas de intenção de voto.'