A sujíssima "VEJA"

Helio Fernandes

Para a enlameada e Sujíssima Veja, a bola da vez é Renan Calheiros

A desonestidade chegou a tal ponto no Brasil que qualquer um pode atacar quem quiser, tirar conclusões antes da investigação, expor na capa (caso da Sujíssima Veja) personagens como Renan Calheiros, ministro da Justiça do impoluto governo FHC, senador, duas vezes eleito presidente, obviamente escolhido, votado e empossado pelos companheiros.

Não pretendo defender ou crucificar Renan Calheiros. Isso terá que ser feito por ele mesmo. Se a sua defesa for convincente e irrefutável, escapará do sacrifício. Mas se escapar da cruz e provar que não tem nada a ver com o que foi exposto publicamente, deve processar a Sujíssima Veja. Até hoje desmentida várias vezes, a Sujíssima jamais teve que mostrar ou reconhecer na Justiça que algumas das acusações não passavam de leviandade. (Quem tem medo de Virgina Wolff?)

Jornalisticamente, apenas por ter percebido na "denúncia" pontos obscuros e não comprovados, vou examinar alguns deles.
1 - A credibilidade dos Civitas e da Sujíssima Veja.

2 - O caso privado e particular.

3 - A denúncia de corrupção e de ligação com a Mendes Junior.

4 - A oportunidade das denúncias.

5 - As fontes da Sujíssima.

6 - O fato da Sujíssima denunciar o pagamento da pensão na véspera de ser estipulado pela Justiça, em ação sempre sigilosa.

1 - A credibilidade dos Civitas. Expulsos da Italia (por irregularidades), se estabeleceram na Argentina. Banidos da Argentina (por irregularidades), fugiram e foram para os EUA. Seguindo o tipo de vida que escolheram, foram "flagrados" (em enorme escândalo), fizeram acordo, vieram para o Brasil, onde montaram "arapuca jornalística" em plena ditadura. No auge da repressão, em 1968, colaboraram com a repressão, eram protegidos financeiramente pelos civis multinacionais e politicamente pelos militares ambiciosos. Fizeram fortuna, serviram aos patrões.

2 - A questão do caso particular e do nascimento de um filho. Isso só podia ser questionado pela própria mulher de Renan, que aparentemente fez sua opção e administrou o fato. A Sujíssima não tinha nada a ver.

3 - A acusação de lobismo com a Mendes Junior está longe de ter sido comprovada, embora as empreiteiras, nos últimos 50 anos, sempre estiveram nas manchetes da corrupção. O que não significa que a Sujíssima pode acusar sem provas. O fato de apresentarem a declaração de bens de Renan de 2002 coloca a pergunta obrigatória: por que não mostraram declarações de bens dos outros 4 anos, 2003, 2004, 2005, 2006?

4 - Por que a denúncia foi feita agora, um momento dificílimo para todos? Isto não é explicação ou defesa de alguém, mas a constatação. O caso de Renan com a jornalista tem 4 anos (a filha tem 3), por que a moralidade sexual da Veja não se manifestou antes?

5 - É inacreditável que a Sujíssima Veja faça denúncia estrondosa, baseada em informações fornecidas pela própria jornalista. (De passagem curta pelo jornalismo, apresentava um jornal local da TV Globo, não se conhece outra atividade).

6 - A informação de que a fonte da Veja é a própria interessada está em outro fato gritante: a Veja diz que a pensão era de 16 mil e 500 reais, mas a revista "OBTEVE" essa informação 48 horas antes de Renan e Monica Veloso comparecerem à Justiça para a tentativa de acordo.

Ora, se iam TENTAR acordo, por que a Veja sabia que eram 16 mil e 500? Se já havia a pensão, segundo a Veja paga desde 2004, por que a tentativa de acordo? Na chamada com foto, a Sujíssima chama Renan de SUSPEITO. Mas a matéria propriamente dita é mais do que SUSPEITA, é ACUSAÇÃO de quem dá um furo sensacional.