segunda-feira, 6 de novembro de 2006

Elite tucana atribui vitória de Lula à falta de informação do "povão"


Tá difícil para tucanos explicar nova vitória de Lula

Elite peessedebista atribui vitória de Lula à falta de informação do "povão"

PAULO SAMPAIO

Freqüentadores de Higienópolis, bairro de Fernando Henrique Cardoso e reduto de intelectuais tucanos, tentavam explicar ontem o que um deles classificou de "fenômeno Lula", referindo-se ao crescimento do candidato petista nas pesquisas, "apesar da roubalheira do PT".

"O eleitor do Lula é o povo do interior ou do Nordeste, que não tem acesso à informação e por isso não sabe o quanto se roubou no governo do PT", formula a artesã Maria Lúcia Barros Barreto, 66.

"As pessoas podem até assistir ao jornal pela TV, mas muitas não têm condição de interpretar a notícia", acrescenta a executiva Margareth Goldenberg, 44.

Na opinião dela, o erro de Alckmin foi transmitir seu programa de governo de maneira muito formal. "É triste, mas só ganha quem reduz a qualidade do discurso para atingir o maior número de eleitores possível."

A administradora de empresas Patrícia Marino, 40, acredita que "Lula faz apologia da pobreza e fala mal o português de propósito".

Sua tia, a pedagoga Cecília Andreolli, não tem dúvidas: "O que estragou foi colocarem o Alckmin ao lado do (Anthony) Garotinho. Quem teve aquela idéia?"

Incrédulas na quantidade de votos para Lula, as duas afirmam que "tem muito petista enrustido por aí".

Em cerca de três horas de entrevistas na praça Vilaboim, coração de Higienópolis, a Folha observou que existe uma tentativa de "organizar" o pensamento -sem garantia de coerência.

Mesmo afirmando que "o povão vota no Lula" porque não tem acesso à informação, a artesã Maria Lúcia diz que é contra publicar pesquisa antes da eleição. "Isso induz o voto do eleitor (ignorante)."

A aposentada Zuleika Frizzo afirma que "Lula rouba" -mas não se responsabiliza pela idoneidade do PSDB. "Pelo menos, a gente não tem a sensação de que está sendo extorquido." Para ela, "o brasileiro perdeu a credibilidade em si mesmo". "Os americanos começaram uma nação de verdade; os portugueses já chegaram extorquindo."

Dizendo-se "abaladas", mas sem parecer propriamente tristes, a mesária tucana Flávia Heilman, 27, e sua amiga, a designer Tatiana Bauman, 28, perguntam, sentadas no terraço do lado de fora de um barzinho: "Se a gente fizer cara de desoladas, você colocará nossa foto na capa do jornal?"

Flávia prepara-se para a pose, segurando o dinheiro que recebeu para despesa com o almoço. "Ganhei R$ 10 pro "lanche'", debocha.



2 comentários:

CHOPPMOTORRAD disse...

Tadinhos dos tucanos. Contrata o Arthur Virgilio prá surrar em praça pública tuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuudo mundo.

Anônimo disse...

Oni Publica essa cara!!!
QUEREM NOS CALAR!!!!

AI-5: Eduardo Azeredo cria lei para controlar acesso á internet

A Comissão de Constituição e Justiça do Senado votará, na próxima quarta-feira, um projeto de lei que obriga a identificação dos usuários da internet antes de iniciarem qualquer operação que envolva interatividade, como envio de e-mails, conversas em salas de bate-papo, criação de blogs, captura de dados (como baixar músicas, filmes, imagens), entre outros.O acesso sem identificação prévia seria punido com reclusão de dois a quatro anos. Os provedores ficariam responsáveis pela veracidade dos dados cadastrais dos usuários e seriam sujeitos à mesma pena (reclusão de dois a quatro anos) se permitissem o acesso de usuários não-cadastrados. O texto é defendido pelos bancos e criticado por ONGs (Organizações Não-Governamentais), por provedores de acesso à internet e por advogados. Os usuários teriam de fornecer nome, endereço, número de telefone, da carteira de identidade e do CPF às companhias provedoras de acesso à internet, às quais caberia a tarefa de confirmar a veracidade das informações.O acesso só seria liberado após o provedor confirmar a identidade do usuário. Para isso, precisaria de cópias dos documentos dos internautas.


Os provedores de acesso à internet argumentam que o projeto vai burocratizar o uso da rede e que já é possível identificar os autores de cibercrimes, a partir do registro do IP (protocolo internet) utilizado pelos usuários quando fazem uma conexão. O número IP é uma espécie de digital deixada pelos internautas. A partir dele, chega-se ao computador e, por conseguinte, pode-se chegar a um criminoso. Maiores alvos do cibercrime, os bancos e os administradores de cartões de crédito querem a identificação prévia dos internautas. O diretor de Cartões e Negócios Eletrônicos da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Jair Scalco, diz que não adianta criar leis para punir as fraudes na internet se não houver a identificação obrigatória de todos os internautas. Ele defende que os registros de todas as conexões sejam preservados por pelo menos três anos.

Lobby

O relator do projeto é o criador do valérioduto senador Eduardo Azeredo (PSDB), ex-governador de Minas Gerais. O mentor das mudanças é o assessor de Azeredo José Henrique Portugal, ex-dirigente do Serpro, estatal federal de processamento de dados.O presidente da ONG Safernet diz que, por trás da identificação e da certificação prévias dos usuários da internet, está o lobby das empresas de certificação digital, espécie de cartórios virtuais, que atestam a veracidade de informações veiculadas pela internet.
De acordo com ele, o projeto está na contramão da democratização do acesso à internet, ou inclusão digital, pretendida pelo governo.

Comente o projeto, de autoria do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG).
(Leia aqui os comentários ao projeto do pai do Valérioduto)
Esse é o e-mail do infeliz: eduardo.azeredo@senador.gov.br

Helena

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