domingo, 29 de abril de 2007

A ILIBADA REPUTAÇÃO DOS JUÍZES


Feliz o país que pode ver na cadeia desembargadores, juízes, assessores de tribunais e năo estremecer, nem levemente, o funcionamento das instituiçőes. É parte da democracia”.





O prezado leitor reparou como, há algum tempo, os magistrados têm frequentado as primeiras páginas dos nossos jornais? Está virando rotina e isso não é um bom sinal, sobretudo porque não aparecem em notícias que os engrandeçam. Ao contrário, estão envolvidos num vasto emaranhando de acusações que vão da venda de sentenças à concessão de benefícios a empresas para redução da carga de impostos.

É lamentável que isso ocorra exatamente entre aqueles que deveriam primar por um comportamento exemplar no ofício de distribuir justiça, uma função nobilíssima e quase tão sagrada quanto a de um sacerdote. Magistrados devem (ou deveriam) ter uma vida pessoal discreta. Por isso, quando viram notícia com essa frequência é porque alguma coisa não vai bem com o poder judiciário.

Foi-se o tempo em que, para ter acesso à carreira, os candidatos a juiz de direito deveriam, além de superar o rigor do exame de provas e títulos, reunir elevados atributos morais e, principalmente, possuir uma “ilibada reputação”.

Mas essa “ilibada reputação” parece coisa do passado e não faz parte do comportamento de um número crescente de magistrados que se valem do cargo para obter vantagens ilícitas. E não é preciso grande esforço de memória para lembrar os nomes de alguns desses corruptos que mancham a instituição como um todo, salpicando respingos nos profissionais honestos.

Com certeza o leitor deve se lembrar de muitos desses corruptos. Quem não se lembra, por exemplo, do ex-juiz Nestor José do Nascimento, do Rio de Janeiro. Esse chegou ao cúmulo de guardar drogas em seu apartamento para facilitar o tráfico. Outro caso escabroso foi o que o envolveu os juizes federais em São Paulo, João Carlos da Rocha Mattos e Casem Mazloum. Nesse havia de tudo, desde venda de sentenças até formação de quadrilha, com envolvimento de policiais, voltada para a prática de crimes. E o mais célebre de todos, o do juiz trabalhista Nicolau dos Santos Neto, o tristemente famoso juiz Lalau, condenado por desviar para a Suiça e Bahamas muitos milhões da obra do prédio do TRT em São Paulo. Só para citar alguns.

É certo que hoje, graças à eficiência investigativa da Polícia Federal, alguns magistrados têm sido punidos e afastados de suas funções. Poucos, ainda. A grande maioria se livra das acusações, utilizando-se do tradicional “jeitinho brasileiro” que funciona também no corporativismo de classe.

A velha discussão sobre o controle externo do judiciário parece mais atual do que nunca diante de tantos descalabros. O Judiciário vive uma grave crise de credibilidade. Uma mudança de rumos é necessária e urgente, nem que para isso seja necessária a criação de algum mecanismo legal que defina os crimes de responsabilidade dos magistrados, pois o cidadão precisa voltar a confiar nos homens encarregados de fazer cumprir as leis.

Por ultimo, sobre o assunto, transcrevo email que recebi do juiz trabalhista em São Paulo, Marcos Neves Fava. Ele tem uma visão otimista sobre os últimos acontecimentos envolvendo magistrados: “Feliz o país que pode ver na cadeia desembargadores, juízes, assessores de tribunais e năo estremecer, nem levemente, o funcionamento das instituiçőes. É parte da democracia”.

Eliakin Araújo

2 comentários:

José Carlos Lima disse...

nunca acreditei nestes engravatados

hummm

um garoto de programa me disse que enrabou um juiz após a audiência

eu heim

sempre acho que este juizes engravados usam um espartilho por debaixo do paletó

sempre desconfiei do excessso de zelo=perfeição=simetria destes bacharéis que não permitem nem mesmo que o seu copo d´agua fique do lugar

depois, entre 4 paredes, tudo fica fora do lugar

para o ar

o paletó dá lugar a um vestido

você duvida?

não confio nestes rituais, nestas aparências que enganam

este pensamento, acerca da simetria, continua no meu curandeia.blogspot.com

Anônimo disse...

ACHO QUE TODOS ESSES JUIZES, ADVOGADOS, DELEGADOS E PROFISSIONAIS QUE ESTUDAM TANTO PARA PROTEGER AS PESSOAS E SEUS DIREITOS, QUANDO SE DESVIRTUAM DE SEUS CAMINHOS, E FAZEM ESSAS BARBARIDADES, DEVERIAM TER PENAS BEM MAIORES, SEM DÓ NEM PIEDADE, POIS SÃO CONSCIENTE DO QUE ESTÃO FAZENDO, QUEBRANDO REGRAS E LEIS, JUSTAMENTE O CONTRARIO DO QUE SÃO TAÃO BEM PAGOS PARA FAZER.

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