sábado, 6 de outubro de 2007

lUIZ CARLOS MERTEN

Sobre Personal Che, o documentário do brasileiro Douglas Duarte e da colombiana Adriana Mariño, 40 anos após a morte do guerrilheiro na Bolívia.
Quem acha que o mito do Che é uma farsa e que ele é um herói esquecido (ou desmistificado), deveria ter sua cabeça examinada. Douglas e Adriana descobriram na Bolívia camponeses que cultivam Che como um santo (e rezam e acendem velas para ele!.

Em Cuba, onde a foto clássica do Che morto circulou um pouco, em 1967, eles documentam o espanto de cubanos jovens que vêem pela primeira vez a imagem. Do nada, pegando um táxi em Havana, Douglas e Adriana descobriram um motorista que não apenas cultiva o mito, como deu ao filho o nome de Ernesto. Para fortalecer a crença dos que acham que comunismo e nazismo é tudo a mesma coisa, eles encontraram munição.

Che é idolatrado por neonazistas (por que o neo?) na Alemanha. Não é que os extremos se toquem, mas o que atrai os nazistas para o mito é a idéia do Che como ícone de transformação e mudança. E não é que 40 anos e um belo filme de Walter Salles depois (Diários de Motocicleta), o Che vive? Tomara que o filme vá para a Mostra de São Paulo. Um símbolo de mudança, como o Che, não poderia retratado num documentário convencional. A estrutura narrativa deste é muito interessante e inovadora, vocês vão ver.

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