O engenheiro José Tadeu da Silva, presidente do Crea (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo) de São Paulo disse nesta segunda-feira que é impossível culpar apenas São Pedro pelo desabamento da parede do poço das obras da linha 4-amarela do metrô. Para ele, as condições do solo podem ser o principal fator para o desabamento. Na sexta, a chuva foi apontada pelo consórcio que realiza as obras como causa do acidente.
"O que sabemos é que o solo dessa região de planície [Pinheiros] é formada de argila, terra, areia e rocha. A chuva pode ter agravado as condições do solo, fazendo subir o lençol freático, se infiltrando na areia, que pressionaria a rocha. Tudo isso pode ter causado o acidente".
O vice-governador e secretário de Desenvolvimento de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), também disse que somente São Pedro não poderia ter causado o acidente, culpando também o processo de engenharia pelo desabamento do canteiro de obras do metrô. Ele participou nesta segunda-feira da abertura da Couromoda 2007 --feira de calçados que acontece em São Paulo.
3 comentários:
Os penosos são omissos. O caso PCC, ano passado, mostra bem que quando se precisa de autoridade não se acha, se a autoridade for do PSDB e a situação for de crise.
Publiquei tua postagem no Linkk.
Este deve ser o oitavo acidente. Acidentes em série. Coisa da mecânica quântica. Como se explica que acidentes, um atrás do outro, não são considerados como incompetência das autoridades que, sabendo que a região é um banco de areia movediça, poderiam ter evitado tudo isso? Bando de vagabundos este triunvirato PSDB=PFL=Mídia...
Irresponsabilidade, negligencia, omissão, ganância, desumanidade
A tragédia na construção do Metrô em SP, não foi causada pelas chuvas, não foi a vontade divina. Foram responsáveis por essa tragédia, os acordos firmados entre o estado e o consórcio Via Amarela. Acordos muito lucrativos para o consócio, para as empreiteiras. O governo de SP não pode se eximir de culpa nessa tragédia, ele é tão culpado quanto o consórcio Via Amarela. Uma obra pública, sendo realizada pela iniciativa privada teria que ser fiscalizada pelos técnicos do governo, que não poderiam permitir o tal "pagamento de premios". Teria que ter como prioridade a segurança máxima da população, dos trabalhadores. Segundo reportagem da Folha de São Paulo, o consórcio Via Amarela, pagava prêmios para as empresas de projetos de engenharia que conseguissem reduzir o uso de materiais, como concreto, cimento ou vergalhões de ferro. A informação é de dois engenheiros que participaram do projeto da Via Amarela e não querem ver seus nomes divulgados por acreditarem que sofreriam retaliações. Essa prática que nada mais é do que o capitalismo selvagem, não visa a segurança humana, não tem a margem de segurança ampliada dando prioridade ao ser humano. Lucro, muito lucro é o que importa. Se caírem casas, se as pessoas perderem tudo o que construíram durante uma vida toda, se pessoas morrerem, não tem problema, paga-se uma indenização para os que ficaram vivos e fica tudo resolvido. É como se o dinheiro que compra governos, compra acordos espúrios, pacotes fechados mirabolantes, também comprasse os sentimentos das famílias dos mortos, comprasse a dor a saudade, a falta do pai, da mãe, do irmão. Comprasse a morte indigna desses que morreram soterrados, sufocados pela ganância brutal e desumana do capital.
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