terça-feira, 26 de dezembro de 2006

CONTA DE CAMPANHA

TSE diz que Alckmin deixou dívidas milionárias


Os dois candidatos à presidência da República que foram ao segundo turno, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), reeleito, e Geraldo Alckmin (PSDB), que foi derrotado, não conseguiram fechar as contas de suas campanhas. Lula deixou dívidas de R$ 9,7 milhões, enquanto Alckmin apresentou, na prestação de contas feita ontem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), um rombo de R$ 19,9 milhões.

O comitê financeiro da campanha de Alckmin informou que gastou R$ 81,9 milhões e arrecadou R$ 62,02 milhões, segundo dados divulgados hoje pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O débito terá de ser assumido pelo partido.

Alckmin recebeu doações milionárias durante a campanha presidencial. O Banco Itaú deu R$ 3,5 milhões. O Banco Mercantil de São Paulo, R$ 2 milhões. A Caemi Mineração e Metalurgia, R$ 3 milhões. A construtora Gutierrez, R$ 1,5 milhão. A Gerdau Longos, R$ 3 milhões. Também houve intensa transferência de recursos de diretórios nacional e regional da legenda.

Segundo as informações divulgadas pelo TSE, as maiores despesas da campanha tucana foram com produção de publicidade eleitoral gratuita de rádio e televisão ou vídeo que totalizaram R$ 15,7 milhões. As despesas com propaganda em material impresso totalizaram R$ 10,7 milhões. Com eventos para promoção da candidatura, foram consumidos R$ 6,8 milhões. Foram pagos R$ 5,4 milhões para terceiros que prestaram serviços. Com transporte e deslocamento, foram consumidos R$ 4,8 milhões. Foram gastos outros R$ 3,4 milhões com pesquisas e testes eleitorais.

Já em relação aos números de Lula divulgados pelo TSE, chamou atenção o fato de ele haver mais que dobrado sua arrecadação de campanha na comparação com 2002, contrariando a previsão de que a primeira eleição após o escândalo do "mensalão" seria comparativamente modesta. Isso não foi suficiente para o presidente evitar uma dívida de R$ 9,87 milhões nas suas contas. O déficit foi assumido pelo PT.

Há quatro anos, Lula arrecadou R$ 44,73 milhões, em valores já corrigidos pelo IPCA, que mede a inflação no período. Agora, foram R$ 104,3 milhões já incluída a parcela encampada pelo PT. O salto no intervalo de quatro anos foi de 133%.
Em 2002, o presidente se elegeu com 52.793.364 votos (custo de R$ 0,85 por voto, em valores já deflacionados). Em 2006, o petista obteve 58.295.042 votos (custo de R$ 1,79 por voto).

Na eleição, o PT montou uma força-tarefa para arrecadar dinheiro, com 8.000 emails enviados a empresas e 60 mil telefonemas feitos por uma equipe de telemarketing. No final, 300 empresas doaram, e 2.800 pessoas físicas. Oficialmente, foi a campanha mais cara na história do país.

A dívida que o PT assumiu se refere ao pagamento de quatro gráficas, todas em São Paulo. "Todos os outros itens, que representam centenas de fornecedores, foram quitados e honrados", disse o tesoureiro da campanha, José de Filippi Júnior. Segundo Filippi, o marqueteiro João Santana recebeu integralmente os R$ 13,75 milhões de seu contrato. (das agências)


Os números de Lula

Receitas
R$ 104,3 milhões

Despesas
R$ 104,3 milhões
Dívida assumida pelo PT
R$ 9,87 milhões

Maiores despesas
Gráficas e placas: R$ 39,3 milhões *
- TV/Publicidade: R$ 13,75 milhões
- Transferência a campanhas estaduais: R$ 13,05 milhões
- Transporte **: 9,91 milhões
- Pesquisas: R$ 6,87 milhões
- Serviços a terceiros: R$ 7,67 milhões
- Comícios: R$ 5,56 milhões
- Outros: R$ 8,19 milhões


Os números de Alckmin

Receitas
R$ 62.022.370,45

Despesas
81.923.624,75

Dívida assumida pelo PSDB
R$ 19.904.806,43

Maiores despesas:
- Produção de Programas de Rádio, Televisão ou Vídeo: R$ 15.769.108,95
- Publicidade por materiais impressos: R$ 10.766.700,88
- Eventos de promoção da candidatura: R$ 6.871.932,49
- Despesas com transporte ou deslocamento: R$ 4.821.031,16

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