A série de artigos de Luis Nassif publicados em http://www.projetobr.com.br/blog/5.html,
sobre a revista Veja, tem sido uma das coisas mais importantes da imprensa brasileira nos últimos tempos. Pela clareza, pesquisa, conhecimento dos bastidores e das redações, é algo que deveria ser indispensável nos cursos de jornalismo. O bom repórter, essa qualidade rara que nunca entra em pauta, deveria também ler e meditar os fatos ali noticiados, mas não só, deveria também estudar a sua carpintaria, de como se faz um livro, um seriado, um folhetim de suspense, em processo.
Começado por “O maior fenômeno de anti-jornalismo dos últimos anos foi o que ocorreu com a revista Veja. Gradativamente, o maior semanário brasileiro foi se transformando em um pasquim sem compromisso com o jornalismo, recorrendo a ataques desqualificadores contra quem atravessasse seu caminho, envolvendo-se em guerras comerciais e aceitando que suas páginas e sites abrigassem matérias e colunas do mais puro esgoto jornalístico”.
Assim começados, os artigos continuam em capítulos devastadores, como esse perfil de um certo Diogo Mainardi: “um ‘colunista sela’ – nome que se dá ao colunista pouco informado que se deixa ‘cavalgar’ pela fonte, tornando-se mero repassador de recados, em troca da repercussão que as notas proporcionam... com falta de escrúpulos suficiente para cometer qualquer assassinato de reputação que lhe fosse encomendado... (dotado de) escassa informação em política, história e, especialmente, sobre o intrincado mundo dos negócios e das disputas empresariais. Mas ávido pelas benesses que a exposição jornalística trazia..”.
E vêm casos, mais casos, que vão além do ridiculo, como a história do “boimate” divulgado na revista nos termos de “num ousado avanço da biologia molecular, dois biólogos de Hamburgo, na Alemanha, fundiram pela primeira vez células animais com células vegetais - as de um tomateiro com as de um boi. Deu certo”, de monstros do lago Loch Ness, ou de capas festeiras da queda de Hugo Chávez. A série de Nassif se dirige mais para as negociatas, para as matérias plantadas por interesses privados, que atapetam decisões judiciais ou procuram torcer o caminho de políticas do Governo. Desvenda “notícias” políticas e econômicas, enfim.
Como vêem, o serviço de utilidade pública, o desmascaramento de uma farsa na grande imprensa não é pequeno. No entanto, senhores, a repercussão nos jornais, na imprensa de papel – que papel ! – tem sido de um cerrado silêncio. Não fosse a Internet, esse trabalho seria solitário, de um Davi fracassado contra Golias. Mas não, a série se transformou em produção coletiva. Para ele acorrem cidadãos das mais diferentes especialidades e competências, que já desconfiavam da natureza da revista, mas não tinham substância, dados, provas, que vêm agora com aquilo que na retórica é conhecido como argumento ad hominem, ou seja, nesse caso, as provas contra a revista estão na revista.
Bismarck afirmava que as pessoas não sabiam como se fazem as leis e as salsichas. Com os artigos de Nassif aprendemos agora como também se fazem revistas como a Veja. E por isso largamos a digestão dessa Reader’s Digest.
Começado por “O maior fenômeno de anti-jornalismo dos últimos anos foi o que ocorreu com a revista Veja. Gradativamente, o maior semanário brasileiro foi se transformando em um pasquim sem compromisso com o jornalismo, recorrendo a ataques desqualificadores contra quem atravessasse seu caminho, envolvendo-se em guerras comerciais e aceitando que suas páginas e sites abrigassem matérias e colunas do mais puro esgoto jornalístico”.
Assim começados, os artigos continuam em capítulos devastadores, como esse perfil de um certo Diogo Mainardi: “um ‘colunista sela’ – nome que se dá ao colunista pouco informado que se deixa ‘cavalgar’ pela fonte, tornando-se mero repassador de recados, em troca da repercussão que as notas proporcionam... com falta de escrúpulos suficiente para cometer qualquer assassinato de reputação que lhe fosse encomendado... (dotado de) escassa informação em política, história e, especialmente, sobre o intrincado mundo dos negócios e das disputas empresariais. Mas ávido pelas benesses que a exposição jornalística trazia..”.
E vêm casos, mais casos, que vão além do ridiculo, como a história do “boimate” divulgado na revista nos termos de “num ousado avanço da biologia molecular, dois biólogos de Hamburgo, na Alemanha, fundiram pela primeira vez células animais com células vegetais - as de um tomateiro com as de um boi. Deu certo”, de monstros do lago Loch Ness, ou de capas festeiras da queda de Hugo Chávez. A série de Nassif se dirige mais para as negociatas, para as matérias plantadas por interesses privados, que atapetam decisões judiciais ou procuram torcer o caminho de políticas do Governo. Desvenda “notícias” políticas e econômicas, enfim.
Como vêem, o serviço de utilidade pública, o desmascaramento de uma farsa na grande imprensa não é pequeno. No entanto, senhores, a repercussão nos jornais, na imprensa de papel – que papel ! – tem sido de um cerrado silêncio. Não fosse a Internet, esse trabalho seria solitário, de um Davi fracassado contra Golias. Mas não, a série se transformou em produção coletiva. Para ele acorrem cidadãos das mais diferentes especialidades e competências, que já desconfiavam da natureza da revista, mas não tinham substância, dados, provas, que vêm agora com aquilo que na retórica é conhecido como argumento ad hominem, ou seja, nesse caso, as provas contra a revista estão na revista.
Bismarck afirmava que as pessoas não sabiam como se fazem as leis e as salsichas. Com os artigos de Nassif aprendemos agora como também se fazem revistas como a Veja. E por isso largamos a digestão dessa Reader’s Digest.
Urariano Mota, Direto da Redação
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