Acabou de sair o resultado da parte técnica da licitação da conta de propaganda do governo paulista. As agências vencedoras são a Adag, a Lua Branca e a Contexto. Todas as três têm alguma relação com o ninho tucano. Agora, falta a parte de preços propostos pelas concorrentes, cujo resultado será conhecido no dia 10 de março - embora, o mercado publicitário como um todo não veja possibilidade de mudança no trio vencedor do processo de hoje.
A Adag já atende a conta da Nossa Caixa e a agência de transportes de São Paulo. A Contexto trabalhou para o governo paulista, na gestão Geraldo Alckmim. E a Lua Branca comandou diversas campanhas eleitorais tucanas - como a eleição para prefeito de José Serra em 2004 e a derrota de Alckmin em 2006.
As três agências vencedoras da licitação dividirão uma verba anual de 88 milhões de reais - um valor 46% maior que os 60 milhões de reais do ano passado.
Adag, sócia da ABRIL
Sobre a Adag é interessante lembrar sua "insuspeita"(?) relação com a ABRIL, pois a Adag lança álbum Bee Movie da Editora Abril
O núcleo infantil da Editora Abril lançou o álbum de figurinhas “Bee Movie”. A chegada às bancas de jornal coincide com a estréia do filme “Bee Movie – A história de uma abelha”, produção da DreamWorks, sucesso de bilheterias nos Estados Unidos. Quem assina a campanha publicitária de divulgação do novo álbum da Editora Abril é a Adag Publicidade.
As peças publicitárias mostram cenas do filme e do álbum de figurinhas e apresentam o conceito que propõe a criançada altas doses de emoção. O material é composto por um comercial de 15 segundos, a ser veiculado em emissoras de TV aberta e a cabo, e anúncios de página simples, com publicação nas revistas da Editora Abril. O comercial, realizado em 3D, e a trilha sonora foram produzidos pela G7.
AGÊNCIA CONTEXTO
Uma sindicância na Nossa Caixa trouxe à tona a troca de e-mails nos quais a assessoria de Comunicação do governo Alckmin e a agência Contexto, que atendia à Casa Civil, orientavam as áreas de propaganda e marketing do banco.
A revelação motivou a exoneração, a pedido, do assessor de Comunicação, Roger Ferreira, que coordenava a estratégia de comunicação das estatais.
Denúncia enviada ao Ministério Público apontou como supostos beneficiários, além de Salustiano, os deputados estaduais Afanasio Jazadji (PFL), Edson Ferrarini (PTB) e Geraldo "Bispo Gê" Tenuta (PTB).
Segundo a denúncia, "estima-se que o deputado [Salustiano] retire cerca de R$ 1 milhão por ano do banco [Nossa Caixa] e outro tanto da Sabesp". Ferrarini e Jazadji informaram ao MP que a Nossa Caixa fez veiculações, respectivamente, de R$ 60 mil e R$ 8 mil em seus programas. Tenuta, por sua vez, sustentou que nunca recebeu 'nenhum valor'.
Jazadji confirmou que houve "várias promessas de verbas publicitárias para seus programas de rádio e de TV, desde que deixasse de criticar os secretários de Segurança Pública, da Administração Penitenciária e da Educação" do governo Alckmin. "Jamais vou me curvar à chantagem política", disse.
LUA BRANCA
Publicidade e compromissos
Em seu relato, Castro Júnior diz que, "por determinação do presidente Monteiro, a proposta original previa a abertura de licitação para contratação de apenas uma nova agência de propaganda". Posteriormente, "o sr. presidente foi "informado" por autoridades do governo que a licitação deveria ser proposta para contratação de duas agências de propaganda".
Na época, a Contexto e a Lua Branca disputavam, simultaneamente, as licitações abertas pela Casa Civil e pela Nossa Caixa. Castro Júnior alertou para uma espécie de "acordo", de forma que nenhuma das duas agências ficasse fora do atendimento ao governo Alckmin. Segundo ele, houve orientação para que a licitação do banco aguardasse a escolha das agências para a Casa Civil.
A Contexto já atendia à Casa Civil e se apresenta como "a única agência de publicidade que atende o governo do Estado há 10 anos". Tem entre seus principais clientes a CPTM, Dersa, Metrô e Poupatempo/Prodesp. Seu presidente, Saint'Clair de Vasconcelos, foi apontado como o intermediário dos pedidos de veiculação de anúncios e patrocínios da Nossa Caixa para beneficiar deputados estaduais da base aliada.
Em sua proposta à Nossa Caixa, a Contexto ofereceu "uma relação que vai além dos interesses meramente comerciais e se consolida como um verdadeiro "jogo de equipe", afinado, duradouro e coerente com a linha de conduta e com o estilo de gestão de nossa administração estadual".
Uma agência do MARIDO DE CANTANHÊDE (conforme chamou a atenção o LEITOR X MAN)
A Lua Branca foi criada em 2004 por Luiz Gonzalez e Woile Guimarães, em alteração da denominação social da produtora GW. A GW é a produtora que cuidou das últimas campanhas eleitorais de Geraldo Alckmin e de José Serra”, e que foi dedurada por Diogo Mainardi, outro famoso direitista. A GW é de Gilnei Rampazzo, marido de “Cantanhêde"
Maior afinidade com o PSDB paulista.
A Contexto não ganhou a licitação para continuar com a conta da Casa Civil, vencida pela dupla DPZ e Lua Branca. Ganhou a licitação da Nossa Caixa, ao lado da Adag. Sua proposta técnica -um volumoso trabalho com peças de campanha- obteve 87,28 pontos, vindo a seguir a Adag (83,59), Full Jazz (78,50), Lua Branca (71,52) e três outras concorrentes.
Sem sucesso, a Full Jazz tentou impugnar a licitação, alegando a hipótese de "concorrência dirigida". A contestação era contra a Adag, que teria apresentado peças além do exigido. A Adag refutou, dizendo que jamais teve questionada a sua conduta ética e técnica.
Nenhum comentário:
Postar um comentário