A CLASSE MÉRDIA e suas TESES IMEDIATISTAS
O assassinato de uma socialite no bairro nobre do Leblon, no Rio de Janeiro, desencadeou uma vez mais a irracionalidade que acomete muitos de nós diante da violência. Se partisse de amigos e parente, chocados pela brutalidade do ato, ainda se entenderia. Mas é alimentada por grande parte da sociedade, com apoio da mídia, que clama por redução da maioridade penal e outras barbaridades.
O crime foi cometido por um jovem de 16 anos e o que entrou em pauta foi a legislação brasileira, que não mantém preso um menor de idade por mais de três anos. Cartas e editoriais consideraram a lei uma anomalia e conclamaram o encarceramento dos “bárbaros”, como se nada mais existisse ou importasse.
Ninguém falou da recuperação dos conselhos tutelares, criados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente para atenderem esta população quando seus direitos são ameaçados ou violados. Ninguém questionou a educação que esse jovem recebeu, o meio em que vive, a violência que testemunha no seu dia-a-dia. Ninguém falou de melhoria do policiamento, com mais inteligência, e do sistema social como um todo.
O discurso foi um só: repressão. Até a prisão perdeu o seu significado. Para que a prisão? Para enclausurar o cidadão pelo maior tempo possível ou recuperá-lo? Será que três anos não são suficientes para convencer um jovem a não repetir um ato errado.
Não se trata de justificar a violência e muito menos a forma extrema do assassinato. Mas o buraco é bem mais embaixo. Se não resolvermos as questões estruturais, vamos encher as cadeias de jovens de 16 anos, depois de 14 anos, depois… E aí a maioridade penal será reduzida novamente?
Diante da comoção pública, os jornais apelam. Descrevem a altura do jovem como se o fato de ser um galalau o tornasse diferente dos demais adolescentes de sua idade e agravasse o seu delito. O delito já é grave em si e faltou a reflexão sobre os motivos de um garoto de 16 anos andar armado e cometer crimes.
O caso também é generalizado, como se crianças e adolescentes vivessem matando gente pelas ruas do Rio de Janeiro e outras cidades do país. Dos adolescentes levados à Febem, apenas 1% estão ligados a crimes graves, como homicídios.
Se existe uma fase da vida em que se pode convencer alguém a não repetir um crime é a adolescência, quando o jovem ainda está aberto a influências e descobrindo o mundo. A ambição da sociedade deveria ser impedir que jovens cometam crimes. Mas não os condenando e sim lutando por um sistema político, social, econômico e legal mais justo que os trate com os cuidados que a idade merece.
MAIR PENA NETO
Um comentário:
A partir de hoje vou fazer diferente. Ao acordar, vou evitar acessar vossos blogs. Vou escrever no meu blog e, em seguida, copiar uma parte do texto que tenha a ver com o assunto tratado por vós e colar em vossa caixa de comentários que prefiro chamar de seção do leitor.
Hoje escrevi sobre dinheiro, amor, etc..
Dinheiro pra que?
Dinheiro é tão bom!
Agora descobri a força da grana
Não que você que consiga tudo com grana
Mas que ajuda, ajuda
Mas que dá mais conforto=prazer=curtição ao lado daquela pessoa, isso sim
Percebi isso agora: sem grana a vida é triste
Quando uso o termo “sem grana” refiro-me também àquelas pessoas que têm grana mas não sabem disso
Até ontem eu fazia parte deste grupo. É que até então eu não havia me empolgado com uma pessoa
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