Os enfrentamentos vieram após o termino de uma marcha de estudantes contrários à reforma constitucional proposta por Chávez que será referendada no próximo dia 2. O pacote de mudanças em debate tem gerado polêmica no país e acirrado a mobilizações pró e contra a reforma constitucional.
Em entrevista ao portal estadao.com.br, o dirigente sindical, partidário do presidente Hugo Chávez, falou sobre o que aconteceu na UCV. A descrição vai no sentido oposto ao que foi divulgado pelos grandes meios de comunicação e setores da oposição venezuelana.
Assim como afirmam os movimentos sociais brasileiros sobre a mídia no Brasil, o trabalhador disse que "os meios de comunicação da Venezuela transmitem as coisas que interessam a apenas um dos lados."
O sindicalista também disse que a violência registrada na quarta-feira começou depois que estudantes oposicionistas atacaram um grupo de chavistas que distribuíam pelo campus da UCV um material publicitário favorável ao "Sim" no referendo.
Para se proteger dos ataques, os estudantes e trabalhadores se entrincheiraram na Escola de Trabalho Social, de onde haviam acabado de sair após uma assembléia de alunos, professores e funcionários da instituição.
Ainda de acordo com o relato de Sánchez, os oposicionistas, alguns armados, atiraram pedras e tentaram colocar fogo no prédio da faculdade.
A procura de sangue
Como as forças de segurança não podem entrar na reitoria da UCV, em função da lei de autonomia universitária, o dirigente esclareceu que motoqueiros armados ligados a movimento "Sim" foram chamados para garantir a saída dos estudantes e professores encurralados na Escola de Trabalho Social.
"Falamos com o reitor e ele nos deu as costas. A vigilância universitária não poderia intervir, a polícia não poderia intervir, a guarda nacional não poderia intervir; ninguém poderia intervir. Estavam todos assistindo eles queimarem um edifício com mais de 150 pessoas dentro. Então nós decidimos assumir a responsabilidade e pedir a um grupo de motoqueiros que ingressasse na universidade e resolvesse a questão. Alguns que estavam armados e que tinham porte de arma entraram na instalação e soltaram os jovens", disse o sindicalista.
"O que indigna a oposição e a os meios de comunicação é que todos estavam esperando um massacre, um assassinato em massa, para depois dizer que os chavistas que morreram ali eram gente da oposição, porque sempre fazem isso", argumentou.
De acordo com ele, todos os nove feridos nos incidentes eram do movimento "Sim".
Violência da oposição
"Dos quatro feridos de bala, três eram estudantes da Escola de Trabalho Social e um de Sociologia, todos a favor do sim. E os outros cinco que foram feridos na cabeça, todos, sem exceção, eram partidários do sim."
Sánchez critica ainda a imprensa pelas versões que colocam os chavistas como principais protagonistas da violência. Os meios de comunicação, segundo ele, mostram os motoqueiros armados como assassinos mas "guardam um silêncio cúmplice sobre a atitude hostil de um grupo de estudantes motivados por dirigentes armados do partido de extrema direita 'bandeira Vermelha'", que teriam liderado o assalto contra o prédio da Escola de Trabalho Social.
"Ainda assim, acusam os chavistas pela violência. Mas os que estavam mascarados nas ruas, os que queimaram a escola, eram dos setores da direita", conclui Sánchez.
Mídia golpista
Em 12 de abril de 2002, data que marca a tentativa de golpe por parte dos setores conservadores ao governo de Hugo Chávez, a emissora Radio Caracas Televisão (RCTV) tirou, por 24 horas, Hugo Chávez do poder. O golpe fracassou quando milhões de venezuelanos saíram ás ruas exigindo que presidente continuasse a frente do país. Em maio deste ano, a RCTV não teve renovado o seu contrato de concessão.
É público e notório que os canais privados de TV, como a Venevizión, com Gustavo Cisneros à frente, desrespeitaram todas as normas básicas do bom jornalismo ao entrar de cabeça no movimento para derrubar o presidente venezuelano.
"Na manhã do dia 12 de abril, depois de uma reunião dos diretores do canal, chegaram instruções que proibiam a veiculação de informações relativas a Chávez, seu paradeiro, seus seguidores, seus parlamentares. A ordem foi clara: tirem o chavismo da tela". Essa é uma das histórias que Andrés Izarra, gerente de produção da RCTV em 2002, e hoje presidente da Telesur, conta no livro Chávez e os meios de comunicação social.
Os golpistas riam e gargalhavam na RCTV, revelando um golpe midiático tramado com a participação direta e a cumplicidade de todos os canais privados da oligarquia pró-imperialista.
Recentemente, Marcel Granier, proprietário de RCTV, foi a público dizer que não estava no Palácio de Miraflores para celebrar e avalizar a "posse" do golpista e ex-chefe da patronal Câmara de Comércio, Pedro Carmona Stanga. Porém, o filme a A revolução não será televisionada, filmado e dirigido pelos irlandeses Kim Bartley e Donnacha O'Briain, que apresenta os acontecimentos do golpe contra Chávez mostra que o empresário estava lá.
Assista os eos relacionados:
*RCTV auspicia marcha opositora y construye golpe mediatico
http://www.youtube.com/watch?v=_ZV-lBG1pJI
*Marcel Granier y el golpe de estado
http://www.youtube.com/watch?v=OuH2Zrtii5g&mode=related&search=
*Sapene miente: dice que Granier no estuvo en Miraflores
http://www.youtube.com/watch?v=KjKJv5y8iDk
*Marcel Granier dijo sí estuvo en Miraflores
http://www.youtube.com/watch?v=15YlT6shb9M
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