De namoradinha à tucana
Já a atriz global Regina Duarte tem uma trajetória política errática. Durante a ditadura militar, ela foi a “namoradinha do Brasil”, participando de novelas que ajudaram a entorpecer a sociedade e a esconder os horrores das torturas e assassinatos. Posteriormente, como ela própria confessou, fez autocrítica e teve participação destacada na luta pela redemocratização, como na campanha das Diretas-Já. Nos anos da avalanche neoliberal, porém, converteu-se numa ativa militante do PSDB, ajudando nas duas campanhas de FHC e nas derrotadas empreitadas de Serra e Alckmin.
Na eleição presidencial de 2002, ela ficou famosa por aparecer no programa eleitoral tucano com a fisionomia apavorada e o bordão “eu tenho medo”, contra o risco da vitória de Lula. De forma hipócrita, ela agora engrossa o “Cansei”. Quando da chacina de Eldorado do Carajás, em abril de 1996, ela não surgiu na telinha para se solidarizar com as famílias dos camponeses mortos e para dizer que estava “cansada” da violência do amigo FHC. Em janeiro último, quando um acidente no Metrô abriu uma cratera num bairro central da capital e matou várias pessoas, a atriz global também não pintou na telinha para dizer que estava “cansada” do atual e do ex-governador. Pelo contrário. Pouco tempo depois foi um dos destaques do casamento da filha de Geraldo Alckmin.
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