quinta-feira, 26 de abril de 2007

A Casa grande e Senzala

Vocês já repararam que "certas" pessoas já tem na ponta da língua respostas prontas e que encaixam perfeitamente em determinados casos, como esse do "roubo do ponte de manteiga" por uma "negra"?

Algumas palavras, a construção da frase, tudo perfeitamente ensaiado e prontinho para ser pronunciado com um brilho incomum nos olhos e um sorriso de satisfação, como a dizer: "Essa gente só sabe viver assim".

Sempre que vemos um cidadão pronunciar esse tipo de discurso, já podemos antever de antemão, frases de efeito e lugares-comuns já mais do que surrados, proferidos por esses infelizes. Ainda estão com a "assinatura da Lei Áurea" entalada na garganta.

"será que se esta mulher chegasse para o dono do supermercado, ou para o gerente e dissesse: "Senhor, preciso muito dar alimentos para meus filhos e não tenho condições. Se eu limpasse a frente da loja, arrumasse aquela gôndola ou passasse um pano em algumas prateleiras, o senhor poderia me ajudar com algum alimento?"

Ou:

"As vezes a população se auto-humilha, pedindo emprego com cara de sofrimento e achando que alguém tem obrigação de dar um emprego prá ele só porque ele é pobre. Isto está errado! Pedir um emprego é se humilhar, é pedir um favor, é se mostrar incapacitado e frágil e totalmente dependente, e talvez este seja o erro do morador da periferia, não se valorizar."

é o discurso preferido deles. Esses fragmentos colados acima, são de Leonardo Lopes, num momento por demais, infeliz. Ele teve chances de se redimir, sendo justo, coerente com a manifestação acima, à partir do momento que foi divulgado o "incidente" com O RABINO. Gostaria de vê-lo - Leonardo - fazer analogia com o caso do "pote de margarina" e o dono da lojas onde foram "subtraídas" as gravatas ( o pote foi ROUBADO, as gravatas foram "subtraídas).

Já imaginaram o RABINO chegando para o dono da loja, ou para o gerente e dizendo:

"Senhor, preciso muito andar "bonitinho" por esse mundo à fora e não tenho condições. Se eu limpasse a frente da loja, arrumasse aquela gôndola ou passasse um pano em algumas prateleiras, o senhor poderia me ajudar com algumas gravatas?"

É crível pensarmos nessa possibilidade? Um RABINO agindo dessa forma? E se no lugar da NEGRA, fosse uma LOURA de parar o TRÂNSITO roubando a MANTEIGA? Poderíamos imaginar algum camburão levando-a para delegacia?? Então por que diabos somos levados a criar situações fantásticas para dar solução ao fato do ROUBO DA MARGARINA POR UMA NEGRA FAVELADA, com abstrações sobre a nobreza de pedir, ante um roubo concreto???

Ora, meus caríssimos leitores... a resposta está no título desse POST: Estamos condicionados a viver como se ainda estivéssemos na CASA GRANDE E SENZALA.




"O correto é um tratamento de peso e medida igual para todos, como rege a constituição, mas a diferença, sabemos, está no potencial do advogado que irá defender o réu, e este quanto mais preparado mais caro. Logo, o pobre, na maioria dos caso, acaba sendo julgado não porque é pobre, mas porque seu advogado, que é barato, é despreparado. Claro que não podemos, em hipótese alguma, generalizar. É público que existe preconceito e racismo."

7 comentários:

Anônimo disse...
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Anônimo disse...
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Anônimo disse...

que título hein oni…!

como resmunga o paranóico: fala sério !!!!

Anônimo disse...

HAHAHAHAHAHAHA!! PUTA QUIOS PARIUS!

Anônimo disse...
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Anônimo disse...

eesse pintão gráfico só atrapalha a minha leitura dos comentários. é que o troço é muito pesado e desce devagar

Oni, ou o anômimo diminui isso de tamanho ou então você corta... deleta

Anônimo disse...

ah, o anômimo é o jô.

oi jô tem como tirar esse pinto?

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