
O virtual candidato tucano à Prefeitura de São Paulo, o ex-governador Geraldo Alckmin, adotou o estilo zen total. Às vésperas da convenção municipal do partido, marcada para domingo, e com a militância dividida entre a sua candidatura e a do prefeito Gilberto Kassab, do DEM, ele não quer fazer marola. Deixou isso muito claro no fim de semana, quando se reuniu com correligionários do diretório do PSDB da Vila Prudente, na zona leste da cidade, para assistir ao jogo em que o Brasil perdeu para o Paraguai, por 2 a 0.
No intervalo, numa rápida entrevista, ele se desviou de todas as provocações dos jornalistas sobre a divisão do PSDB e as farpas que já começou a receber de integrantes do DEM. "Não vou tratar de picuinhas políticas", afirmou Alckmin. "Quero falar de coisas que interessam à população de São Paulo, tais como projetos para melhorar a qualidade de vida na cidade." Mais adiante, quando o nome de Kassab apareceu na conversa, foi afiado. "Não vejo o atual prefeito como adversário. Nós vamos estar juntos aí na frente", comentou, referindo-se a uma possível aliança no segundo turno da eleição para a prefeitura.
Também não quis disparar contra o atual governador, José Serra, que, embora sendo tucano, torce por uma aliança que tenha Kassab como cabeça-de-chapa. Declarou até sua disposição para apoiá-lo quando sair candidato na próxima eleição presidencial: "Sempre apoiei o Serra e vou apoiá-lo também em 2010." Alckmin, que assistiu ao jogo num telão, vestindo a camisa 10, não gostou do que viu. No intervalo do primeiro tempo, comentou: "O Paraguai está jogando melhor. O Brasil precisa avançar mais, controlar melhor a bola."
Mesmo assim elogiou as atuações de Diego e Robinho, originários do Santos, seu time do coração, e apostou numa virada: "Vamos ganhar de 2 a 1." Não deu. Ele chegou ao encontro com os integrantes do diretório de Vila Prudente com 20 minutos de atraso. Antes estivera trabalhando em seu escritório político, procurando montar a equipe de comunicação que deve cuidar da divulgação de sua campanha a prefeito. Durante o jogo, como todo bom candidato, não recusou nada do que lhe ofereceram: comeu paçoquinha, doce de batata doce e até algodão doce.
Na chegada, no intervalo e na saída, a maior parte de seu tempo foi consumida posando para fotos. Como acontece com quase toda celebridade, as pessoas não faziam questão de conversar com ele. Mas a cada passo seu elas se atropelavam, aflitas, com seus celulares e máquinas digitais na mão.
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