sábado, 15 de março de 2008

Família de ACM briga por sua herança e influência



Amparados por uma decisão judicial, policiais armados arrombaram na semana passada o apartamento de Arlette Magalhães, viúva do ex-senador Antônio Carlos Magalhães, à procura de quadros, esculturas e objetos valiosos supostamente desaparecidos após a sua morte. A ação foi autorizada pela Justiça depois que Tereza Magalhães Mata Pires, filha do ex-senador, acusou o irmão, ACM Júnior, de esconder dos inventariantes a parte de maior valor do acervo que o pai mantinha em casa.

Esta cena – inimaginável na época áurea do leão baiano – revelou a existência de uma briga feroz entre os filhos e netos pela herança do ex-senador. Reportagem de VEJA desta semana expõe os detalhes da disputa intestina entre os familiares de ACM por um patrimônio ainda saudável, avaliado em 345 milhões de reais, constituído por emissoras de rádio e televisão, jornal, gráfica, imóveis, ações e dinheiro. Sem falar na influência política na Bahia.

Morto no ano passado, depois de uma vida em que, à exceção da presidência da República, ocupou praticamente todos os postos que contam (inclusive os que não têm designação), ACM não deixou testamento. Aí começaram os problemas.

Tragédias Pessoais

Em 1986, ACM enfrentou uma de suas raras derrotas políticas, com a eleição de Waldir Pires (PMDB) para o governo da Bahia, em detrimento de seu aliado Josaphat Marinho. Em seguida, um de seus maiores dramas pessoais: o suicídio de sua filha mais nova. Ana Lúcia Magalhães, de 28 anos, diretora do "Correio da Bahia", morreu com um tiro na cabeça.


O suicídio da filha homossexual, a simpática Aninha, em 1986, que disparou um tiro na cabeça depois de uma discussão em família -, não escondeu a comoção de um pai devorado pela tristeza de perder tragicamente um ente querido.


Antes de cometer o suicídio, ela chegou a ligar para o pai para dizer que não estava bem e que iria se matar. Dizia estar disposta em ir ao encontro de sua "paixão", a companheira que fora assassinada, segundo versões extra-oficiais, a mando do próprio ACM. Cumpriu a promessa.

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