Políticos preferenciais de Tio Sam, de MARIO AUGUSTO JAKOBSKIND - Subsecretária de Estado americana abre o jogo e cita alguns políticos que se beneficiaram de programas de influência dos EUA, entre eles Sarkozi e Uribe. FHC, Álvaro Uribe Vélez, o atual presidente colombiano e Manoel Antonio Noriega entre eles.
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Dois presidentes da República têm ocupado grandes espaços na mídia, embora fatos importantes relativos a eles dificilmente são divulgados. Estamos falando de Nicolas Sarkozy e Álvaro Uribe, ambos políticos preferenciais do Departamento de Estado norte-americano.
Sarkozy, que nesta última terça-feira se encontrou, na maior pompa, com o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na Guiana Francesa e está com a popularidade em baixa (índice de 39%, ou seja, queda de 10% em um mês), foi recentemente citado por Karen Hugues, a subsecretária de Estado encarregada da diplomacia pública, ou seja, da propaganda. Desta vez não lembraram da ex-modelo Carla Bruni, atual Madame Sarkozy.
Karen abriu o jogo ao lembrar os programas de influência (política) dos Estados Unidos. Ela disse que “mais de 130 participantes de nossos programas desde 1945 chegaram a se converter em líderes em seus próprios países”. A segunda depois de Condoleezza Rice citou os atuais presidentes Nicolas Sarkozy e o da Turquia Abdullah Gül, bem com o Primeiro-Ministro britânico Gordon Brown. Este último é uma figura manjada como “prata da casa estadunidense”, mas o francês Sarkozy e o turco Gül sempre procuraram esconder qualquer tipo de vínculo com o Departamento de Estado. Agora não tem mais jeito, madame Karen falou e disse.
Pode-se imaginar quantos dirigentes políticos passaram por lá nestes últimos 63 anos.
Fernando Henrique Cardoso, embora não tenha sido citado provou do prato quando a entidade que presidiu, o Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) recebeu grana alta da Fundação Ford. Está na página 154 do livro “Fernando Henrique Cardoso, o Brasil do possível”, da jornalista francesa Brigitte Hesant Leon a informação de que “numa noite de inverno do ano de 1969, nos escritórios da Fundação Ford, no Rio, Fernando Henrique teve uma conversa com Peter Bell, o representante da Fundação Ford no Brasil. Bell se entusiasma e lhe oferece uma ajuda financeira de 145 mil dólares. Nasce o Cebrap”.
Pois bem, acabou de ser lançado aqui no Brasil o livro da pesquisadora inglesa Frances Stonor Saunders “Quem pagou a conta? A CIA na guerra fria da cultura”. Saunders comprova, entre outras coisas, que a CIA repassava uma nota preta para a Fundação Ford cooptar intelectuais. FHC, claro, rendeu frutos para a Ford e conseqüentemente para a CIA.
E onde fica Álvaro Uribe Vélez, o atual presidente colombiano, hoje político de confiança de Washington? Ao que tudo indica este executivo deu uma guinada de 180 graus em sua linha política. Em um relatório do Pentágono de 1991, Uribe aparece como vinculado ao Cartel de Medellín. Tem mais: o hoje político preferencial dos EUA na América Latina é citado como o número 82 (de um total de 106) do Cartel liderado por Pablo Escobar. Segundo ainda o Pentágono, o então senador Uribe participou ativamente da campanha política do seu íntimo amigo Escobar, que chegou a ser eleito suplente do senador Jorge Ortega. Isto foi divulgado pela Newsweek em 9 de agosto de 2004.
Para se ter uma idéia, da lista do Pentágono aparece o nome do então presidente panamenho Manoel Antonio Noriega. Ele ainda cumpre pena nos EUA por narcotráfico, tendo sido apeado do poder depois que começou a tentar deixar de rezar pela cartilha de Washington. A trajetória de Uribe foi exatamente ao contrário. Ele que era um opositor a extradição para os EUA de narcotraficantes, absorveu esta idéia na Presidência, servindo conseqüentemente aos interesses estadunidenses. Uribe sabe perfeitamente se por acaso sair da órbita pode ter o mesmo destino de Noriega. Como Uribe é do time dos quem tem, tem medo...
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