Apesar de estar ainda na fase inicial, com os primeiros depoimentos e recém se debruçando sobre a pilha de documentos do inquérito, longe portanto de qualquer conclusão, já é possível prever que os embates entre governistas e deputados da oposição só irão se acirrar. O vazamento do relatório policial, com as investigações da Operação Rodin citando um integrante do primeiro escalão do atual governo, o secretário-geral Delson Martini, e de Lair Ferst - que participou da campanha da governadora Yeda Crusius em 2006 -, indiciado pela PF, agravou ainda mais a crise entre oposição e a base do governo na Assembléia.
A demora na indicação dos membros que hoje integram a comissão já era um indicativo de que o clima seria de confronto. Houve disputa por espaço inclusive fora do círculo da CPI. Os deputados, cada um defendendo o seu interesse, procuraram, em janeiro, os órgãos que investigavam a fraude. O objetivo era claro: conhecer os depoimentos para interferir na ordem dos depoimentos.
Enquanto os governistas queriam iniciar as investigações por ordem cronológica, os oposicionistas desejavam avançar e começar as investigações pela Operação Rodin. Até o plano de trabalho gerou impasses. Normalmente, a tarefa é de responsabilidade dos relatores. Porém, o presidente da comissão, Fabiano Pereira, do PT, definiu a agenda da CPI. Mas, devido aos atritos, que foram parar na Procuradoria da Assembléia, o plano de trabalho nunca foi aprovado.
As reuniões passaram, então, a ser guiadas pela aprovação de requerimentos durante as sessões. Os impasses foram tantos que o presidente da CPI e o relator, Adilson Troca, do PSDB, fizeram acusações públicas. Pereira acusou o tucano de tentar abafar as investigações e proteger o governo Yeda. Os atritos foram amenizados com a interferência do próprio parlamento.
Mauren Xavier e Tatiana Fraga
Cpovo net
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