Nascida em 14 de dezembro de 1947, ministra da Casa Civil do governo Luiz Inácio Lula da Silva, não é a mesma "companheira Estela", que expôs a vida numa romântica luta armada que embalou os sonhos de uma geração disposta a derrubar a ditadura militar, sob influência da vitoriosa revolução cubana e das manifestações que varreram as ruas de todo o mundo em 1968. Aos 58 anos, a filha do engenheiro búlgaro Petar Rosseav, que emigrou para o Brasil nos anos 30, é hoje uma referência do poder. (...) já se comporta como aquela que poderá ser a primeira mulher a presidir a República do Brasil.
Se ela fosse apenas uma carta para pavimentar a fórmula do terceiro mandato do sr. Luiz Inácio, ultrapassou esse papel por obra e graça do senador Agripino Maia, saído das entranhas da ditadura a que pretende renegar como o bando de maus-caracteres que se cevou naqueles idos e pendurou a conta exclusivamente nas costas dos militares.
De comum acordo com seus colegas de bancada, representantes das oligarquias e da mediocridade, o senador achou que podia pegar Dilma pelo pé ao lembrar que ela mentiu para os seus torturadores nos 21 dias que passou debaixo de porrada. Foi aí que acabou prestando um grande serviço ao País. A resposta da ministra emocionou toda a sociedade, que tem uma dívida com todos os que sacrificaram sua juventude para enfrentar um regime de força, apoiado diretamente pela CIA e pelo sistema internacional.
E que, protegido pelo arbítrio, pela censura e pela cumplicidade, enriqueceu as oligarquias, endividou o País até a medula, entupiu as estatais de oficiais - que ganhavam também como se estivessem na ativa - e fez tudo o que o sistema internacional mandava para saciar a volúpia de poder que devorou seus aliados civis de proa, como Ademar de Barros, Carlos Lacerda e o próprio Juscelino (que apoiou a "eleição" do general Castelo).
(...)Dilma Rousseff participou diretamente da resistência, em todos os seus momentos. (...) Com o episódio do Senado, uma casa de grandes canastrões e raros legisladores, que conta no seu plantel milionário com suplentes sem voto, Dilma Rousseff entrou definitivamente na constelação shakespeariana da dúvida atroz.
Para ser presidente da República de um país que chegará aos 200 milhões de habitantes em 2011, com toda essa potencialidade econômica explosiva e uma Amazônia rica e cobiçada, a ex-guerrilheira terá de enquadrar-se numa pauta de compromissos, a menos que o senador negro Barack Obama seja eleito presidente dos Estados Unidos e mantenha o seu propósito de mudança radical, que é a essência da catarse que poderá protagonizar.
Eleita, ela poderá ser, à medida que a oposição de direita tem a cara de bolacha do senador Agripino Maia, rabo preso e uma folha corrida vulnerável. (...)
(...)
Vasectomia política
Alguns (...)pessoas inegavelmente sérias, padecem da síndrome da revanche dos tipos 1, 2 e 3. Como não têm coragem cívica de admitir que os porões do DOI-CODI, Cenimar e CISA foram transformados em sádicos centros de tortura e morte, odeiam todos os sobreviventes daquele período em que, como disse um dia o general Dale Coutinho, primeiro ministro do Exército de Geisel, "o Brasil começou a melhorar quando começamos a matar".
Esses estão ainda hoje chocados com o desempenho da sra. Dilma Rousseff e a visibilidade que ganhou por apontar com todas as letras e todos os detalhes as agruras de uma quase menina nas mãos de torturadores depravados, que, entre outras coisas, faziam questão de despir suas vítimas para que a violência física fosse recheada de traumas inesquecíveis.
Independente de todo esse jogo pragmático de cartas marcadas, que desfigura a todos os que dispõem de qualquer nicho de poder, seja no Executivo, Legislativo ou no Judiciário, Dilma Rousseff entrou definitivamente para a lenda do respeito da cidadania, graças à firmeza com que desmascarou o ex-engenheiro da empreiteira EIT, que por essa condição e por rebento da oligarquia dos "Maias", entrou para a vida pública ao ganhar de presente, por nomeação, a Prefeitura de Natal.
Como tudo pode acontecer, quem sabe, o Barack Obama possa ser presidente dos EUA e, por conseqüência, se ele não amarelar, possamos ter enfim um (ou uma) presidente no Brasil (...)
Se ela fosse apenas uma carta para pavimentar a fórmula do terceiro mandato do sr. Luiz Inácio, ultrapassou esse papel por obra e graça do senador Agripino Maia, saído das entranhas da ditadura a que pretende renegar como o bando de maus-caracteres que se cevou naqueles idos e pendurou a conta exclusivamente nas costas dos militares.
De comum acordo com seus colegas de bancada, representantes das oligarquias e da mediocridade, o senador achou que podia pegar Dilma pelo pé ao lembrar que ela mentiu para os seus torturadores nos 21 dias que passou debaixo de porrada. Foi aí que acabou prestando um grande serviço ao País. A resposta da ministra emocionou toda a sociedade, que tem uma dívida com todos os que sacrificaram sua juventude para enfrentar um regime de força, apoiado diretamente pela CIA e pelo sistema internacional.
E que, protegido pelo arbítrio, pela censura e pela cumplicidade, enriqueceu as oligarquias, endividou o País até a medula, entupiu as estatais de oficiais - que ganhavam também como se estivessem na ativa - e fez tudo o que o sistema internacional mandava para saciar a volúpia de poder que devorou seus aliados civis de proa, como Ademar de Barros, Carlos Lacerda e o próprio Juscelino (que apoiou a "eleição" do general Castelo).
(...)Dilma Rousseff participou diretamente da resistência, em todos os seus momentos. (...) Com o episódio do Senado, uma casa de grandes canastrões e raros legisladores, que conta no seu plantel milionário com suplentes sem voto, Dilma Rousseff entrou definitivamente na constelação shakespeariana da dúvida atroz.
Para ser presidente da República de um país que chegará aos 200 milhões de habitantes em 2011, com toda essa potencialidade econômica explosiva e uma Amazônia rica e cobiçada, a ex-guerrilheira terá de enquadrar-se numa pauta de compromissos, a menos que o senador negro Barack Obama seja eleito presidente dos Estados Unidos e mantenha o seu propósito de mudança radical, que é a essência da catarse que poderá protagonizar.
Eleita, ela poderá ser, à medida que a oposição de direita tem a cara de bolacha do senador Agripino Maia, rabo preso e uma folha corrida vulnerável. (...)
(...)
Vasectomia política
Alguns (...)pessoas inegavelmente sérias, padecem da síndrome da revanche dos tipos 1, 2 e 3. Como não têm coragem cívica de admitir que os porões do DOI-CODI, Cenimar e CISA foram transformados em sádicos centros de tortura e morte, odeiam todos os sobreviventes daquele período em que, como disse um dia o general Dale Coutinho, primeiro ministro do Exército de Geisel, "o Brasil começou a melhorar quando começamos a matar".
Esses estão ainda hoje chocados com o desempenho da sra. Dilma Rousseff e a visibilidade que ganhou por apontar com todas as letras e todos os detalhes as agruras de uma quase menina nas mãos de torturadores depravados, que, entre outras coisas, faziam questão de despir suas vítimas para que a violência física fosse recheada de traumas inesquecíveis.
Independente de todo esse jogo pragmático de cartas marcadas, que desfigura a todos os que dispõem de qualquer nicho de poder, seja no Executivo, Legislativo ou no Judiciário, Dilma Rousseff entrou definitivamente para a lenda do respeito da cidadania, graças à firmeza com que desmascarou o ex-engenheiro da empreiteira EIT, que por essa condição e por rebento da oligarquia dos "Maias", entrou para a vida pública ao ganhar de presente, por nomeação, a Prefeitura de Natal.
Como tudo pode acontecer, quem sabe, o Barack Obama possa ser presidente dos EUA e, por conseqüência, se ele não amarelar, possamos ter enfim um (ou uma) presidente no Brasil (...)
Pedro Porfírio
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