A pantomima montada em torno do depoimento dos três repórteres da revista Veja, que afirmam terem sido destratados por um delegado, é algo típico deste nosso país infeliz por obra e graça de uma elite medieval. Impecável a nota divulgada pela procuradora da República, Elisabeth Mitiko Kobayashi, (Leia abaixo a íntegra da nota) que acompanhou o depoimento dos três jornalistas, convocados como testemunhas em inquérito para apurar eventual conduta indevida de policiais da PF paulista, e não para investigação interna da Polícia Federal, como pretende Veja. E a procuradora esclarece “não ter havido qualquer ato de intimidação”, o que teria “provocado imediata reação de minha parte”.
Delicioso, como se dá com frequência, o principal editorial da Folha de 01/11, a tomar as dores, entre outras coisas, dos repórteres da Veja. Leitura edificante.
íntegra da nota da procuradora:
Como procuradora da República presente aos depoimentos que são alvo de contestação da revista “Veja” e da réplica da Polícia Federal, cumpre esclarecer que:
1) Sobre a nota da revista “Veja”, não é correto afirmar que os jornalistas prestaram depoimentos para uma investigação interna da corregedoria da Polícia Federal. Os jornalistas foram ouvidos como testemunhas em inquérito policial para apurar se houve conduta indevida de policiais no interior da PF em São Paulo. A PF ainda não instaurou procedimento administrativo interno sobre os episódios narrados na revista;
2) No caso específico, as irregularidades verificadas foram prontamente apontadas e sanadas no curso dos depoimentos, da maneira detalhada na nota da revista “Veja”;
3) O papel do MPF no caso é certificar que as declarações tomadas no inquérito policial sejam as mais fiéis possíveis aos depoimentos das testemunhas, fazer perguntas de interesse da investigação não realizadas pela PF, bem como buscar outras provas e evidências para esclarecer o caso, determinando e sugerindo a realização de oitivas, perícias etc., para chegar ao resultado almejado por todos: a verdade.
4)Embora as imperfeições ocorridas durante a redução a termo dos depoimentos tenham sido corrigidas e que no meu entendimento pessoal não tenha havido qualquer ato de intimidação por parte da PF, o que teria provocado imediata reação de minha parte, o MPF está aberto para receber qualquer comunicação formal por parte da revista “Veja”.
Elizabeth Mitiko Kobayashi
Procuradora da República
Nenhum comentário:
Postar um comentário