segunda-feira, 10 de setembro de 2007

O que vem por aí: Zé Dirceu promete processar 'Veja' e defende CPI

O ex-ministro José Dirceu publicou artigo em seu site em resposta à matéria da revista Veja. No texto intitulado "A CPI da Abril", Dirceu afirma que entrará com processo contra a publicação. "Vou processar a revista e a desafio a provar que uma só vez eu tenha me envolvido ou participado dessa tentativa de instalação de uma CPI", escreve ele.

"Aliás, criar CPIs se tornou uma banalidade. Como bem diz o reputado jurista Dalmo Dallari, por única e exclusiva responsabilidade da mídia, inclusive da Abril e da Veja, que apóiam e apoiaram todas as CPIS contra o PT e o governo Lula, mesmo sem nenhum indício forte de irregularidade",.

O ex-ministro afirma ainda que a revista lhe atribui responsabilidade pela instalação da CPI, "sem, como é usual nas suas matérias, apresentar nenhuma prova, indício ou evidência. A não ser a mesma de sempre: sou o 'chefe', logo sou responsável por tudo que acontece. Sem falar na bobagem de que estou sendo patrocinado por Carlos Slim, da Claro, para ser contra a Telefônica".

Segundo Dirceu, "investigar uma empresa nada tem a ver com liberdade de imprensa. Ninguém está acima da lei e a Veja recorre a esse argumento para se livrar das investigações". Na opinião dele, a CPI nada tem a ver e não ameaça a liberdade de imprensa. "É uma CPI como qualquer outra", afirma.

"Na verdade, a pretexto de defender a liberdade de imprensa, o que estamos assistindo no Brasil é a libertinagem de setores da imprensa, sem regulação democrática, como existe em todos os países desenvolvidos, e sem concorrência", acusa o ex-ministro. "Parte da mídia abusa de seu poder e se esconde atrás da liberdade, quando atenta contra ela todos os dias. Ou será que a imprensa está acima da Lei e da Constituição e do Parlamento?"

Para Dirceu, diante das acusações constantes do pedido de instalação da CPI e que devem ser investigadas, a reação da Veja é inaceitável. "A verdade é que a liberdade de imprensa, que deve ser defendida e respeitada, está se transformando em salvo-conduto para todo tipo de ilegalidade e abuso da imprensa e para a consolidação do monopólio e da não-regulação."

O ex-ministro conclui: "Tudo é censura. Até a regulação da Comissão de Valores Mobiliários, sobre as informações privilegiadas de jornalistas, o chamado inside information, como se jornalistas estivessem acima da lei para especular com ações e se beneficiar de informações privilegiadas."
Da Redação, com O Jornalista

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