PROFISSÃO PERIGO
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Você está estudando jornalismo? Maravilha. É uma profissão espetacular. No meu caso, mesmo repórter apenas vez por outra – a redação era a minha praia – conheci razoável parte do mundo. Querem ver? Uruguai, Argentina, Chile, Portugal, Espanha, França, Itália, Inglaterra, Escócia, Alemanha, Estados Unidos, Senegal, Marrocos e até Arábia Saudita. No Brasil, então, fora o Rio de Janeiro, onde nasci e trabalho, andei pelo Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Bahia, Alagoas, Pernambuco e Ceará, se é que o disco de minha memória não me falha. Infelizmente, porém, não tive a oportunidade de ir à China e à Rússia, países que sempre me despertaram imensa curiosidade. Mas para quem, como já disse, era ‘rato de redação’, está de bom tamanho. Ou não está.
Mas é uma profissão também perigosa – pelo menos no Rio de Janeiro. Antigamente, mas muito antigamente, o mercado jornalístico era bem maior. De repente, não mais do que de repente, viajaram para outras galáxias Diário Carioca, Diário da Noite, O Jornal, Diário de Notícias, Última Hora, Correio da Manhã – que belo jornal era o matutino da Rua Gomes Freire – O Cruzeiro, Manchete, A Cigarra, TV Rio, TV Tupi, TV Continental, TV Manchete, TV Excelsior e estão de malas prontas para entrar no foguete espacial – a contagem regressiva já começou – vários outros órgãos de comunicação, alguns deles famosos e tradicionais. O que sobrou? Pouco, mas sobrou: as sucursais dos grandes jornais de São Paulo, do diário Lance e da revista Placar. Entre as rádios restaram Globo, Tupi, Jornal do Brasil FM e um arremedo da velha e gloriosa Rádio Nacional, campeã de audiência.
A rigor, bem a rigor mesmo, aos jornalistas só coube uma suposta vitória: a exigência do diploma – as faculdades adoraram a medida – porque jornais, revistas e emissoras de televisão só queriam contratar ‘mauricinhos’ e ‘patricinhas’ que tivessem carro, comida, roupa lavada papai para sustentar e jamais precisar de uma coisa fundamental chamada salário.
Mesmo assim, as grandes empresas driblam a lei chamando seus pseudo-contratados de ‘convidados especiais’ e agora lutam para que todos os jornalistas sejam pessoas jurídicas – a chamada ‘pejotização’ – que coloca um ponto final nas leis trabalhistas. Ou seja: as empresas dão um pontapé em FGTS, férias, 13º salário, licença maternidade e indenizações por demissão. E os que restam com carteiras profissionais assinadas – como proclamam PT, PDT e PTB em horário gratuito na televisão – são demitidos e, na ‘Injustiça do Trabalho’ passam a ser ‘reclamantes’ enquanto os patrões (coitados dos patrões!) são os eternos ‘reclamados’.
Mas a ‘Injustiça do Trabalho’ trabalha em ritmo de Brasil grande. Os julgamentos das causas são ‘rápidos’, demorando dois, três, quatro ou quantos anos quiserem os ‘pobres dos patrões’, que contam com mil e um recursos para não pagar o que devem a seus funcionários, mesmo os afastados sem justa causa – que deveriam receber na rescisão.
O jornalismo, apesar de tudo, continua a ser uma profissão espetacular. Mas que é perigosa, é. Proteção? Só a do reino dos céus, se é que eles, lá de cima, se preocupam com coisas tão bobas quanto justiça. A do Trabalho, então, nem entra na pauta deles...
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Você está estudando jornalismo? Maravilha. É uma profissão espetacular. No meu caso, mesmo repórter apenas vez por outra – a redação era a minha praia – conheci razoável parte do mundo. Querem ver? Uruguai, Argentina, Chile, Portugal, Espanha, França, Itália, Inglaterra, Escócia, Alemanha, Estados Unidos, Senegal, Marrocos e até Arábia Saudita. No Brasil, então, fora o Rio de Janeiro, onde nasci e trabalho, andei pelo Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Bahia, Alagoas, Pernambuco e Ceará, se é que o disco de minha memória não me falha. Infelizmente, porém, não tive a oportunidade de ir à China e à Rússia, países que sempre me despertaram imensa curiosidade. Mas para quem, como já disse, era ‘rato de redação’, está de bom tamanho. Ou não está.
Mas é uma profissão também perigosa – pelo menos no Rio de Janeiro. Antigamente, mas muito antigamente, o mercado jornalístico era bem maior. De repente, não mais do que de repente, viajaram para outras galáxias Diário Carioca, Diário da Noite, O Jornal, Diário de Notícias, Última Hora, Correio da Manhã – que belo jornal era o matutino da Rua Gomes Freire – O Cruzeiro, Manchete, A Cigarra, TV Rio, TV Tupi, TV Continental, TV Manchete, TV Excelsior e estão de malas prontas para entrar no foguete espacial – a contagem regressiva já começou – vários outros órgãos de comunicação, alguns deles famosos e tradicionais. O que sobrou? Pouco, mas sobrou: as sucursais dos grandes jornais de São Paulo, do diário Lance e da revista Placar. Entre as rádios restaram Globo, Tupi, Jornal do Brasil FM e um arremedo da velha e gloriosa Rádio Nacional, campeã de audiência.
A rigor, bem a rigor mesmo, aos jornalistas só coube uma suposta vitória: a exigência do diploma – as faculdades adoraram a medida – porque jornais, revistas e emissoras de televisão só queriam contratar ‘mauricinhos’ e ‘patricinhas’ que tivessem carro, comida, roupa lavada papai para sustentar e jamais precisar de uma coisa fundamental chamada salário.
Mesmo assim, as grandes empresas driblam a lei chamando seus pseudo-contratados de ‘convidados especiais’ e agora lutam para que todos os jornalistas sejam pessoas jurídicas – a chamada ‘pejotização’ – que coloca um ponto final nas leis trabalhistas. Ou seja: as empresas dão um pontapé em FGTS, férias, 13º salário, licença maternidade e indenizações por demissão. E os que restam com carteiras profissionais assinadas – como proclamam PT, PDT e PTB em horário gratuito na televisão – são demitidos e, na ‘Injustiça do Trabalho’ passam a ser ‘reclamantes’ enquanto os patrões (coitados dos patrões!) são os eternos ‘reclamados’.
Mas a ‘Injustiça do Trabalho’ trabalha em ritmo de Brasil grande. Os julgamentos das causas são ‘rápidos’, demorando dois, três, quatro ou quantos anos quiserem os ‘pobres dos patrões’, que contam com mil e um recursos para não pagar o que devem a seus funcionários, mesmo os afastados sem justa causa – que deveriam receber na rescisão.
O jornalismo, apesar de tudo, continua a ser uma profissão espetacular. Mas que é perigosa, é. Proteção? Só a do reino dos céus, se é que eles, lá de cima, se preocupam com coisas tão bobas quanto justiça. A do Trabalho, então, nem entra na pauta deles...
Roberto Porto
3 comentários:
stf decidiu q não precisa de diploma pra ser jornalista.
estudar pra quê?
e tem tantos jornalistas de renome sem diploma aí no mercado é uma situação complicada essa.
obs: Mas eu sou a favor do diploma da pós graduação do doutorado e tudo que for possível para dar um up grade isso em todas as profissões.
abs.
você tem razão... morre mais um jornalista....aqui o link:
06/05/2007 - 12h22
Repórter que denunciou abuso sexual por vereadores é assassinado em SP
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da Folha Online
O jornalista Luiz Carlos Barbon, 37, foi assassinado ontem à noite em Porto Ferreira (228 km de SP), com dois tiros. Barbon trabalhava no "Jornal do Porto", e era conhecido por fazer denúncias contra políticos locais
O Comando da Polícia Militar em Porto Ferreira confirmou a morte de Barbon neste domingo à Folha Online.
Foi Barbon quem primeiro denunciou em 2003 o caso de vereadores que foram acusados de explorar sexualmente adolescentes. Ele foi um dos três finalistas do prêmio Esso de Jornalismo em 2003, categoria Especial Interior, com a reportagem "Corrupção de menores", publicada no "Jornal Realidade", de Porto Ferreira.
Barbon foi assassinado ontem por volta das 21h no Bar das Araras, que fica próximo à rodoviária da cidade. Segundo testemunhas, dois homens vestidos com roupas pretas e encapuzados chegaram ao bar em uma moto.
Segundo a PM, o rapaz que estava na garupa desceu da moto, se aproximou do jornalista e disparou dois tiros à queima roupa. Ele foi atingido na perna e no abdômen.
Barbon foi levado ao Pronto Socorro Municipal, mas não resistiu aos ferimentos.
A polícia não tem pistas do assassino.
Segundo a polícia, o crime tem características de que tenha sido encomendado, pois o assassino foi "em direção ao jornalista", que estava acompanhado de amigos em uma das mesas do bar. Somente ele foi atingido pelos disparos.
Barbon será enterrado hoje no cemitério municipal de Tambaú (257 km de SP), cidade natal do jornalista.
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