"É importante lembrar que o meu partido [PT] só tem 14 senadores e o Senado tem 81. Para aprovar qualquer coisa, eu preciso ter 41 senadores. E estão lá os nossos amigos do PSDB, que, no primeiro momento, eu diria, trabalharam de forma civilizada. Estão lá os nossos amigos do DEM, que tiveram tanta vergonha, que mudaram o nome do partido, de PFL para DEM. Estão lá, destilando ódio, destilando ódio. Ódio. Coisa que mesmo que, quando era dirigente sindical, não conseguia destilar ódio contra os meus adversários", afirmou Lula.
Depois, ironizou os oposicionistas. "Deus escreve certo por linhas tortas. A pesquisa de ontem deve ter deixado eles incomodados", afirmou Lula, se referindo ao levantamento divulgado nesta quinta pelo IBGE, que apontou que seu governo tem a melhor avaliação desde o início do primeiro mandato, em 2003.
Ao final do discurso, Lula pegou uma flor de um vaso que estava no palanque e chamou o governador de Alagoas, o tucano Teotônio Vilela Filho, pedindo que ele o entregasse a flor. Vilela Filho, em seu discurso, agradeceu Lula pelos investimentos do governo federal em seu Estado. "Por tudo isso, este tucano vai jogar flores para o senhor", disse o governador.
Renan Calheiros
Outro político que estava no palanque era o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que renunciou à presidência do Senado após ter sido acusado de usar um laranja para pagar despesas pessoais.
Segundo Lula, denúncias feitas por adversários políticos não podem se transformar em "verdades absolutas". "É preciso saber quem está acusando e qual foi o crime que cometeu. Eu não vou permitir que alguém que não tenha moral de fazer críticas a alguém pode fazer que eu rompa a amizade com o companheiro Renan Calheiros que nos ajudou tanto no Senado", disse Lula.
Escandalização do nada
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, negou mais uma vez, em entrevista à imprensa, que o governo tenha feito ou divulgado qualquer dossiê sobre gastos com cartões corporativos durante o governo Fernando Henrique Cardoso.
Dilma esclareceu que foi elaborado um banco de dados com informações do atual governo e do governo anterior, e que os dados, todos sigilosos, foram checados por fiscais e auditores do Tribunal de Contas da União (TCU). Os fiscais não teriam encontrado irregularidades. "É a escandalização do nada", disse a ministra.
Dilma afirmou ainda que o governo é que foi vítima de vazamento de informações sigilosas e não pode ser responsabilizado pelo episódio. A revista "Veja" publicou as informações em sua última edição mas alegou o direito de sigilo da fonte para esconder de onde tirou as informações.
"Seria oportuno que aqueles que divulgaram informações que constam de um banco de dados da Casa Civil viessem a público e assumissem, nos avisassem quem vazou. (...) O estranho somos nós, que fomos vítimas de um vazamento, sermos responsabilizados."
A ministra ressaltou ainda que o banco de dados, que contém mais de 20 mil informações, vai continuar sendo montado para servir à CPI dos cartões corporativos e ao TCU quando for necessário.
Sobre a acusação divulgada na imprensa hoje (28) de que a secretária da Casa Civil, Erenice Guerra, teria organizado o dossiê, a ministra disse que ela "assumiu apenas que se trata de um banco de dados que, inclusive, contém informações do atual governo".
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