As informações referentes à queda na desigualdade da renda do trabalho e na taxa de pobreza no Brasil terminou provocando uma série de discussões a respeito de suas possíveis razões, muitas delas, aliás, aparentemente tratadas de forma desconexa da realidade, e sempre tratadas de forma indevida por algum REINALDO AZEVEDO da vida . Ao mesmo tempo, não parecem cessar os argumentos ortodoxos utilizados crescentemente para criticar o comportamento do gasto social.
O presente post aborda o comportamento recente do gasto social do governo federal, procurando investigar o seu crescimento ou a estagnação em termos reais e per capita no período de 2001 a 2005. Da mesma forma, considerara-se também o possível impacto do gasto social sobre o nível geral de emprego e a desigualdade da renda do trabalho no Brasil entre os anos de 1995 e 2004.
Com base nos diversos tipos despesas que compõem a totalidade do gasto do governo federal foi possível selecionar somente aquelas que se encontram diretamente associadas à área social. A partir daí, o conjunto do gasto social do governo federal pode ser definido, contendo oito diferentes tipos de despesas.
Já no caso dos encargos da dívida pública, percebe-se que somente em 2002 eles chegaram a ser superiores ao do ano de 2001. Para os demais anos observados, houve queda importante, ainda que em 2005 tenha voltado a crescer em relação ao ano de 2004.

Brasil: Índice de evolução do gasto social do governo federal e da taxa de investimentos em relação ao PIB (2001 = 100,0)
Para se ter uma idéia acerca da importância do gasto social na determinação do volume recente dos ocupados urbanos no Brasil, basta mencionar que entre os anos de 2003 e 2004, 33,9% do total do emprego urbano aberto no Brasil foi determinado fundamentalmente pelo gasto social. Entre os anos de 1995/96, somente 18,1% do total do emprego urbano gerado dependiam do gasto social.
Em resumo, pode-se concluir que a cada 100 postos de trabalhos abertos atualmente no setor urbano, 34 dependem diretamente do gasto social, enquanto na metade da década de 1990 eram somente 18 em cada 100 novas vagas geradas. Sem a elevação do gasto social, a taxa de desemprego de 9,03% (8,2 milhões de desempregados) registrada em 2004 (IBGE-PNAD), poderia ter alcançado a 11,4% (10,4 milhões de desempregados) da população economicamente ativa. Ou seja, 2,2 milhões de desempregados a mais no país7 .
Conforme foi possível observar, o Brasil tem conseguido estancar o elevado desemprego, bem como reduzir gradualmente a desigualdade na renda do trabalho durante o período recente do Governo Lula, não não no passado de FHC. A despeito das várias razões que possam ter contribuído para isso, não há como menosprezar o impacto considerável do gasto social do governo federal.
Ainda que nos últimos cinco anos, o comportamento real e per capita tenha do gasto social tenha mantido relativa estabilidade, deve-se considerar a sua contribuição tanto na geração de quase 34% dos postos de trabalho urbanos como na redução do Índice de Gini (42% da queda de 6,5% entre 1995 a 2004). Da mesma forma, o pagamento de maior valor do salário mínimo, especialmente aos beneficiados pela política social, permitiu que o rendimento da população mais pobre fosse protegido, mesmo quando a renda média dos ocupados perde poder aquisitivo
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Fonte: IBGE/BC/MF/SPE/SIAFI (Deflator IGP-DI-FGV) (Elaboração própria)
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