O ministro pediu respostas. "Ele [Dias] pode explicar. Talvez a Folha possa explicar quem deu [o material] à Folha também. Aliás, o ombudsman [do jornal] fez essa pergunta. Acho que era uma expressão mais ou menos assim: "A Folha sabe mais do que contou para seus leitores". Quem entregou para a Folha? A Folha não respondeu a uma pergunta do ombudsman. Não é minha. É do ombudsman da Folha."
O ministro Tarso Genro (Justiça), também em Porto Alegre, disse ontem que a afirmação feita por Dias de que tinha conhecimento do dossiê sobre os gastos sigilosos do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso antes de sua publicação "inverteu a mão do problema". Tarso cobrou de Dias explicações sobre quem teria vazado as informações. "Quem reconhece que tinha o documento agora tem que explicar de onde veio", argumentou.
Nassif: jogo de esconde-esconde
O jornalista Luis Nassif escreveu em seu blog nesta sexta-feira (4) que há "um jogo de esconde-esconde por trás desse carnaval todo".
Segundo ele, do lado do governo, há o receio da eventual exploração política, se se levantarem os gastos da Presidência. "Se há um terremoto por conta da tapioca, o que não haveria se se descobrissem gastos supérfluos da valor maior? É aqui que reside o ponto central da história. O jogo político é aqui, o resto é mero foguetório", diz Nassif.
O jornalista, que foi um dos primeiros a levantar a hipótese do PSDB estar por trás do suposto dossiê, diz ainda que do lado da oposição, o esforço é para esconder que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sabia de toda a operação. "A revelação de Álvaro Dias ao Estadão mostra que FHC estava dentro, desde o início. Esse é o ponto central desse jogo de esconde-esconde", revela Nassif.
Olhem em que a banalização do escândalo transformou a discussão política brasileira. O editorial do Estadão de hoje mostra bem esse clima de 'pelada'. "Um gol contra do senador tucano Álvaro Dias permitiu ao governo empatar o jogo de aparências, ou melhor, a pelada, que disputa com a oposição a propósito do chamado dossiê das despesas do então presidente Fernando Henrique e de sua mulher, Ruth Cardoso."
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